Desde o último levantamento, número de casos confirmados aumentou 13%. “Tendência é de estabilização, mas não dá para baixar a guarda”, afirmou secretário de vigilância em saúde
O Ministério da Saúde divulgou novo boletim epidemiológico sobre o sarampo. Nos últimos 90 dias, o Brasil registrou 4.507 casos da doença, em 19 estados, o que representa um crescimento de 13% em relação ao último levantamento. O órgão anunciou, também, que vai promover uma campanha nacional de vacinação, em duas etapas, a partir de outubro.
Ceará e Paraíba passaram a fazer parte dos estados com transmissão ativa da doença, o que significa que têm confirmação de sarampo há, no mínimo, 12 semanas. Na contramão, Sergipe e Bahia estão prestes a sair da lista.
São Paulo é responsável por 97% da incidência, com boa parte dos registros concentrada na região metropolitana. O surto, que tem o estado no epicentro, teve origem na Noruega e em Israel, segundo a pasta. Apesar da confirmação de novos casos, o secretário de vigilância em saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, vê uma perspectiva melhor para os próximos meses.
— Estamos há seis semanas observando uma tendência de estabilização, resultado da intensificação das campanhas de vacinação e das ações de mobilização de estados e municípios. Não dá pra baixar a guarda, pois o vírus sarampo é extremamente transmissível — disse, durante a coletiva de apresentação dos números.
Em 2019, quatro pessoas morreram por causa da epidemia: um homem de 42 anos, um bebê de nove meses e outro de quatro meses, todos de São Paulo; e uma menina de sete meses, nascida em Pernambuco. Em todos os casos, ninguém foi vacinado.
Tendo em vista a interrupção da circulação do vírus do sarampo no Brasil e a manutenção da cobertura vacinal, o ministério afirmou que vai promover uma campanha nacional de imunização em duas etapas. A primeira, focada em crianças de seis meses a cinco anos de idade (grupo mais vulnerável), ocorre entre 7 e 25 de outubro, com o Dia D previsto para 19. A segunda, entre 18 e 30 de novembro (este o Dia D), visa vacinar os jovens entre 20 e 29 anos, público com maior ocorrência de casos.
Wanderson reforçou que as crianças entre seis meses e um ano devem tomar a “dose zero”, vacina extra, não prevista para essa idade no calendário de imunização, mas que foi adotada devido à vulnerabilidade dessa faixa-etária.
Tudo em um só lugar
A pasta anunciou, hoje, um boletim semanal que trará os dados atualizados das principais doenças reunidos em uma revista.
FONTE: O GLOBO
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