O deputado estadual Chiquinho da Emater (PSB), foi o autor do Projeto de Lei aprovado na Assembleia Legislativa de Rondônia que autoriza a prescrição de hidroxicloroquina, cloroquina, azitromicina e ivermectina para o tratamento de pacientes com Covid-19 no estado. Todos remédios citados na lei, não possuem comprovação científica de que são eficazes contra a doença.
Segundo o texto da lei, o médico poderá prescrever os medicamentos na fase inicial da doença, ou mesmo que não exista a “comprovação laboratorial da enfermidade”, desde que o paciente assine um termo de consentimento.
A lei nº 5.308, de 13 de janeiro de 2022, já está em vigor e estende a sua validade enquanto durar a pandemia da Covid-19. A Lei é questionada pelo Ministério Público por meio de ação judicial.
Professora, pesquisadora e integrante do Comité Científico da Universidade de Rondônia (UNIR), a médica Ana Escobar, que tem mestrado, doutorado em saúde pública e pós-doutorado em epidemiologia,disse que não é função dos deputados dizer que remédios devem ser usados durante uma pandemia.
“É uma extravagância, a Assembleia Legislativa legislar e dizer se pode ou não usar determinado medicamento. Quem deve fazer isso, é o que, a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária”.
Já o infectologista Nelson Barbosa, acredita que o uso do “kit covid”, pode agravar o quadro de saúde dos pacientes e evoluir para outras doenças.
“O uso dessas medicações pode ocasionar desde uma hepatite medicamentosa, como também pode ocorrer coágulos no coração, por exemplo. Nós não vemos nenhuma razão para esse uso experimental de drogas que comprovadamente não tem nenhuma ação”.
Nelson é médico intensivista no Amazonas e especialista em doenças pandêmicas. “Nos estamos na onda dos não vacinados. Se você prestar atenção em todos os estados as crianças estão sendo internadas em UTI por que elas não foram vacinadas pelos pais”.
A doutora Ana Escobar alerta que medidas como essa dos deputados estaduais de Rondônia, orientando remédios ineficazes, pode aumentar o número de não vacinados e surgir novas variantes que escapem do controle vacinal.
“Com cobertura vacinal baixa e insuficiente, a possibilidade de surgirem novas variantes e daqui a pouco surgir uma variante que escape da vacina é uma coisa muito séria”, diz.
FONTE: PAINEL POLITICO
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