Próxima audiência está marcada para quinta-feira (8), quando colegiado vai apurar eventuais falhas em documentos da barragem da Vale
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apura o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi prorrogada por mais dois meses. Os deputados se reuniram no fim da tarde desta terça-feira (6) pela primeira vez após o recesso da Câmara dos Deputados.
A sessão durou apenas 16 minutos, tempo suficiente para que fosse aprovado um requerimento de autoria do relator da CPI, Rogério Correia (PT-MG), que pedia a prorrogação dos trabalhos do colegiado por mais 60 dias. Aberta em 25 de abril, os trabalhos da comissão, portanto, vão até o dia 25 de outubro, quando a tragédia completará nove meses.
A próxima sessão da CPI de Brumadinho na Câmara dos Deputados está marcada para esta quinta-feira (8). Três pessoas foram convocadas para prestar depoimentos na sessão: o engenheiro geotécnico Armando Mangolim, o ex-funcionário da Vale Lucas Brasil e o engenheiro geoconsultor Paulo César Abrão.
Brasil teria sido o funcionário responsável por receber o PAEBM (Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração), elaborado pela Walm Engenharia. O plano é pré-requisito para que a Vale conseguisse o licenciamento da barragem.
Segundo o relator da CPI, deputado Rogério Correia, a Polícia Federal trabalha com a hipótese de falha na elaboração desse documento.
— O PAEBM já informava que um eventual rompimento da barragem destruiria áreas industriais da empresa, incluindo o restaurante e a parte administrativa. Mesmo com a previsão, nada foi feito pela empresa para minimizar os riscos com o objetivo de preservar vidas, nem mesmo a sirene de alerta tocou, porque também foi levada pela lama.
A barragem da Vale em Brumadinho se rompeu às 12h28 de uma sexta-feira, horário em que dezenas de funcionários diretos e terceirizados estavam almoçando no refeitório da empresa que foi varrida pela onda de lama de rejeitos de minério.
“Há também relatos sobre pessoas que seguiram as rotas de fuga e morreram, enquanto outras que não seguiram sobreviveram. Como um documento que deveria ser elaborado para prever cenários e propor estratégias de minimização de riscos teve tantas falhas de elaboração e de execução?”, questionou o deputado.
Já os consultores Paulo Abrão e Armando Mangolim foram contratados pela Vale para apurar um problema ocorrido na instalação de drenos horizontais profundos na barragem de Brumadinho.
FONTE: R7.COM
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