Em Linhas Gerais

Não é difícil constatar o distanciamento do eleitorado de Porto Velho com a campanha eleitoral desse ano

FILOSOFANDO

“Duvido que nos tempos mais próximos as ideias socialistas tenham qualquer oportunidade”. José Saramago (1922/2010), Escritor, jornalista, dramaturgo, poeta e romancista português. Ganhou o Premio Nobel de Literatura de 1998. Antes, em 1995, ganhou o Prêmio Camões.

PISADA NA BOLA

Sou completamente favorável a que todos tenham o direito de opinar sobre esse novo momento brasileiro ou sobre qualquer coisa. Mas concordo que muitas vezes o silêncio é mais colaborativo para os propósitos de tentar tirar o Brasil do enorme abismo onde foi jogado, do que opiniões como as atribuídas ao ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, afirmando que o presidente Temer não tem legitimidade para governar.

Tremenda pisada de bola. Por mais respeito que o colunista tem sobre o ex-ministro Joaquim, entendo que ele não deveria se manifestar sobre esse assunto. Como aposentado, ele deveria deixar essas falas para quem ainda está na ativa.

LEGITIMIDADE

Temer saiu candidato a vice-presidente na chapa de Dilma. A chapa foi eleita. Temer é o legítimo substituto de Dilma. Se não tivesse legitimidade com base na discussão da “falta de votos”, Dilma não teria, por consequência, legitimidade para presidir o país. Ora, Dilma perdeu a legitimidade pelo estelionato eleitoral praticado e não por falta de votação.

Assim, Michel Temer tem, sim, legitimidade para ser o presidente interino e até definitivo se, como o colunista espera, Dilma for definitivamente afastada. O senhor Joaquim Barbosa sabe, melhor que ninguém, que o processo de impeachment é legítimo, constitucional. Foi dado amplo direito de defesa ao governo seguindo a constituição e com debates transmitidas pela tv e com o aval do STF e amplo direito ao contraditório. Não tem nada de ilegalidade.Que pena que o ex-ministro não preferisse ficar calado.

STAND BY

Não é difícil constatar o distanciamento do eleitorado de Porto Velho com a campanha eleitoral desse ano, reagindo como se ela não fosse algo importante para o futuro da própria sociedade local. Por que a disputa pela prefeitura de Porto Velho, em plena segunda quinzena de maio, ainda parece em sistema de stand by? E olha que nesse ano, como todos sabemos, a campanha eleitoral oficial será curta, com duração de 45 dias.

Políticos dispostos a participar do pleito, como candidatos, tentam explicar que isso é reflexo do incerto quadro nacional, produto da crise aprofundada no processo de impeachment de Dilma Roussef. Eles acreditam que a campanha tomará fôlego assim que ficar mais nítido como será o comportamento do governo interino de Michel Temer sinalizando os resultados possíveis na recuperação da tragédia brasileira.

SÓ APARENTE

Na realidade, o imobilismo eleitoral em torno das eleições municipais é só aparente. Atrás das cortinas os pré-candidatos estão em ebulição, frequentando os bairros da capital, dialogando com seus moradores e colhendo sugestões para o indispensável documento com projetos e propostas para o próximo governo portovelhense.

Uma coisa, entretanto, ainda é inegável: ninguém tem até o momento um discurso elaborado sobre o que pensam os pré-candidatos sobre as aspirações da cidade, sobre como enfrentar e superar seus entraves.

DESCONHECIDOS

De imediato nem mesmo os jornalistas tarimbados nesse segmento da política têm como fazer avaliações mais seguras sobre os pretendentes ao cargo de prefeito. Imagine a população! Não há como avaliar propostas que não foram elaboradas, e por consequência não há como dar credibilidade em pesquisas num cenário em que ainda não se sabe quem serão os candidatos de fato e nem quais serão as alianças formatadas para a disputa.

EXPOSIÇÃO

Num  cenário desse é até possível que o atual prefeito, Mauro Nazif, frequente o primeiro lugar das pesquisas (como se vangloriam alguns de seus áulicos), pois isso tem mais a ver com o conhecimento de seu nome do que com a aprovação de seu governo. Entre todos os concorrentes, certamente ele teve e ainda tem mais exposição na mídia.

Mas é inegável para a maioria dos habitantes da capital que Nazif não melhorou e nem requalificou Porto Velho. Uma pesquisa qualitativa vai acabar mostrando isso: Ele não executou quase nada do prometido.

O TIPO

Mesmo sem que se conheça o tipo de discurso e de bandeira que cada candidato deverá defender na campanha desse ano, é possível acreditar na existência de nomes previamente inviabilizados por esse eleitorado mais exigente na definição de seu voto.

Que tipo de político os eleitores de Porto Velho querem para administrar o município? Alguém que se julga um administrador capaz só por ter coalhado os cruzamentos (até os de trânsito inexpressivo) de semáforos caríssimos? Alguém que foi obrigado a deixar a prefeitura dentro de um camburão da polícia sem poder sequer transmitir o cargo para o sucessor?

EFICIÊNCIA

As pesquisas indicam que querem um gestor eficiente — até mais eficiente do que criativo —, nada pirotécnico e aventureiro. Eles cobram um gestor que, durante os quatro anos do mandato, melhore a cidade ou pelo menos mantenha um padrão mínimo de qualidade (ruas limpas e iluminadas, por exemplo). Não querem que a cidade melhore durante alguns meses e piore noutros meses. Exigem estabilidade.

Há indícios também de que, na eleição deste ano, os eleitores vão apostar na renovação e em métodos modernos de gestão.

MELHORES CHANCES

Aqueles que se apresentarem seriamente, que evitarem o discurso populista, messiânico — que não disserem que vão resolver os principais problemas da cidade em seis meses —, e que passarem a imagem de credibilidade certamente serão mais bem avaliados pelos eleitores. Aqueles que conseguirem apresentar propostas críveis poderão crescer durante a campanha.

NAZIF & ROBERTO

O atual prefeito é do PSB. Roberto, do PT, foi prefeito por dois mandatos. Teoricamente deveriam ser candidatos fortíssimos e, assim, com passaportes carimbados para o segundo turno. Mas as coisas não são exatamente assim. Sobrinho, do PT, nem têm garantias da confirmação de sua candidatura. Sofrerá diversas impugnações, muitas derivadas sua imensa folha corrida, com condenações, denúncias e vários processos tramitando na Justiça por seu envolvimento em desvios, falcatruas e corrupção.

Os dois políticos têm algo em comum: são de perfil populista. E esse já é um entrave para se chegar à vitória nesse ano.

EM BAIXA

Como os populistas estão em baixa, com os eleitores apostando mais em gestores modernos, é possível que Nazif e Roberto fiquem fora do segundo turno?

É possível. Se perceberem que os discursos deles são meramente eleitoreiros — inclusive sem avaliar o orçamento mensal e anual da prefeitura —, os eleitores (mesmo os que já votaram neles) podem abandoná-los durante a campanha.

SEM CREDIBILIDADE

Os eleitores levam a sério um candidato a prefeito de uma cidade, mesmo que seja uma capital, que afirma que vai resolver o problema da segurança pública, da saúde, da mobilidade, do transporte urbano e do saneamento básico?

Não acreditam. E em se tratando desses dois nomes, o atual e o prefeito anterior, ai que não levam mesmo. Sabem que eles são os principais responsáveis pela situação de descalabro em que o município se debate, especialmente no segmento da economia, hoje em inegável recessão.

 

 

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