Em Linhas Gerais

Finalmente o ex-deputado (de 5 mandatos) Maurão de Carvalho recebeu condenação da Justiça rondoniense – por Gessi Taborda

ATRASADA

A coluna deveria ter sido publicada no último primeiro de maio. Sai agora, atrasada. A justificativa é a saúde debilitada do colunista decorrente da idade provecta e das doenças tipo diabetes, entre outras. Mas, mesmo sem estimulo, vamos tocando o parco enquanto o Poderoso permite. Sorry, leitores!

EMPOSSADOS

Ao empossar Luiz Cláudio no comando da Semagric na última terça feira, o prefeito Hildon Chaves prepara o terreno já de olho na campanha a reeleição do próximo ano. O novo titular da pasta desempenhou funções idênticas no governo do estado. E foi tão bem no cargo acabou chegando à Assembleia Legislativa de onde foi catapultado para a Câmara dos Deputados. Ele assume o lugar que era ocupado por Francisco Evaldo de Lima, agora transformado em Adjunto da pasta.

Luiz Cláudio é importante dirigente partidário. Presente no primeiro escalão do prefeito de Porto Velho vai fortalecer o projeto de reeleição de Chaves. Mantendo-se discreto até hoje, o prefeito vai realizando nomeações políticas sem esquecer o lado da capacitação técnica dos novos aliados.

PENAS AMENIZADAS

Gostaria de ser convencido do contrário, mas ao acompanhar a mesmice da política rondoniense e seus acontecimentos bizarros acabo acreditando na permanência do desafio descomunal colocado diante do governo e da sociedade para extinguir as práticas indecentes daqueles especializados em se locupletar dos recursos públicos por meio de esquemas de corrupção e desvios.

Esses esquemas patrocinados por nomes lustrosos da política do estado deixaram bilionários políticos e dirigentes públicos que, como se viu nos dias recentes, continuam premiados pela frouxa capacidade do judiciário de punir de forma realista aqueles que se locupletaram do dinheiro público nas últimas décadas. Da penca de políticos investigados e denunciados por suas práticas nefandas em operações do MP e da PF, a grande maioria teve suas penas reduzidas. E dois – que já estavam condenados – conseguiram absolvição do judiciário e agora posam de vestais.

INDECENTES

Foram as práticas indecentes (ou, se preferir, criminosas) que levaram o Beron à falência, gerando uma dívida impagável para os moradores de Rondônia. É engraçado perceber como todos aqueles que se deram bem na debacle do Beron não sofreram qualquer punição. Continuaram na sua “dolce vita” após transformar o Beron no Titanic.

Estão todos ricos e nem precisaram pagar o dinheiro generosamente sacado do falecido Banco do Estado.

A ferida deixada na novela do Beron continua ai após esses longos anos aberta e perturbadora. Não foi o povo que faliu o Beron. Foram nomes da órbita política, especialmente quando o governo foi entregue a um barbudo personagem caipira saído das quebradas do mundaréu para aportar por um longo período Brasília…

CINZAS

Finalmente o ex-deputado (de 5 mandatos) Maurão de Carvalho recebeu condenação da Justiça rondoniense pela prática de crimes como lavagem de dinheiro, peculato e desvios de dinheiro na Assembléia, num escândalo de fornecimento de passagens áreas para os mais chegados.

A condenação de Maurão de Carvalho, que chegou a ser cooptado pelo MDB para disputar a eleição passada como candidato a governo faz renascer das cinzas a esperança de que nosso Judiciário não aceitará mais a impunidade como praxe.

PRÁTICA COMUM

A ganância de políticos deslumbrados com o cargo acabou tornando o roubo e o desvio como prática comum na Assembleia Legislativa ao longo de sua existência. Não é a toa que 5 de seus ex-presidentes tiveram de passar uma boa temporada no xilindró. Agora, como é previsível, Maurão de Carvalho poderá engrossar lista dos ex-presidentes presos. É a opinião de especialistas, prevendo que o ex-deputado pastor poderá ir para o xilindró até agosto próximo.

GADO

Numa terra onde uma parte do eleitorado se comporta como gado é compreensível constatar a pouca repercussão desses fatos. Certamente o silêncio da mídia amestrada ameniza a indignação profunda na população ou, o que é pior, nas instituições de controle externo.

Aqui os políticos não costumam perder seu prestígio ao serem pegos nessas operações da polícia, nem as condenações na justiça. Eles continuam elegendo membros de sua família para os cargos em diversos níveis da representação.

Rondônia parece viver anestesiada para esses acontecimentos esdrúxulos enquanto suas autoridades do controle externo demonstram não estar preparadas ou não ter interesse em enfrentar o desafio da corrupção nas entranhas do estado.

TRAGÉDIA

Lamentavelmente nosso querido estado de Rondônia vai se transformando cada vez mais num autêntico palco de tragédias humanas. A violência urbana chega às raias do absurdo por aqui. São centenas de assassinatos registrados. E cada vez mais praticados em ataques insanos tanto na capital quando o interior.

Estou tratando desse assunto motivado pelo modo cruel utilizado para matar Josival Rodrigues Silva, o popular “Cueca”, ex-assessor do ex-deputado José Hermínio. Conheci pessoalmente o personagem. Ele era um tipo de faz tudo para o ex-deputado. Desconheço como anda a investigação do caso, mas não descarto a possibilidade de um crime com viés político.

APAVORANTE

Semana após semana, o que se vê no país é a ameaça do recrudescimento da inflação, a Petrobras majorando o preço do diesel, do gás e da gasolina, o aumento das taxas de desemprego, o enxugamento dos meios de pagamento e o déficit público, que, com tanto corte, ainda continua a crescer. Vê-se também a redução da atividade industrial, um setor organizado da economia que gera, quando anda bem, expectativas reais mensuráveis, além de empregos mais rentabilizados e a regular arrecadação de impostos.

CALADOS

Em Rondônia nossa classe política se mantém calada diante do cenário desesperador. E assim vemos subir as estatísticas do desemprego, do desequilíbrio social, da falta de oportunidades de trabalho e renda e as consequências que tais falências sociais desencadeiam e não conseguimos ouvir nada importante dos nossos dirigentes públicos, dos políticos e das lideranças sociedade civil. E o que fazemos diante de tanta miséria? Discutimos se o governador conseguiu melhorar o nível de seu chefe da Casa Civil. Um verdadeiro deboche àqueles que nunca tiveram voz e nunca foram ouvidos!

DISCURSOS VAZIOS

Deixo de frequentar a muito tempo os plenários dos legislativos (Câmara e Assembleia) exatamente por não existir mais quem trate de assuntos consequentes para a vida do cidadão. Aquilo lamentavelmente virou um deserto de ideias. De ninguém se ouve falar sobre qualquer providência ou estudo que seja, para se criarem alternativas econômicas e minimamente inteligentes para amenizar um problema que há décadas só se agrava e, com ele, debilita ainda mais as possibilidades de uma vida digna para os cidadãos de nossa amada Rondônia.

ASSUNTOS IMPORTANTES

Não ouvi até agora uma reação política inteligente à anunciada falência do Iperon por um membro do próprio governo, seu vice. Não recuperar o Iperon, tornando suas economias saudáveis é admitir que estejamos diante de uma tragédia inevitável.

E sobre a Caerd cada vez mais destroçada por uma sórdida corrupção e pela politicalha? Por que nossos políticos não tratam verdadeiramente desse assunto?  É esse descaso antigo de nossos representantes que me afasta cada vez mais daquilo que num passado não tão distante era chamado de “Poder do Povo”.

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