NEGÓCIO RUIM
Se o leitor gosta de colecionar “pérolas” nas declarações de políticos certamente vai gostar do que está na declaração de bens apresentada pela presidenta Dilma à Justiça Eleitoral: um Fiat Tipo 1996, valendo (é o que está na declaração) R$ 30.642. Por esse preço é um negócio tão ruim quanto a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobrás. O fato é que esse modelo de carro não vale mais que R$ 8 mil no mercado de hoje.
ROBUSTEZ
Adversário mais competitivo do PT, Aécio Neves (PSDB) tem um carro bem mais luxuoso. O utilitário esportivo Land Rover Freelander 2012 foi declarado por R$ 166.500. Os veículos da marca inglesa são conhecidos pela robustez e exclusividade – apenas 2.402 unidades similares às compradas pelo tucano foram vendidas no Brasil. Na avaliação de várias pessoas, o carro diz muito sobre a personalidade do seu dono. Pode até ser.
CROCODILO
O brasileiro é criativo por natureza. E para retratar o exercício de carpideiras com seu choro fingido, acabou criando a expressão “lágrimas de crocodilo”.
E num paralelismo a essa expressão bem, que podemos entender como um puro exercício da hipocrisia – algo muito praticado nessas paragens – a decretação de luto oficial no município de Porto Velho pela morte de Eduardo Campos. É claro que o país ficou perplexo com a tragédia, mas isso não apaga a realidade: em Rondônia o partido de Campos preferiu compor com o PMDB, dentro daquela filosofia de ficar do lado que a vaca deita, uma prática comum nessa Rondônia onde a lei de Gerson dita boa parte do adesismo político.
NINGUÉM SABE
Que o estado de Rondônia terá de adotar para a próxima gestão a austeridade para reduzir o custo da máquina e enfrentar as questões da dívida bilionária todo mundo sabe. Será que o novo governador terá condições de acabar com penduricalhos custosos como a manutenção de Mangabeira Unger nos quadros do estado? Afinal, o que esse “servidor” que ninguém sabe e ninguém viu deu de retorno a Rondônia?
É MARINA
A emoção ainda é visível pelo tamanho da repercussão em todo o país. Como a eleição se realizará dentro de 50 dias, a emoção terá se dispersado e o novo nome a ser escolhido para a disputa presidencial vai influir nas expectativas da disputa final pela conquista do planalto.
Vice rigorosamente consolidada por Eduardo Campos teria e tem que ser referendada assim que a dor amainar um pouco. A não escolha de Marina seria a negação dos compromissos do próprio Eduardo, que mantinha Dona Marina integralmente.
MÉDIO PRAZO
A composição dos candidatos para o pleito desse ano nos remete a uma indagação para o próximo pleito que poderá determinar os rumos da capital de Porto Velho, a eleição municipal de 2016. Como os partidos se fecham em copas para novas lideranças, já é difícil acreditar em nomes capazes de promover modernização administrativa e reformas nesse sistema devidamente esgotado em termos de representação popular na cidade.
COFRES ABERTOS
Quando vemos personagens com ficha suja, com condenações por improbidades disputando nessas eleições o voto com candidaturas homologadas na Justiça, não dá para imaginar melhores diferenças nas próximas eleições municipais. Como agora, muitos entrarão na disputa com a certeza de que os cofres públicos estarão abertos para as suas falcatruas.
LEITOR
Maurício Antunes manda um recado revelando como está cada vez mais difícil acreditar no voto como instrumento de mudanças: “Desde 1990 ouço essa conversa de que o voto vai mudar as coisas desse país e – digo sem medo de errar – isso é conversa para boi dormir”. E ele continuou: “A mudança deve começar no sistema político atual. Se um deputado eleito, por exemplo, não estiver correspondendo às expectativas, deveria ser possível destituí-lo. Os salários dos políticos também poderiam ser reduzidos e deveriam ser criados conselhos locais para as pessoas discutirem e fazerem propostas”.
ABSURDO
Estive recentemente na capital de São Paulo e em Limeira, visitando parentes e amigos. Reparei que os preços dos combustíveis naquele estado estão muito abaixo dos praticados aqui em Porto Velho. Enquanto lá em Limeira, mesmo nos postos de bandeiras mais tradicionais, a gasolina aditivada não passa de 2,69. Aqui em Porto Velho, a gasolina aditivada mais barata está em 3,15. Qual a razão para essa diferença? Até agora não consegui uma informação convincente.
UFANISMO
Até a doutora Conceição, minha mulher, vibrou com ufanismo diante da conquista da Medalha Fields de matemática por um brasileiro. Mas se formos realista isso não tem grande importância para o ensino brasileiro. A matemática no Brasil é sofrível, basta ver as avaliações feitas anualmente. Tomara que existam outros matemáticos com a mesma qualidade nas nossas escolas, e que eles sejam descobertos nas escolas públicas. Em Rondônia, matemática é uma das disciplinas que mais reprovam e – como é sabido – quase nunca se completam o número de professores dessa especialidade na rede pública estadual.
À MODA ANTIGA
Nesses tempos de ferramentas modernas na comunicação social, a candidata Jaqueline Cassol está procurando se aproximar dos eleitores à moda antiga. É o que garante no release enviado à imprensa, afirmando que faz questão de bater de porta em porta, entrar nos estabelecimentos comerciais, ouvir a população – e também ser ouvida. A candidata está satisfeita com a receptividade dos eleitores por este estilo antigo de fazer política. A candidata não explicou se vai manter esse estilo até o fim e se, com ele, pretende ir a casa de cada eleitor.
OBSTRUIDA
O anúncio de que a prefeitura iria “desobstruir” as calçadas não resultou em nenhuma mudança de comportamento nos pontos principais dos passeios públicos de Porto Velho. Ontem a “maior” frutaria da cidade – que domina a calçada da Jorge Teixeira com Sete de Setembro funcionou normalmente, sem ser incomodada pela fiscalização municipal.
CAVALO
Ernandes Amorim, que já foi tudo e mais um pouco na política rondoniense, é também um saudosista. Começou a espalhar pelas ruas seu novo estilo de propaganda eleitoral: ele mesmo montado empinando um enorme cavalo, como ginete acostumado aos rodeios. Não deu para entender a mensagem: se para ser um bom deputado federal é preciso ser um dominador de cavalos ou se ele quer espalhar que não teme cair do enorme corcel.
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