DESASTRE REPETIDO
Recebi de várias fontes acostumadas ao uso das redes sociais para opinar os indícios de uma grande inquietação sobre o governo rondoniense iniciado no último dia primeiro. Em comentários focando a composição do secretariado do coronel-governador Marcos Rocha (PSL), a grande maioria não descarta mais uma gestão marcada por um desastre similar aos antecessores.
FISCAIS
A falta de sinalização em competência de interesse de combate à desorganização de instituições do estado, como soem ser a Caerd (só para exemplificar) reforça a ideia de que o novo governador não conseguirá mudar o cenário de recessão criado pelos gestores do passado.
Por tudo demonstrado até agora (especialmente na escolha do primeiro escalão) os graves problemas fiscais, verdadeiros entraves ao desenvolvimento rondoniense, não serão superados nesse ano.
Tudo leva a crer que exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal continuarão descumpridas. Especialmente com as despesas da folha de pagamento. permitindo a unidades do próprio governo manter o perigoso volume de nomeações (atendendo, pelo visto, interesses de família e de correligionários).
PÉSSIMA QUALIDADE
A perenização dos anos de incompetência, compadrio e outros vícios de gestão, responsáveis pela quebra de estatais do porte da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia, a Caerd, não estão com seus dias contados. A mediocridade continua sendo premiada como se pode deduzir da péssima qualidade das nomeações.
ORGÃOS EXTERNOS
O ruim de tudo isso é que o descontrole das finanças em Rondônia não estimulam ações conhecidas dos órgãos de controle externo (sempre cegos) e certamente não vão provocar, nunca, uma intervenção de instituições de nível superior. É exatamente por isso que praticamente nada muda.
COMO HIENAS
Usar a Caerd como argumento do desinteresse do estado em resolver problemas que afetam os cidadãos realça esse ponto de vista. Praticamente essa estatal nunca funcionou corretamente.
Sempre foi utilizada como moeda de troca política. Um cargo na sua cúpula diretiva desde os primórdios foi uma espécie de prêmio aos quais os interesses políticos se lançavam como hienas. Essa tem sido a práxis em todos os demais segmentos da gestão pública estatual, onde nunca o conceito de excelência de gestão foi levado a sério.
DESAFIO
Pelo visto o coronel-governador Marcos Rocha não conseguiu vencer o desafio de conseguir encontrar os melhores quadros para tocar a sua gestão. Vai ter de fazer ajustes imediatos. Colocando bons profissionais ao seu lado. Que trabalhem para além dos interesses de seus negócios particulares, de suas famílias ou de pequenos grupos, dedicando-se apaixonadamente pelo estado.
PIORES
Não pretendo ser um pessimista casmurro. Mas como ser otimista inveterado quando leio num desses potins do estado que um deputado eleito em Ji-Paraná vai deixar a cidade com destino a Porto Velho para tomar posse fazendo o percurso de bicicleta? Certamente será um novo político caricato do estado. Quando ouço coisas do tipo reforço a minha constatação de que político consegue ser pior do que um vendedor de seguros: ninguém gosta e ninguém confia nele.
PARA MEDITAREM
Os novos deputados estão eufóricos para assumir seus mandatos. Uma romaria já acontece na nova e suntuosa sede do Poder Legislativo estadual, nas torres faraônicas que serão inauguradas nesse dia 22, especialmente escolhido para permitir aos deputados derrotados nas eleições participarem da tal “sessão da saudade”.
Tomara que os novos parlamentares não deixem de meditar que Rondônia precisa de uma nova classe política, capaz de gerar bons exemplos a partir de seu parlamento. Não é possível continuar no sistema antigo de produzir enxurradas de leis inconstitucionais. É preciso respeitar a legalidade nas propostas, levando-se em consideração a ética.
EMBUSTEIROS
Os embustes inventados apenas para atender interesses demagógicos não podem mais prosperar. É preciso defender intransigentemente os recursos públicos. Aventuras injustificáveis como a TV Legislativa, os milhões torrados com publicidade (é preciso acabar com o contrato de 14 milhões prestes a ser assinado), os gastos absurdos em realizações da Assembleia Itinerante para atender interesses de grupos caramelados de parlamentares, precisam acabar!
