Silvio Costa Filho falou com jornalistas nesta segunda (18) logo depois de se reunir com representantes das companhias aéreas
Depois de se reunir com representantes das três maiores companhias aéreas que atuam no país, nesta segunda-feira (18), o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), recebeu jornalistas no Salão Nobre do ministério, em Brasília (DF), para anunciar a primeira etapa do plano de universalização do transporte aéreo, que tem o objetivo de reduzir o preço dos bilhetes de avião.
Costa Filho disse que o governo tenta sensibilizar as empresas sobre a necessidade de oferecer preços mais acessíveis aos consumidores e reconheceu que ainda há muitos desafios para concretizar resultados. “Precisamos reconhecer os impactos sofridos pelas companhias”, afirmou, destacando que o setor aéreo foi um dos que mais sentiram os impactos da pandemia de Covid-19.
Ao lado de diretores da Azul, da Gol e da Latam, responsáveis por 98% do mercado no Brasil, ele anunciou que, neste primeiro momento, as companhias assumiram dois compromissos principais: aumentar o volume de promoções e comercializar passagens para roteiros domésticos com preços máximos entre R$ 699 e R$ 799.
As duas medidas foram propostas pelas próprias empresas, a pedido do MPor. Há cerca de um mês, Costa Filho afirmou que o governo estava fazendo a sua parte, ajudando as companhias aéreas, que, em contrapartida, teriam de apresentar ações para baixar os preços.
“O aumento do preço das passagens foi caracterizado em todo o mundo, de 10% a 15%. Naturalmente, isso tem um efeito negativo no Brasil. Mas, desde quando assumimos, temos buscado alternativas para que possamos reduzir os preços. As aéreas têm livre comércio, não podemos fazer intervenção”, explicou o ministro.
A elevação nos custos do transporte aéreo é causada, principalmente, pelo QAV (querosene de aviação), que acumulou alta de quase 100% no período entre 2019 e 2022. Outro motivo é o volume de judicialização reclamado pelas companhias. O governo, entretanto, não anunciou, nesta segunda-feira, ações concretas sobre esses temas.
“O QAV já teve redução de 19% neste ano, e vamos continuar trabalhando junto com a Petrobras em 2024”, disse Costa Filho.
O diretor de cada empresa conversou sozinho com o ministro e apresentou suas propostas individualmente. John Rodgerson, CEO da Azul, disse que a companhia tinha condições de oferecer, em 2024, 10 milhões de assentos por até R$ 799.
Para ter acesso a essas passagens, o consumidor vai precisar fazer a compra com pelo menos 14 dias de antecedência da data da viagem.
O CEO da Gol, Celso Ferrer, disponibilizou 15 milhões de assentos por até R$ 699 e disse que a empresa vai fazer ações promocionais semanalmente, inclusive para a compra de bilhetes com pouca antecedência, para quem costuma deixar para a última hora ou tiver um imprevisto.
“Também daremos vantagem em bagagens e remarcações para as pessoas que comprarem com pouca antecedência, o que é uma grande reclamação”, informou.
Segundo Jerome Cadier, CFO da Latam, a companhia não estabeleceu um lote de passagens com preço limitado, mas assegurou que haverá uma promoção semanal, sempre com um destino abaixo de R$ 199.
Essa empresa também prometeu novidades em seu programa de fidelidade, com pontos que não vão caducar a partir de 2024, desde que sejam usados com a própria Latam. Além disso, no próximo ano, a companhia vai acrescentar em seus voos 10 mil assentos por dia, um impacto de 3 milhões a mais no mercado.
Os valores máximos das passagens de avião propostos pelas empresas, entre R$ 699 e R$ 799, são superiores ao tíquete médio de setembro deste ano, de R$ 747,66 para voos domésticos, calculado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), e que atingiu o recorde da série histórica da agência, iniciada em 2010.
Considerando os nove primeiros meses de 2023, a tarifa média é de R$ 644,5, segundo a agência reguladora, valor abaixo do teto estipulado pelas duas primeiras companhias aéreas citadas.
“Essa é a primeira etapa do programa. Esperamos agendas como essa em 2024 e vamos mostrar unidade e esforço coletivo, para que possamos avançar. Os resultados não vão acontecer do dia para a noite”, disse Costa Filho.
Para evitar confusões, o ministro falou que esse pacote de medidas não tem relação direta com o Programa Voa Brasil, outra aposta do governo para beneficiar os setores da aviação e do turismo. Prometido para este ano, o programa será anunciado na segunda quinzena de janeiro.
Por meio dessa política, aposentados e beneficiários do Prouni (Programa Universidade para Todos) poderão comprar passagens aéreas por R$ 200.
FONTE: R7.COM
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