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Imagens aéreas mostram fissuras em área de mina que pode desabar em Macéio/AL

O distrito foi construído em volta de uma mina da Braskem, no bairro do Mutange. Famílias foram retiradas da região, que pode desabar a qualquer momento

A área ao redor da mina 18 da Braskem, em Maceió, representa uma ameaça às moradias construídas no bairro vizinho do Mutange. Nesta sexta-feira (1º), o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PSB), divulgou imagens que mostram fissuras no terreno da mina 18. 

Algumas delas têm vários metros de extensão, o que ilustra o que vem ocorrendo com o solo no local.

Na tarde desta sexta, a Defesa Civil informou que o afundamento na região ocorria a uma velocidade de 2,6 cm por hora, com deslocamento acumulado de 1,42 m. Horas depois, o órgão informou que a velocidade do afundamento tinha se reduzido para cerca de 1 cm por hora.

Mais de 14 mil imóveis já foram desocupados no bairro do Mutange, vizinho à mina. Isso porque há a possibilidade de que se abra uma cratera do tamanho do estádio do Maracanã. 

O prefeito João Henrique Caldas, conhecido como JHC, apontou as áreas com maior risco de desabamento, em um vídeo divulgado nas redes sociais que mostra o sobrevoo da região. “O nosso objetivo é salvar vidas e responsabilizar a Braskem”, afirmou.

Evacuação

Em nota, a prefeitura informou que o alerta é máximo e, por precaução, a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização, “enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”.

Uma capa, agora fina, cobre a cavidade 18, uma mina da Braskem no Mutange. Esta e outras minas foram criadas em decorrência da atividade de mineração para a extração de sal-gema, um cloreto de sódio usado para produzir soda cáustica e policloreto de vinila (PVC).

Essas minas são como cavernas que ficam sob uma lagoa. O topo dessas cavernas pode colapsar a qualquer momento. Os possíveis impactos ambientais são imprevisíveis.

A preocupação é que o desabamento possa ocasionar grandes crateras, além de tremores. O efeito cascata de rompimento de solo em outras regiões também é uma possibilidade. Cinco abalos sísmicos foram registrados no Mutange somente no mês de novembro.

Em nota, a Braskem afirmou que continua mobilizada, monitorando a situação da mina 18 e tomando todas as medidas cabíveis para a minimização do impacto de possíveis ocorrências. O monitoramento, segundo a empresa, está sendo feito com equipamentos de última geração. “Todos os dados colhidos estão sendo compartilhados em tempo real com as autoridades, com quem a Braskem vem trabalhando em estreita colaboração.”

Leia na íntegra a nota da Braskem:

A Braskem continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, localizada no bairro do Mutange, tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências. Referido monitoramento, com equipamentos de última geração, foi implementado para garantir a detecção de qualquer movimentação no solo da região e viabilizar o acompanhamento pelas autoridades e a adoção de medidas preventivas, como as que estão sendo adotadas no presente momento.

Os dados atuais de monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área dessa mina e que essa acomodação poderá se desenvolver de duas maneiras: um cenário é o de acomodação gradual até a estabilização; o segundo é o de uma possível acomodação abrupta.

A área de serviço da Braskem nas proximidades da mina 18 está isolada desde a tarde de terça-feira. Ademais, a região onde está localizada referida mina (área de resguardo) já está totalmente desocupada desde 2020.

Desde a noite da quarta-feira, a empresa também está apoiando a realocação emergencial dos moradores de 23 imóveis que ainda resistiam em permanecer na área de desocupação determinada pela Defesa Civil em 2020. Essa realocação emergencial foi determinada judicialmente na tarde da quarta-feira e está sendo coordenada pela Defesa Civil. Até o momento, 22 desses imóveis já foram desocupados e os trabalhos prosseguem.

A realocação preventiva de toda a área de risco foi iniciada em novembro de 2019 e 99,3% dos imóveis já estão desocupados (dados de 31 de outubro de 2023).

SITUAÇÃO DAS CAVIDADES

A extração de sal-gema em Maceió foi totalmente encerrada em maio de 2019, e a Braskem vem adotando as medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, conforme plano apresentado às autoridades e aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Esse plano registra 70% de avanço nas ações, e a conclusão dos trabalhos está prevista para meados de 2025.

Das 35 cavidades, 9 receberam a recomendação de preenchimento com areia. Destas, 5 tiveram o preenchimento concluído, em outras 3 os trabalhos estão em andamento e 1 já está pressurizada, indicando não ser mais necessário o preenchimento com areia.

Além dessas, em outras 5 cavidades foi confirmado o status de autopreenchimento.

As demais 21 cavidades estão sendo tamponadas e/ou monitoradas, sendo que em 7 delas o trabalho já foi concluído. As atividades para preenchimento da cavidade 18 estavam em andamento e foram suspensas preventivamente devido à movimentação atípica no solo.

Todo o trabalho segue prazos pactuados no âmbito do plano de fechamento, que é regularmente reavaliado com a ANM.

FONTE: R7.COM

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