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Fome grave atinge uma em cada cinco famílias negras no Brasil, diz pesquisa

22% das famílias chefiadas por mulheres negras passam fome, contra 13,5% nas famílias comandadas por mulheres brancas

Uma em cada cinco famílias chefiadas por pessoas autodeclaradas pretas sofre com a fome no Brasil. É o que afirmam dados inéditos da pesquisa que, no ano passado, revelou a existência de 33,1 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar grave — e a relação entre fome e discriminação racial e de gênero no país.

Conforme suplemento divulgado nesta segunda-feira (26), 20,6% das famílias negras passam fome no país. O porcentual é quase o dobro do verificado nos lares chefiados por pessoas brancas, em que a fome atinge 10,6%.

Quando se leva em conta o gênero, a situação é mais grave, já que 22% das famílias chefiadas por mulheres negras passam fome, índice também acima dos 13,5% observados nas famílias comandadas por mulheres brancas.

Os números compõem a segunda pesquisa sobre insegurança alimentar no contexto da pandemia, cujos dados foram obtidos pelo Instituto Vox Populi entre novembro de 2021 e abril de 2022. O levantamento foi realizado pela rede Penssan, que reúne pesquisadores do assunto, em parceria com organizações da sociedade civil.

O recorte divulgado hoje mostra que, mesmo em famílias comandadas por mulheres negras de maior escolaridade — isto é, com mais de oito anos de estudos —, a fome atinge 15,9% dos lares, quase o dobro do porcentual nas famílias comandadas por mulheres brancas (8,3%). A falta grave de alimentos em famílias com crianças (menores de 10 anos) também é maior — 23,8% dos casos — em lares chefiados por mulheres negras.

“A falta de alimentos e a fome são maiores entre as famílias chefiadas por pessoas negras, principalmente mulheres negras”, comenta a professora Sandra Chaves, coordenadora da Penssan.

“Precisamos urgentemente reconhecer a interseção entre o racismo e o sexismo na formação estrutural da sociedade brasileira para implementar e qualificar as políticas públicas, tornando-as promotoras da equidade e do acesso amplo, irrestrito e igualitário à alimentação”, acrescenta.

FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO –  AGÊNCIA ESTADO

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