MENTIRA
Não será apenas um novo e luxuoso endereço que vai por ponto final na prática mentirosa das ações parlamentares no estado. Ações estas, no seu geral, voltadas para a manipulação, visando enriquecer quem chegou pobre no parlamento.
Os deputados devem iniciar a próxima legislatura assumindo o verdadeiro compromisso de trabalhar em favor da sociedade rondoniense. Que os desatinos praticados pela velha política não se repitam! Que o novo legislativo pare de desdenhar do povo rondoniense!
TRANSPARÊNCIA
A coluna não vai embarcar na especulação de quem será o novo presidente da Assembleia Legislativa. A praxe é que mais uma vez a escolha sairá de acertos nada republicanos. E porque seria diferente agora?
Seja quem for, o novo presidente do Legislativo estadual deveria terminar com o costume de esconder dos cidadãos os gastos custeados pelos contribuintes com a atividade parlamentar.
Não basta manter no site da Casa uma secção sobre transparência que não fornece, por exemplo, o nome de todos os funcionários (sobretudo os comissionados) com seus respectivos vencimentos. Ou até mesmo a relação dos deputados que recebem auxílio moradia e em que valores.
OS NOSSOS FABRÍCIOS
Não pense os leitores que Rondônia está livre de casos como o do Fabrício Queiróz, lá da Assembleia Legislativa do Rio. Aquele que com suas movimentações suspeitas descobertas pelo Coaf acaba colocando a família Bolsonaro numa situação desconfortável, para dizer-se o mínimo.
Certamente se os órgãos do controle externo investigar a ALE rondoniense verá o mesmo acontecendo por aqui. Exatamente a falta de transparência na contratação de servidores permitiu o inchaço das folhas no sistema gafanhoto, que culminou em operação como a Dominó, levando deputados (até presidentes da mesa) para a cadeia.
SUGESTÃO
Em fevereiro, assumem os novos deputados. Que eles pressionem por mais transparência. Que esses deputados escolham para presidir a mesa da Assembleia algum deputado que sempre se manteve longe de escândalos e de atos de corrupção. Alguém que tenha capacidade de convencer os colegas a perderem privilégios injustificáveis, abrindo mão de sigilos que favorecem a existência da folha de gafanhotos, autêntico ralo do dinheiro público usado para o enriquecimento ilícito.
LOGO ALI
O ano de 2020 está logo ali. É quando novas eleições irão acontecer para a escolha de vereadores e prefeitos. É claro que as eleições de outubro refletirão na montagem do cenário da disputa. O tabuleiro eleitoral já está sendo reconfigurado em todo o estado, com o crescimento de novas legendas, principalmente o PSL que elegeu até o governador do estado rondoniense.
PREFEITO HILDON
O anúncio de um novo secretário para a Semtran é sim um forte indício de que Hildon Chaves vai ser candidato à reeleição em 2020 à prefeitura de Porto Velho. Ele tem consciência das enormes dificuldades existentes em sua gestão na consecução das obras do seu programa da disputa passada, entendendo ser natural a redução dos índices de aprovação que detinha no início de sua gestão.
E exatamente por isso o prefeito está convencido da importância “do segundo mandato” para completar os projetos do programa e apresentar outros “sem mirabolância”, concretizando já as coisas simples de fazer.
RECONHECIMENTO
O prefeito não se deixa abater pelas “exageradas críticas” de adversários e garante que a população de Porto Velho tem deixado claro “seu reconhecimento” de que ele “tem lutado com todas as forças para revitalizar a cidade”, inclusive em projetos ambiciosos como o da revitalização do complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, às margens do Rio Madeira e das áreas lindeiras da Praça da Estação da EFMM.
ELEFANTES BRANCOS
O prefeito destaca a conclusão de obras paradas como os viadutos que, graças à sua gestão deixaram ser a manada “de elefantes brancos” que tanto mal causavam ao plano viário da capital rondoniense.
Novas obras importantes serão iniciadas nesse ano e deverão terminar dentro do período do mandato. Isso vai fortalecer a imagem de Hildon Chaves como um homem de compromisso, “o que sempre fui!” enfatiza o prefeito.
ALIANÇAS
O prefeito Hildon Chaves pretende reduzir a partir desse ano as viagens para fora do estado. Talvez por esse motivo evita detalhar passos dados na articulação política para viabilizar seu projeto para a disputa de 2020. “Ainda está muito cedo e tem muita água para correr!”, costuma comentar.
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