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Fumaça de incêndios afeta escolas, força uso de máscaras na amazônia e ameaça resto do Brasil

Ainda, o corredor de poluição que circula do Norte e de parte do Centro-Oeste rumo a Sul e Sudeste deve continuar a afetar parte do país da mesma forma

O recorde de incêndios na amazônia brasileira em agosto já era anunciado em dados parciais para o mês e agora se confirmou. Com o pior registro desde 2005, os 38.266 focos registrados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que a rotina de fogo e fumaça deve continuar.

Ainda, o corredor de poluição que circula do Norte e de parte do Centro-Oeste rumo a Sul e Sudeste deve continuar a afetar parte do país da mesma forma, já que deve chover abaixo da média no país entre setembro e novembro.

Nos próximos dias, uma frente fria pode ajudar a reduzir brevemente o calor, mas vai piorar a situação em regiões do Sul e do Sudeste -incluindo São Paulo- antes da sua chegada.

Entre os estados do bioma amazônia, segundo o BDQueimadas, do Inpe, a liderança de focos fica com o Pará, com 13.803 registros, seguido por Amazonas, com 10.328 -recorde da série histórica- e Mato Grosso (7.046).

No Amazonas, o município com mais focos de incêndio capturados pelo Inpe é Apuí, no sul do estado, cujos números quase quadruplicaram na comparação com agosto de 2023. A cidade tomou o primeiro lugar de Lábrea, que também viu os números mais que dobrarem -1.959 focos em agosto deste ano contra 867 em 2023).

Os dois municípios estão localizados no sul amazonense, numa região por onde a fumaça dos incêndios passa antes de seguir para o Sul do país, com contribuições de incêndios nos vizinhos Acre e Rondônia, Pará e Mato Grosso e também de países como Bolívia, Paraguai e Argentina.

Por causa da fumaça, o governo do Acre suspendeu a prática de atividades físicas nas escolas até que a qualidade do ar volte à normalidade e recomendou o uso de máscaras. Uma das estações no site Selva, da Universidade do Estado do Amazonas e da Fundação Universitas de Estudos Amazônicos, indicava, por volta das 18h de terça (3), 269,3 microgramas por metro cúbico (µg/m3) de material particulado no ar (PM2,5) em Rio Branco.

Na escala do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), a qualidade do ar é péssima, o pior nível, a partir de 125 µg/m3.

Em situação parecida estava a capital de Rondônia, Porto Velho, com uma das estações medindo 215,4 µg/m3 de PM2,5, também no início da noite de terça. A cidade viu os focos de incêndio em agosto, 3 em cada 10 no estado, quase dobrarem na comparação com os registros de 2023.

Esse cenário não tende a melhorar neste mês, segundo Marcelo Seluchi, coordenador geral de operações do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), já que a chuva prevista para o período de setembro a novembro deve alcançar um volume abaixo da média.

Assim, os dias de fumaça devem continuar em grande parte do país, saindo da amazônia, sendo desviados pela Cordilheira dos Andes e chegando ao Sul e ao Sudeste. “A situação continua a mesma, mas a fumaça vai mais para o Sul ou mais para o Sudeste de acordo com a posição das frentes frias.”

Entre esta quarta e a quinta-feira (5), uma frente vai passar pelo Sul e ajudará a “limpar” o ar, mas a alteração na circulação dos ventos antes de sua chegada ao Sudeste deve piorar a qualidade do ar em áreas do Sudeste como São Paulo, que também enfrenta queimadas próprias.

FONTE: FOLHAPRESS COM JORNAL DE BRASÍLIA

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