FILOSOFANDO
“Aquele que rouba o povo não merece perdão, especialmente nas urnas. Eles sempre buscam permanecer na vida pública por acreditarem que os eleitores não passam de tontos.” GESSI TABORDA, editor da coluna e jornalista aposentado.
TEMA
Na política rondoniense, como é praxe, praticamente nada de novo, que seja relevante, aconteceu nos últimos dias. Então, reservamos o espaço da coluna deste sábado para tratar de assuntos que tomam conta do debate nacional e do interesse da opinião pública.
PRISÃO DE LULA
Diante do julgamento do recurso do ex-presidente contra a sentença condenatória dada a ele pelo juiz Sérgio Moro previsto para a próxima semana, 4ª feira, em Porto Alegre, falemos da suposta prisão do ex-presidente e ícone do PT. A expectativa de sua prisão tem deixado muita gente ansiosa e frustrada, imaginando a possibilidade de sua absolvição.
QUESTÃO DE TEMPO
Não devemos imaginar o desfecho do processo sem as garantias constitucionais da ampla defesa do réu, mesmo condenado na primeira instância por lavagem de dinheiro e corrupção. Dificilmente Lula vai sair ileso dessa condenação. E se não for preso agora ele terá de ser um verdadeiro gênio da lâmpada para escapar das outras quatro ações pesadas – algumas com inquéritos já concluídos – sobre esquemas de corrupção envolvendo coisas como o sítio de Atibaia e as supostas palestras feitas (??) por ele pagas a peso de ouro. Lula, se morrer antes, vai acabar na cadeia.
FARÁ BEM AO PAÍS
O Brasil nunca foi um país justo e nem procurou, pela Justiça, punir seus principais inimigos da classe política. Muitos dos grandes ladrões do dinheiro público acabam se dando bem e até continuam fazendo carreira política, graças à índole do brasileiro de deixar tudo correr no vai da valsa, relevando verdadeiros facínoras que deveriam ser punidos principalmente nas urnas.
É claro que a coluna segue a tendência da vontade da maior parte de seus leitores, tendo absoluta certeza de que a prisão de Lula fará bem ao país. Todos os criminosos que se chafurdaram nos cofres públicos, independente de sigla partidária, devem pagar pelos seus malfeitos. Devem ficar totalmente fora da disputa eleitoral.
DIFÍCIL
E nesse país do jeitinho, que é o nosso Brasil, conseguir o afastamento definitivo dos mafiosos da política é difícil, ou quase impossível. Exemplos estão espalhados pela nação. Em Rondônia estamos rodeados dessas aberrações. Políticos altamente suspeitos conseguem manter-se na vida pública com o voto, como se fossem intocáveis. Só pela indolência de parte do eleitorado clãs como os do Donadon continuam tão influentes como no passado.
NOMES NEFASTOS
Não será nas eleições desse ano que a cidadania rondoniense irá comemorar a extinção dos nomes mais nefastos da vida pública.
A lista dos políticos que devem ser presos é enorme. Nela está o nome de alguns rondonienses transformados em réus pela prática da corrupção (isso sem falar dos que ainda são apenas investigados). Eles deverão disputar mais uma vez o voto do eleitor, beneficiados por leis tão nefastas como o “foro privilegiado”.
POLITIZAÇÃO
Esperneando para evitar sua prisão, Lula tenta politizar todas as ações da Justiça em que está envolvido. Ataca as instituições, acusa a Polícia Federal de ter plantado provas no seu apartamento, agride os procuradores da força tarefa do Ministério Público, ataca o juiz Sérgio Moro e agora também ataca o Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Pessoalmente, para o bem do Brasil, penso que Lula deveria ser preso o mais rapidamente possível. Mas não dou como favas contadas essa solução. O sistema judiciário no Brasil – regido por leis feitas por um Congresso que pouca se lixa para as aspirações do povo – permite a chicana interminável que beneficia criminosos do colarinho branco, especialmente quem tem militância e faz tudo para politizar aquilo que deveria ficar no âmbito dos códigos judiciais.
CONFUSÃO
Enfim, sabedor de seu alto grau de culpabilidade, Lula busca insuflar o que ainda resta de militância do PT e tenta criar confusão no tocante ao processo eleitoral que se avizinha, apresentando-se como candidato, fazendo campanha fora de época e acusando a Justiça, o MP e a polícia de participarem de um conluio contra a sua candidatura.
Nos momentos que antecedem o julgamento do recurso do ex-presidente Lula as manifestações petistas têm sido diversificadas. A ideia é transmitir a falsa noção de que Lula tem um apoio generalizado. Nos discursos, ataques e ataques até contra o presidente do TRF-4, que, por sinal, nem participa do julgamento.
CARÁTER MARGINAL
Os companheiros de Lula estão desconcertados e assumem, claramente, um caráter marginal na defesa do petista. Foi o que aconteceu com Gleisi Hoffmann, com a infausta declaração de que para prender Lula seria preciso matar gente.
Ela bem que tentou justificar, dizer que tudo na passava de “força de expressão” mas, como se viu a seguir, ela deu mais uma demonstração de sua pregação marginal. Envolvida em escândalos de corrupção e na iminência de ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a petista perdeu totalmente a compostura, o respeito e a sanidade. Depois de incitar a militância petista à violência, ela passou a atacar com extremo baixo nível a tudo e a todos.
Nem o juiz Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro, escapou: “Um juiz divulga fotografias empunhando armas pesadas e diz que a Justiça tem de ser temida. Isso é ou não é uma incitação à barbárie? Que faz declarações política, contrariamente à lei, e se posiciona contra um determinado partido. Isso é ou não uma violação do estado de direito?”, comentou a petista do Paraná, criticando o magistrado que questionou o comportamento de seu colega, o senador Lindbergh Farias.
DEFESA FRACA
Embora caríssima, a defesa de Lula tem se demonstrado fraca, perdendo quase todas as ações que impetra em favor do ex-presidente. Assim, não será surpresa se mesmo diante de tantas controvérsias Lula acabar finalmente na cadeia.
Afinal, o Ministério Público Federal (MPF) concluiu que chegou o momento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser finalmente preso. O procurador Maurício Gerum é quem fará a sustentação oral perante a 8ª turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, no próximo dia 24 de janeiro.
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