EQUILÍBRIO EMOCIONAL
Finalmente chegamos a ultima semana da campanha eleitoral. Resta apenas mais um “grande momento” dessa batalha (e nunca a palavra foi tão apropriada) em Rondônia. Trata-se do debate entre os candidatos a ser realizado pela TV Rondônia (Rede Globo), na próxima quinta-feira. Depois disso Expedito e Confúcio terão de esperar o resultado das urnas de domingo para saber quem será o vitorioso desse ringue que, em se tratando do tal “espetáculo democrático” acabou revelando um péssimo exemplo de conduta publica, especialmente no último debate entre os dois concorrentes onde, sem nenhuma dúvida, o candidato a reeleição demonstrou claramente uma falta de equilíbrio emocional para governar a coisa pública.
DEBATE CANCELADO
Ainda bem que o eleitor escapou de um debate que seria realizado esta semana no SBT. É possível que os dois pretendentes ao governo no ano de 2015 tenham tomado uma dose de simancol, para compreender o eleitor não merecia esta demonstração extra que o caráter revanchista e de despreparo ético desfilando na passarela das baixarias do debate anterior.
E o da Globo? Perguntaria o atento leitor. Por ser o último e por ter o condão de encerrar a campanha deve ser mais contido, mais elevado. Talvez o destempero exposto pelo candidato à reeleição no ultimo confronto não seja mais utilizado. O povo – e principalmente quem não tinha se definido por nenhum dos dois concorrentes – percebe que o destempero apenas esconde a falta de seriedade para apresentar propostas ou justificar os casos de corrupção denunciados.
EXPLOSÃO RETARDADA
Nos últimos dias Rondônia foi mais uma vez abalada com os fatos ligados à corrupção no governo. A denúncia premiada feita pelo ex-secretário adjunto da Saúde do governo Confúcio é uma bomba de alta megatonagem. Mas, pelo visto, com dispositivo de explosão retardada.
Pelo menos, o assunto não foi explorado detalhadamente, como se podia imaginar nessa reta final da campanha.
Mas, não se engane: essa explosão virá possivelmente no próximo ano. A Justiça tem demonstrado tolerância zero com os envolvidos em corrupção.
Como o governador (ainda) Confúcio adquiriu o hábito – pelo menos é o que se depreende da sua atuação nos debates – de desdenhar das acusações e denúncias que mancham o seu governo, pode não estar acreditando no tsunami anunciado para atingir sua praia, provavelmente no próximo ano. Ou, quem sabe, tem essa consciência e imagina ser necessário obter a vitória política no domingo para ver “sua praia” blindada.
ESTADISTA?
Sempre disse aqui que não há mais estadistas em nossa política. E se não há em nível nacional, em nível regional é que o bicho pega mesmo. Para aqueles que ainda não conheciam bem o senhor que comanda o nosso estado, sua campanha política e os debates estão mostrando a verdadeira personalidade dele, truculento e agressivo. Um líder, um estadista ganha a eleição no campo das ideias, na gestão pública e com um claro e amplo projeto para o seu estado, sobretudo, com equilíbrio emocional e respeito aos adversários. Então, ele não é estadista e muito menos filósofo.
SEM PERDER A CIVILIDADE
Confúcio não foi acusado apenas de conivência com a formação da quadrilha. Batista afirmou para as autoridades do MPF e da Polícia Federal que o governador foi responsável pela organização criminosa e com ela proveu meios para utilizar dinheiro público até para o pagamento de dívidas eleitorais.
Como estamos na reta final da campanha, seria possivelmente oportuno ao candidato da Oposição, Expedito Júnior, cobrar explicações do governador sobre esse assunto.
Essa cobrança de explicações não rompe com a postura de civilidade que, até agora Expedido não quebrou, nem quando o governador parte para o esquema de desmontar reputações com uma agressividade inimaginável para alguém que, na sua primeira disputa, chegou ter o apoio de Expedito no segundo turno.
DETERIORAÇÃO GRADATIVA
Leitores de pontos estratégicos do interior têm manifestado à coluna reclamações que desmente as afirmações oficiais – especialmente na propaganda eleitoral – sobre as estradas rondonienses. Essas reclamações evidencia o descaso com as estradas rondonienses, que estão se deteriorando – como afirmam os reclamantes – em velocidade muito superior à capacidade do governo de investir na manutenção e nas melhorias.
Esse é mais um segmento que necessita de revisão do atual modelo de administração. Enquanto o modelo se mantém como está, é preciso pelo menos que o poder público siga à risca alguns pressupostos elementares para garantir a segurança dos usuários e evitar um custo financeiro adicional para os rondonienses.
Se há dificuldades de ampliar a malha pavimentada, o governo tem ao menos o dever de manter o que existe em condições de trafegabilidade. O que se constata, porém, é uma deterioração gradativa de trechos em condições adequadas de trafegabilidade, sob o ponto de vista de aspectos como geometria, pavimentação e sinalização.
DESCONFIANÇA
O deputado estadual Hermínio Coelho é o político campeão nas denúncias de corrupção e desvios do governo Confúcio. Reeleito, o deputado não para de apontar “malfeitos” da gestão do PMDB. Agora o parlamentar quer saber a verdade sobre o programa da construção dos Centros de Treinamento que o Detran anunciou. O deputado quer saber como foram as licitações e todos os detalhes das obras anunciadas. Hermínio está convencido de que o negócio não foi nada republicano. É por isso, crê o parlamentar, que “eles resistem a prestar contas” desses centros.
GOZAÇÃO
O vereador petista Jurandir Bengala certamente está sendo impregnado por algum espírito da galhofa. Ele é autor dum projeto de lei que obriga os hospitais públicos e particulares do município (será que ele pode legislar sobre a atividade privada na área da Saúde?) a reservarem leitos (pasmem!) em suas dependências para pacientes com cirurgias previamente marcadas. Essa nem o “Tiririca” iria apresentar. E tem mais: o município, tirando a maternidade, não tem hospitais, a não ser as tais UPAS onde quem vai buscar atendimento de saúde só consegue por milagre.
APOSENTADOS EXPLICAM
Uma liderança dos aposentados de Rondônia explicou a tendência dessa classe votar maciçamente em Aécio: “Durante o governo Lula/Dilma, do PT, os benefícios dos aposentados foram reajustados em índices inferiores ao salário mínimo e à própria inflação do período, provocando uma queda superior a 50% do poder aquisitivo dos atuais benefícios. Enquanto o governo não se decidir a ressarcir ao INSS as dezenas de bilhões de reais, montante desconhecido, desviados indevidamente dos fundos previdenciários até 1988, para sustentar totalmente a construção de Brasília, ficaremos à mercê dessa injustiça e efetivaremos nosso protesto mediante votação para a Presidência do País no candidato Aécio Neves, que se propõe a regularizar essa situação”.
AMEAÇA
Isso é o que escreveu a The Economist em editorial: “Excluída a Rússia, atingida por sanções, o Brasil tem, de longe, o pior desempenho dos Brics”. E acrescenta: “A maior ameaça aos programas sociais é a má gestão da economia pelo PT”. De fato, o crescimento do País é pífio, indicadores macroeconômicos melancólicos, a corrupção endêmica e o que resta, nos estertores dessa desditosa administração, é a percepção de que o desgoverno Dilma “morreu e ainda não foi enterrado”.
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