Governo e categorias do serviço público federal negociam reajustes salariais e de auxílios. Ministra da Gestão disse que está garantido reajuste de 19% até o fim do governo, mas sem parcelas este ano
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, reforçou, na manhã desta quinta-feira (11/4), não haver espaço no orçamento federal para conceder reajuste salarial de servidores públicos federais neste ano. O funcionalismo público demanda aumento salarial de pelo menos 22,71%, divididos em parcelas que iniciariam a partir de 2024.
Já o governo colocou à mesa a proposta de reajustar em até 19% os salários até o fim do governo, mas em parcelas, uma no ano passado (9%) e 4,5% em cada ano do no biênio 2025/26. Na entrevista no Bom dia, ministra, da TV Brasil, a ministra disse, no entanto, que entanto que o governo avalia aumentar a proposta. “Estamos discutindo internamente no governo um espaço orçamentário, não só para [servidores da área de] educação, mas também para demais servidores, para que a gente tenha um valor um pouco acima desse”, disse ao responder uma pergunta sobre a área de educação.
Ela ainda disse que ao longo do governo não haveria perdas para os servidores. “O que a gente tem pactuado inicialmente dentro do governo, que a gente garantiria para todo mundo 9% [em 2023], mais 4,5% [em 2025] e 4,5% [em 2026]. Ao todo, 19% acima da inflação do período, ninguém teria perda ao longo do governo do presidente Lula. Mas não teríamos facilidade de recuperar perdas de governo anterior por falta de qualquer reajuste de servidores naquele momento”, afirmou a ministra da Gestão, Esther Dweck.
Reajustar, mas só ano que vem
Durante o programa transmitido pela TV Brasil, a ministra também revelou que o governo discute aumentar o reajuste salarial previsto para iniciar o pagamento das parcelas no ano que vem. Seria uma porcentagem maior do que os 19% iniciais (a soma dos 9% já concedidos em 2023, 4,5% previstos para 2025 e 4,5% previstos para 2026).
Negociações
Esther Dweck também falou sobre as negociações com sindicatos de servidores públicos federais. Em todo o funcionalismo público, há categorias em greve, como os servidores técnicos da educação federal, e outras na iminência de realizar uma paralisação, como é o caso de algumas categorias de professores de universidades federais, que decidiram em assembleia interromper as atividades no dia 15 deste mês.
O governo tenta evitar um possível avanço de um movimento grevista para outras categorias do serviço federal. Para isso, equipes do MGI participam de reuniões com categorias sindicais, como foi o caso do encontro desta quarta-feira (10/4), no Conselho Nacional da Previdência, em Brasília.
O Correio acompanhou a reunião, na porta do prédio onde fica o conselho, na Esplanada dos Ministérios. Entre outros pontos, ficou decidido na reunião que negociações sobre reajustes salariais seriam interrompidas, caso novas categorias deflagrassem greve. O governo, com isso, condicionou negociação à não realização de greve das categorias.
Auxílios reajustados
Embora não houvesse mudanças nas propostas de negociação salarial, a reunião de quarta teve um consenso a respeito dos reajustes nos auxílios de alimentação, saúde e creche. A condição para isso, ressaltou o governo na negociação, foi evitar novas greves no funcionalismo público.
Dessa forma, em geral, o auxílio-alimentação subiria de R$ 658 para R$ 1 mil. O auxílio-saúde, de R$ 144 para R$ 215 e o auxílio-creche subiria de R$ 321 para R$ 484,90. Após a reunião entre categorias sindicais e o MGI, o Correio conversou com sindicalistas que participaram do encontro.
Uma delas foi Laura Gusmão, diretora colegiada da Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps). Segundo ela, as categorias terão 10 dias para votar as propostas de reajustes nos auxílio. “Vamos reunir a categoria e levar o tema para votação”, afirmou a sindicalista, que disse ainda não haver programação sobre quando seria este encontro.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
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