Apenas EUA e Brasil têm mais casos do que o país asiático; apesar de taxa de mortalidade menor, crescimento da pandemia é acelerado
A Índia superou a marca de 1 milhão de casos confirmados de covid-19 na sexta-feira (17), marca que o mantém como o terceiro país mais afetado pelo coronavírus no mundo e o primeiro na Ásia. Antes da Índia, apenas os Estados Unidos e o Brasil haviam alcançado a casa dos milhões de infectados pelo novo coronavírus.
A situação indiana é preocupante e ainda não há qualquer tipo de previsão de que a curva de contágio esteja perto do seu pico, o que poderia fazer com que o país, extremamente populoso e marcado por imensos bolsões de pobreza, se torne o novo foco da pandemia.
Os dados atualizados diariamente pelo Ministério da Saúde revelam que entre quinta e sexta-feira, 34.956 novos casos foram registrados em todo o país, elevando o número total de 1.003.831 infectados até o momento.
Além disso, no mesmo período foram registradas 687 novas mortes por coronavírus, chegando a um total de 25.602 óbitos provocados pelo novo coronavírus.
O estado indiano mais afetado é o oeste de Maharashtra, que abriga a capital financeira do país, Bombaim, com 284.281 casos e 11.194 mortes.
Eles são seguidos pelo estado de Tamil Nadu, no sul, com 156.369 casos e 2.236 mortes, e a capital de Nova Délhi, com 118.645 infectados e 3.545 mortos.
Desde que o país deixou para trás o estrito confinamento de 1,3 bilhão de habitantes em 8 de junho, as infecções quase quadruplicaram, embora o governo esteja tentando avaliar as recuperações e a baixa taxa de mortalidade de 15,31 mortes por milhão de habitantes, segundo dados oficiais.
Em uma série de tweets, o Ministério da Saúde lembrou que, com “658 casos por milhão de habitantes”, a pandemia na Índia tem “entre 4 e 8 vezes menos (incidência) do que nos países europeus” e “entre 8 e 16 vezes menos do que na Rússia e nos Estados Unidos”.
Ele também indicou que “a taxa de recuperação, de 52% em meados de junho, passou para 63% um mês depois, o que está ajudando a contínua queda nos casos ativos de covid-19”. De acordo com o ministério, do mais de 1 milhão de casos positivos registrados desde o início da pandemia, 635.756 podem ser considerados recuperados.
“É verdade que os casos cresceram muito”, reconheceu à Efe o ex-diretor do ICMR (Conselho Estadual de Pesquisa Médica da Índia) e o virologista Jacob John Tekkekara, mas a situação “não é muito preocupante em comparação com a de outros países” , razão pela qual descartou no momento um novo confinamento nacional.
“O confinamento é útil para parar o vírus, mas também para não desmoronar o sistema de saúde. Os hospitais, até o momento, estão conseguindo atender o número de pacientes e o distanciamento social pode parar o vírus”, disse ele.
Apesar de o país ter entrado em sua segunda fase de desescalada da quarentena estrita em 1º de julho, em que qualquer atividade ao ar livre já é permitida, exceto nas áreas de contenção e naquelas que envolvem concentrações massivas de pessoas, como a metrô ou bares, alguns estados impuseram restrições.
Assim, o nordeste de Bihar, Bengala e Tripura já anunciaram confinamentos parciais para impedir a propagação do vírus, bem como o estado ocidental e turístico de Goa.
No pólo oposto, a Índia decidiu começar a operar vôos internacionais através de “bolhas aéreas” com vários países, o primeiro dos quais desde sexta-feira com os Estados Unidos.
FONTE: R7, com EFE
Add Comment