GOVERNO ENDIVIDADO
A maioria dos rondonienses não atentou até agora para o tamanho da dívida que o atual governo deixará como herança para a administração a ser iniciada em 2015. Esse é um daqueles assuntos guardado a sete chaves pela gestão atual. Pouquíssimos políticos e gestores do estado tiveram – mesmo sendo este um ano eleitoral – coragem de abrir essa caixa preta para explicar detalhadamente o tamanho das dificuldades econômicas que nos esperam. Bem, a dívida é de quase 3 bilhões e meio, na revelação feita pelo economista Alexandre Manoel, do IPEA, em matéria publicada pelo respeitado site UOL.
Se não fosse essa publicação, os rondonienses (em sua ampla maioria) poderiam ir para as urnas sem a clareza necessária da situação econômica do governo e acabariam vítimas fáceis do engano com as propagandas feitas para mascarar a situação perigosa para o futuro de médio prazo de Rondônia.
TERRA ARRASADA
O primeiro candidato que tomou conhecimento da revelação caracterizando o perigo de uma débâcle maior da economia rondoniense a partir de 2015 foi Expedido Júnior, do PSDB. Pelo menos foi o primeiro a se manifestar sobre o assunto.
O candidato tucano não quer tratar o imenso endividamento do estado como um assunto explosivo. “Nada de discursos de terra arrasada”, disse. E mesmo assim acabou que reconhecendo que a enorme dívida “vai tirar recursos” do próximo gestor do estado para os investimentos necessários.
AJUSTAMENTO
É perfeitamente aceitável, dentro do contexto político, a afirmação do candidato de que não se assusta com a dívida gigantesca porque “mantém os pés no chão” para resolver os problemas rondonienses.
Porém (e sempre tem um porém) cabe a quem busca a vitória eleitoral para governar Rondônia dar detalhes de seu plano (se é que possua um plano) para fazer o ajustamento da economia estadual, equacionando seus gargalos e resolvendo impasses como a questão déficit orçamentário excessivo.
STAFF
Num estado onde o governo acaba sendo cercado por um monte de notórios parasitas, muitos com grande influência nas tomadas de decisões do governante, é importante ouvir dos candidatos se ele imporá condições para quem for ocupar pastas importantes para o controle do desperdício e para as mudanças econômicas ou se bastará ter sido algum colaborador eleitoral na estrutura da campanha.
O estado não deve ter mais um governo montado na base de arranjinhos de poder ou de caprichos pessoais como sempre foi praxe em Rondônia. Chega dos cambuquiras da vida, ou dos ayres falidos, doidos para arrumar um boquinha onde possam se aprumar novamente.
CRUCIAL
Certamente a palavra austeridade deverá estar contida no discurso de todos os candidatos, inclusive daquele que promoveu o endividamento acelerado do estado. Mas é preciso explicar detalhadamente no que consistirá e como será aplicada a tal austeridade.
Com o volume da dívida anunciada pelo economista do IPEA (um instituto dos mais respeitáveis do Brasil) na sua entrevista ao UOL não há como esconder a crucial realidade: o estado de Rondônia se depara com uma gravíssima situação econômica e financeira. Em outras palavras: não há como ficar prometendo flexibilização das necessidades de ajustes no próximo governo.
TÁ CLARO
Os números preocupantes da dívida do estado rondoniense apontam uma necessidade: Rondônia precisa que o próximo governo tenha uma nova atitude em relação ao estado. Precisa de alguém com coragem para a reestruturação da dívida pública. Aquele que vencer precisa, já no início do governo travar esse debate no seio do estado sobre as técnicas e decisões políticas que precisam ser adotadas. Não há como garantir crescimento sustentável para Rondônia se as contas públicas não forem arrumadas.
A descoberta dessa dívida avassaladora nesse ambiente de pouquíssima geração de novos empregos, de baixo crescimento econômico, de quase nenhum investimento público na infraestrutura, deveria servir de ponto da virada para algo melhor, para um estado menos “silly”.
É ISSO QUE QUEREMOS
Seria bom sentir com a próxima gestão que Rondônia mudou. E com uma gestão pública e privada mais transparente, um Estado mais sustentável e justo, uma justiça mais atenta e interventiva, políticos mais responsáveis e uma população menos acomodada. Parece um desejo idealista, talvez irrealista.
No entanto, quem sabe a partir de discussões, debates e revelação fortes como essa sobre a dívida bilionária feita em nome do povo algo não mude positivamente pela qualidade do voto popular.
SÓ NO QUASQUASQUAIS
O que ganha a população com um concurso inventado pela prefeitura para destacar mulheres a serem premiadas pela municipalidade? Nada. E quem garante que as escolhidas por critérios desconhecidos da população não passam de pessoas alinhadas com os interesses políticos do próprio prefeito? Além de um negócio borocochô, certamente serve apenas para gastar dinheiro público e alimentar egos personalistas de aspones. Pobre Porto Velho!
A MORTE
A morte nos acompanha mudando a sorte do jogo. Levou Tancredo num recomeço de democracia, pondo em seu lugar alguém que não merecíamos depois de esperarmos tanto. Levou Ulysses quase da mesma maneira que acaba de levar Campos, deixando uma enorme incógnita nesta corrida para a Presidência. A morte prematura de Eduardo Campos leva consigo a morte da esperança de mudança da forma de fazer política. Lamenta-se muito o acidente que deixa um vácuo na ética, na harmonia e no consenso entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. A família perdeu um pai, marido, filho e a Nação perdeu um pouco da esperança de dias melhores.
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