A avaliação interna é a de que o anúncio foi mal explicado pelo próprio governo e acabou levando a uma interpretação errada por parte dos consumidores
O governo federal avaliou como um erro a estratégia de comunicação por trás do anúncio de fim da isenção de imposto sobre encomendas internacionais entre pessoas físicas de até US$ 50. Para reverter a reação negativa à iniciativa, o Palácio do Planalto apostou em publicações nas redes sociais em uma tentativa de mobilizar influenciadores.
A avaliação interna é a de que o anúncio foi mal explicado pelo próprio governo e acabou levando a uma interpretação errada por parte dos consumidores – grande parte formada por adolescentes e jovens. As notícias sobre o assunto foram baseadas em informações divulgadas pela Receita Federal. O tema gerou um desgaste muito grande para o governo Lula nas redes sociais.
A iniciativa de reagir e tentar reverter a repercussão negativa, no entanto, não partiu do governo. No início da manhã, ainda de dentro do avião a caminho da China, a primeira-dama Rosângela Lula Silva, a Janja, usou suas redes sociais para rebater publicações que tratavam sobre o assunto.
“Tô aqui no avião com o Ministro Haddad que me explicou direitinho essa história da taxação. Se trata de combater sonegação das empresas e não taxar as pessoas de compram”, escreveu em resposta a uma publicação de um produtor de conteúdo com mais de 320 mil seguidores.
Janja disse que a taxação é para as empresas e não para o consumidor ao responder um perfil que replicava a notícia no Twitter. A publicação teve 8,1 milhões de visualizações. A resposta de Janja, 6,2 milhões.
A partir da publicação da primeira-dama, integrantes do governo, deputados e senadores aliados a Lula e influenciadores que atingem milhões de perfis aderiram ao movimento nas redes sociais. A avaliação ao final do dia foi a de que o governo conseguiu retomar a narrativa e contornar o desgaste.
No início da tarde, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, disse ser mentira que o governo acabou com a isenção. “Na verdade esta isenção nunca existiu! Nada muda para quem compra legalmente, pelo contrário, a medida trará mais segurança, rapidez na entrega e garantia de qualidade ao consumidor”, escreveu. A publicação do ministro chegou a 644 mil visualizações.
A Secom explicou em uma das publicações que “tudo segue igual para quem compra online, incluindo os preços”. De acordo com a publicação, “nada muda para quem compra e vende legalmente pela internet”. O alcance da Presidência no Twitter foi menor, chegou a 13,4 mil perfis na rede social.
O influenciador Felipe Neto também se manifestou sobre o assunto. No Twitter, fez uma série de publicações dizendo ser mentira que o governo Lula vai tributar empresas como Shopee, Shein e o AliExpress. Mais de 1,4 milhão de perfis foram alcançados pela publicação. Em nota, a assessoria de Felipe Neto informou que as opiniões são dele e que até hoje o influenciador não fez nenhum post a pedido do governo.
FONTE: CNN BRASIL
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