FILOSOFANDO
“Não, a lei não é para todos no Brasil.” ELIANE BRUM (1966) é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna Prestes – o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos, e do romance Uma Duas.
LANÇAMENTO
Não deve demorar a chegar a Rondônia. O lançamento nacional do filme “Polícia Federal – a Lei é Para Todos” aconteceu no feriado de 7 de Setembro. No exato momento em que novas informações sobre a hecatombe da corrupção no mundo político são tornadas públicas. Com as novas revelações se sabe que o PT funcionou como uma fantástica máquina de arrecadação bilionária (Para que um partido político precisa de tanto dinheiro?), que o essa figura vergonhosa dessa republiqueta tinha uma verdadeira caixa forte num apartamento, para guardar parte do fruto das propinas. Numa terra onde um sujeito dessa cepa guarda mais 51 milhões de reais num apartamento está mais do que claro que a lei não é mesmo para todos.
MESMO SACO
Essa coluna não noticia as constantes promessas feitas pelos políticos de liberação de recursos do tesouro do estado, nessa mistificação batizada de “emendas” parlamentares. Isso não serve para classificar a qualidade do politico, especialmente no seu comprometimento ético de representação popular. Dito isso, fica registrado que os políticos de Rondônia não diferentes da escória que domina a política nacional. É tudo farinha do mesmo saco.
DESASTRE
A política atual é um desastre, nossos políticos não aprendem e não se emendam, ou pior: não querem mudar e colocam jogo de interesses partidários e, especialmente, vontades pessoais acima do Estado e da Nação. Quem entra na política – coisa muito comum em Rondônia – como autêntico pé-rapado aumenta exponencialmente seu patrimônio numa velocidade inacreditável.
Se os chamados órgãos do controle externo realizassem, de ofício, as investigações fundamentais, comprovar-se-ia o inescrupuloso comportamento do cotidiano de nossas casas legislativas (e também nos Executivos), comportamento esse que precisa ser mudado com urgência. É perfeitamente justificável campanhas que tomam corpo nas redes sociais alertando eleitores para não reeleger ninguém.
SÓ PENSAM NELES
O pior de tudo isso, é que eles, os políticos, não estão pensando no Brasil, e sim neles mesmos, em interesses próprios e exclusivos; não estão preocupados com o que acontece no país, são alheios aos problemas nacionais e ao sofrimento da população brasileira. Ou você, caro leitor, acredita mesmo que o Valdir Raupp e seus colegas estão preocupados com o Brasil, estão sofrendo com a angústia dos desempregados, dos que não podem mais comprar remédios, não têm segurança, etc, etc.
CENÁRIO LOCAL
Veja o comportamento da maioria dos deputados rondonienses. Eles deveriam demonstrar boa vontade, convergindo para pontos comuns na busca de soluções às questões que travam o desenvolvimento econômico e social e preocupam todos os rondonienses. Entretanto, usam as Casas legislativas com esse objetivo condenável da politicagem e da enganação, apresentando propostas insanas, distribuindo votos de louvor indiscriminadamente, realizando audiências públicas sem qualquer efeito prático e sem objetividade, aprofundando ainda mais o cenário de instabilidade e de fragilização do sistema de representação popular.
A CHANCE
As eleições estão chegando, e com ela a chance de mostrarmos que sabemos avaliar todos esses atos, cobrando de todos a falta de interesse pelo bem comum. E bom será que o povo rondoniense manifeste sua repulsa de quantas maneiras puder, principalmente pelo voto, arma cidadã própria da legítima democracia.
SEMANA AGITADA
A Semana da Pátria não é comemorada mais com o ardor de civismo de antigamente. Esta semana, em particular, está muito mais turbulenta. Afinal num apartamento de Geddel, não onde ele mora, encontraram “malas e mais malas” com fortunas, exatamente como o doleiro Funaro contou. Lógico que Geddel negou, sua palavra não vale coisa alguma, afinal ele é amigo intimissimo de Temer e talvez por isso tentou construir um imóvel em área “tombada” da Bahia. Criou tanto problema, que conseguiu a demissão do Ministro da Cultura. Mas foi exonerado também. E logo depois preso.
CAMPEÃO
Com mais de 2 milhões de processos por ano, desde 2012 (números do CNJ), o Brasil é o campeão mundial em ações trabalhistas. Em 2005 foram pagos aos reclamantes R$ 7,19 bilhões e, em 2006, R$ 6,13 bilhões até setembro. Na média mensal, o volume de 2006 ficou 13% superior ao do período. Com 1572 varas instaladas, a Justiça do Trabalho é a grande ausente na maioria das cidades brasileiras. Dos 5.576 municípios a especializada atinge tão somente 23% do total.
ECONOMIA POSSÍVEL
O “Placar da Justiça” fixado no Congresso em Brasília, faz uma estimativa em tempo real do número de processos judiciais. E revela mais: 42 milhões dessas ações (40% do total) poderiam ser solucionadas sem a intermediação de magistrados, o que acarretaria uma economia estimada em R$ 63 bilhões aos cofres públicos. A iniciativa é da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). E mais no ano de 2016, 3 milhões de novas ações trabalhistas ingressaram neste judiciário.
POSIÇÃO DE RAUPP
Fonte acostumada a acompanhar de perto as maquinações de Brasília contou à coluna que o senador rondoniense Valdir Raupp se uniu a outros próceres da política nacional, como Romero Jucá, para desqualificar as investigações da Lava Jato, depois das denúncias em torno da pisada de bola da PGR nas delações dos irmãos da JBS.
Assim como companheiros importantes do PMDB e também de Lula e de Gilmar Mendes, também Raupp não vê hora de dar um basta às denúncias que todos os dias estremecem Brasília, já que ele é também réu em processos que tramitam no STF. Valdir Raupp acredita que o enfraquecimento de Janot contribui com fortalecimento da ideia de esvaziar a Operação Lava Jato. A imoralidade, pelo visto, virou sinônimo da política até mesmo em Rondônia.
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