Em Linhas Gerais

Em Rondônia, a crise está ligada fundamentalmente à questão política – por Gessi Taborda

PARA REFLETIR

Em Rondônia, a crise está ligada fundamentalmente à questão política, uma doença degenerativa, uma cirrose, que corrói a economia. Em 2016 e 2018 a sociedade terá duas grandes oportunidades. Rondônia precisa de um ajuste ético e político. Enquanto isso não acontecer, a economia e o mercado não vão gerar os empregos que a população precisa por que não há crescimento à vista.

GOELAS PROFUNDAS

A União propôs a recriação da CPMF com a cobrança de 0,2 por cento. Para abastecer os cofres de estados e municípios, que ficariam com o acréscimo, a sugestão é elevar para 0,38 por cento. Sobre racionalização dos serviços públicos, nada. Fecham a boca. Só abrem a boca para morder ainda mais os que pagam tributos. O que existe não é nunca o suficiente: ICMS, IPTU, IPVA, Imposto de Renda, ISSQN, IOF, ITR, PIS/Pasep, Cofins, CSLL, ITDC e mais 60 tributos.

Na tarde de quinta feira o placar eletrônico Impostômetro mostrava que a arrecadação federal, desde 1º de janeiro, atingiu 1 trilhão e 658 bilhões de reais. Eles acham pouco. Talvez seja por isso que os deputados e senadores que você, eleitor rondoniense, mandou para Brasília ficam completamente mudos quando deveriam defendê-lo do aumento e da criação de novos impostos.

A FACE VERDADEIRA

Uma das coisas mais escondidas da opinião pública estadual pela mídia é o debate em torno do orçamento estadual. Isso não acontece pela simples complexidade da peça orçamentária. Há uma deliberada decisão em manter esse assunto longe da opinião pública, exatamente por ser revelador da verdadeira face da gestão pública do estado, em total contradição com a propaganda oficial custeada com o dinheiro do contribuinte.

O próprio governo não tem interesse em estimular um debate ampliado sobre o assunto, pois se isso acontecesse certamente a face verdadeira da administração revelaria como o filosófico governador rondoniense pensa pequeno, bem diferente das promessas utilizadas na campanha que lhe deu o segundo mandato.

NA RIBALTA

Confúcio vai por um ponto final em sua carreira de chefe do Executivo em 2018. No entanto ele já vislumbra uma grande possibilidade de continuar na ribalta da política, disputando uma vaga no senado. Daí seu esforço midiático em esconder, ou pelo menos maquiar, a verdadeira face de sua gestão da qual certamente o povo rondoniense não terá nenhuma saudade.

Esse é o objetivo principal da propaganda do governo – paga por pelo cidadão-contribuinte-eleitor – o de tentar vender uma imagem positiva de um político decante, para facilitar seu projeto de ir compor a bancada senatorial. Se a verdadeira face de seu governo – que transparece na peça orçamentária e no Plano Plurianual do Governo do Estado – será difícil para ele se manter na ribalta, como tanto deseja.

ESTADO SEM PROTAGONISMO

Pelos projetos encaminhados por Confúcio ao Legislativo é fácil constatar o que nos espera. A programática neoliberal do governador do PMDB não se desnuda apenas pelo caráter militarista que escolheu em sua mania de colocar à frente dos cargos de relevo do governo velhos coronéis da PM, numa eloquente demonstração de que ele, como governador, pensa pequeno.

Com os métodos confuciano não teremos reajustes para o funcionalismo, não serão chamados os concursados (mesmo que inicie agora, em novembro, a demissão de mais de mil servidores) e não teremos investimentos em setores estratégicos. Rondônia será mantida, até o fim da gestão de Confúcio, como um estado omisso, deixando de lado o seu destino de protagonizar e liderar uma sociedade rumo ao desenvolvimento.

SERVIÇOS DE QUALIDADE

A propaganda não modifica a realidade de um estado com menos saúde, menos segurança, menos educação e, com isso, com uma dívida social crescente.

A realidade orçamentária rondoniense é a de um estado que não assume seu papel social e econômico. Graças ao estilo de Confúcio, o governo não cria políticas indutoras do desenvolvimento e do crescimento sustentado, gerando mais renda para a população. Esse é um governo que não qualificou e nem qualificará o serviço público.

GOVERNO DO CAOS

Fora da propaganda e pela fria análise dos números orçamentários dá para constatar que a realidade desse governo é o caos. Não foi para isso que a maioria dos eleitores de Rondônia deu-lhe um segundo mandato. Será que esse mesmo eleitorado lhe daria uma cadeira no Senado da República, após todos os indícios de que este foi um governo pontilhado de casos de corrupção?

PESQUISA

Realizada pelo Ipsos Public Affairs, uma pesquisa revelou que mais de um brasileiro em cada 10 consideram que o principal problema a ser resolvido no Brasil é o da corrupção. Também ficou claro que o Índice de Confiança do Consumidor vem caindo vertiginosamente. O atual momento de desconfiança e criticidade da opinião pública brasileira podem ter efeitos ainda mais perversos para permanência da crise econômica.

EMBAIXADOR

O jovem João Paulo Gonçalves Menossi, de Ariquemes, foi o único representante de Rondônia selecionado, para participar do Programa Jovens Embaixadores, patrocinado pela Missão Diplomática dos Estados Unidos. Juntamente com mais 49 jovens de todo o Brasil, João Paulo Menossi, aluno da rede pública na cidade Ariquemes, vai ficar de 8 a 31 de janeiro de 2006 nos Estados Unidos, com todas as despesas pagas. Os jovens embaixadores serão recepcionados em Washington e ficarão hospedados em casas de famílias voluntárias. Lá participarão de reuniões com autoridades do governo dos EUA, líderes de ONGs, visitarão escolas e projetos sociais, participarão de atividades de voluntariado e, como representantes da juventude brasileira nos EUA, farão também apresentações sobre o Brasil, sua cultura e seu povo. O Programa Jovens Embaixadores foi criado pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e o primeiro grupo viajou em 2003.

ASSIM AGEM OS DEPUTADOS

A nova edição da Revista Congresso em Foco revela que o primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), gastou pelo menos R$ 100 mil da cota parlamentar com pareceres jurídicos que são, na verdade, cópias de textos publicados na internet, inclusive reportagem jornalística e trabalho de estudante de Direito. O material foi reproduzido sem autorização dos respectivos autores e, em alguns casos, sem qualquer referência à autoria. E tudo acabou sendo dinheiro jogado fora.

Mesmo com os serviços prestados, nenhum dos pareceres jurídicos apresentados foi convertido em projeto de lei ou proposta de emenda à Constituição pelo deputado.

BRADESCO LUCROU MENOS

O Bradesco anunciou ter registrado lucro líquido contábil de R$ 4,12 bilhões no 3º trimestre deste ano. O valor é 7,9% abaixo do verificado nos três meses anteriores. No entanto, em relação ao mesmo período do ano passado, o lucro aumentou 6,3%. No ano, de janeiro a setembro, a instituição acumula ganhos de R$ 12,837 bilhões, abaixo do valor atingido no mesmo período de 2014, de R$ 11,096 bilhões.

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