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Denúncia contra João de Deus ficará com juíza responsável pelo caso

O líder espiritual é acusado de abusar sexualmente de centenas de mulheres durante os atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola

A juíza Marli de Fátima Naves, plantonista da 3ª Região do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, despachou, no fim da tarde deste sábado (29/12), a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) contra João de Deus.

Nessa sexta-feira (28), o MP apresentou à Justiça a primeira denúncia contra o médium por violação sexual e estupro de vulnerável. O líder espiritual é acusado de abusar sexualmente de centenas de mulheres durante os atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola, na cidade de Abadiânia (GO).

A magistrada determinou no despacho que a conclusão do processo será feita pela juíza responsável pela ação e não por ela. Segundo Marli de Fátima Naves, esse tipo de ação não pode ser analisada no plantão judiciário, como determina a Resolução 71/2009 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A plantonista determinou ainda que uma cópia da denúncia seja enviada ao Tribunal de Justiça de Goiás, Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF), para fins de conhecimento das cortes superiores quando da análise dos habeas corpus impetrados.

Também neste sábado, o Metrópolesteve acesso a uma foto que mostra o médium ao ser registrado no sistema penitenciário após ser preso (imagem em destaque). João de Deus está no Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia, e nega os crimes.

A denúncia
A acusação do MPGO contra João de Deus foi feita com base em quatro casos relatados entre abril e outubro deste ano, sendo dois por violação sexual e dois por estupro de vulnerável. Outros 10 que prescreveram são relatados no documento para ajudar na comprovação do modo de agir do médium. Cinco vítimas também constam da denúncia, mas os depoimentos delas precisam de diligências para serem confirmados.

O médium prestou o primeiro depoimento no MP na última quarta-feira (26). Ele afirmou que não se lembra das mulheres que o acusam de violência sexual, uma vez que atendia aproximadamente 1,5 mil pessoas por sessão. Também negou ter praticado qualquer tipo de abuso contra suas seguidoras, segundo o advogado Alberto Toron.

O Ministério Público já coletou 78 depoimentos formais de mulheres que se dizem vítimas do líder espiritual. No dia 10 de dezembro, foi criado o denuncias@mpgo.mp.br, endereço de e-mail com finalidade única de receber denúncias. Mais de 600 mensagens já chegaram ao MPGO.

Do total, 260 se apresentam como vítimas em potencial. Onze residem no exterior: quatro nos Estados Unidos, três na Austrália, uma na Alemanha, uma na Bolívia, uma na Bélgica e uma na Itália. Funcionário da Casa Dom Inácio de Loyola, Chico Lobo afirmou que o local está funcionando normalmente, apesar da prisão.

Prisão
João de Deus cumpre prisão preventiva desde o dia 16 de dezembro, em Aparecida de Goiânia (GO). O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) determinou o bloqueio de R$ 50 milhões em bens do médium. A decisão tem o objetivo de garantir eventuais indenizações. O dinheiro será usado para reparação das vítimas, caso o líder espiritual seja condenado por abusar sexualmente das denunciantes, bem como para evitar ocultação e dilapidação patrimonial.

O médium já conseguiu pelo menos uma vitória na Justiça. O TJGO concedeu habeas corpus liminar ao acusado pela prática do crime de posse ilegal de cinco armas de fogo encontradas em seus imóveis durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão no dia 18 de dezembro. Neste sábado, a promotora Leila Maria de Oliveira, da 50ª Promotoria de Justiça de Goiânia, apresentou recurso contra a decisão que revogou essa prisão.

FONTE: METROPOLES.COM

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