É GUERRA
O combate do mosquito Aedes aegypti virou missão nacional. O mosquito chegou a ser erradicado nos anos 1950, como parte das medidas de contenção da febre amarela, mas o vetor retornou anos depois e o Brasil sofre com epidemias de dengue desde 1986.
A situação em Porto Velho não é nada tranquila. O que não faltam são criadouros do mosquito em todos os cantos da cidade. E não adianta pensar no povo como culpado. A culpa está nos próprios gestores da cidade, acostumados a mantê-la suja, esburacada, sem um sistema pelo menos apropriado para evitar as águas paradas em consequência das chuvas. Isso sem falar nas centenas de terrenos baldios, tomados pelo mato, sem tapumes, como se fossem abandonados pelos proprietários e esquecidos pelos responsáveis da fiscalização municipal.
GUAJARÁ MIRIM
A guerra começou literalmente em Rondônia, com a participação do Exército, pela cidade fronteiriça de Guajará-Mirim. A Capital, desguarnecida de prefeito confiável, ainda está empurrando o caso com a barriga. E por isso o perigo está em todo o perímetro urbano. Afinal, em qual outra a existência de um terreno baldio, sem tapume e sem nada, pode ser visto ao lado do palácio do governo (Getúlio Vargas) que não seja em Porto Velho?
Será que isso não é motivo suficiente para a imediata intervenção de órgãos como o MP e o TCE exigindo responsabilidade da autoridade plantão contra tamanha desfaçatez. E nem deveria pesar num caso desses o tititi de que as autoridades não fazem nada por que a tal área (que já foi loja da extinta Teleron) é de um figurão do governo.
MUITO PREOCUPANTE
Para piorar a situação, o prefeito andou espalhando asfalto com aquela qualidade batizada de casca de ovo por vários pontos da capital na esperança de reduzir sua imensa rejeição popular e se viabilizar para disputar a reeleição.
Com as chuvas é praticamente certo o panorama de muito mais buracos nas vias, buracos esses que certamente servirão de locais propícios para a procriação dos mosquitos que, como se sabe, não são combatidos de verdade pelas autoridades da capital.
DADOS NÃO CONFIÁVEIS
No ano passado, o Brasil registrou 1,6 milhão de casos de dengue, o maior desde 1990. Em Rondônia a situação também foi complicada. Falou-se em número recorde, mas dados conhecidos não são confiáveis, visto que até hoje a gestão municipal não entendeu ainda a obrigação de ser transparente.
ATUAÇÃO DO EXÉRCITO
É preciso manter a esperança de que o Exército atue também em Porto Velho. É preciso acreditar que as autoridades do controle externo exijam que o prefeito faça alguma coisa para acabar com a sujeira que domina o cenário da cidade nas suas centenas de terrenos baldios, nos verdadeiros lixões em áreas urbanas, e até nas calçadas públicas todas erodidas e cheias de águas empoçadas onde o mosquito pode depositar seus ovos.
EXPLICAÇÃO
O deputado Leo Moraes tem aproveitado todas as oportunidades para reafirmar sua decisão de disputar a sucessão municipal, atendendo assim o indicativo de seu partido onde ele é tratado como candidato natural à prefeitura de Porto Velho.
Entre as motivações para encarar tal empreitada, Leo é claro: “Precisamos devolver a cidade ao povo, aos trabalhadores. Tirar das mãos de um prefeito fraco, individualista, que não tem compromisso com a cidade. Acabou com orçamento participativo, projetos importantes para a cidade não são levados em consideração”, afirmou.
SINALIZAÇÃO
O deputado e pré-candidato do PTB aceitou opinar sobre os enormes gastos que o prefeito Nazif vem fazendo na implantação da sinalização horizontal e também na exagerada instalação de semáforos, fazendo com que certas vias da cidade tenha uma sinaleira em cada esquina.
Leo Moraes concordou que faltam projetos sérios, lastreados em pesquisas científicas e estudos de engenharia de trânsito para a mobilidade urbana. Ele lamentou que a “indústria da multa” praticada pela prefeitura “arrecada mais dinheiro do que algumas agências bancárias”. Lamentou também que toda essa fortuna não é aplicada para melhorar a questão da mobilidade. “É por isso que providências prosaicas, como a colocação de placas com número de telefone indicando onde ligar no caso de problemas com a sinalização semafórica não existe”.
DESCONFIANÇAS
O deputado é totalmente favorável a uma investigação dos órgãos de controle externo sobre a destinação dessa fortuna arrecadada com as multas. Além de não acreditar que esse dinheiro está sendo destinado a projetos de mobilidade urbana, o deputado desconfia que “pode existir algum esquema” para a formação de caixa 2 de campanha e isso deveria motivar ações especiais preventivas da Justiça Eleitoral.
CORRUPÇÃO É O TEMA
Ao mesmo tempo em que a população sofre com a crise, a corrupção segue a galope no Brasil. Por isso mesmo, a queda do Brasil no ranking de percepção da corrupção, elaborado anualmente pela ONG Transparência Internacional, merece uma interpretação mais criteriosa do que o simples estarrecimento.
Quanto mais para baixo no ranking estiver o país, pior é a sua situação em relação a desmandos, fragilidade de controles e outros aspectos que favorecem atividades corruptas.
A queda no ranking acaba por expor, ao mesmo tempo, a dimensão da corrupção no Brasil e a capacidade de mobilização das instituições para combatê-la.
CENÁRIO LOCAL
A informação sobre a ligação mais do que íntima entre os interesses monetários de familiares do prefeito com o novo (??) sistema de transporte urbano colocado na capital, no fornecimento de serviços e alimentação aos novos empresários do setor (esquema que existiu com o monopólio do passado) acaba com a ilusão de que a capital rondoniense renunciou aos esquemas condenáveis de utilização do poder em favor da arrecadação das benesses.
Precisamos aqui também de uma espécie de Lava Jato, que faça guerra aos que corrompem e aos que são corrompidos.
ESTRANHO, MUITO ESTRANHO
É claro que nossas instituições, especialmente o MP e o Tribunal de Contas do Estado, têm um pessoal altamente treinado para identificar os corruptores que continuam agindo nessa parte do Brasil organizados em quadrilhas, convivendo com gestores ainda crentes na eterna impunidade.
É muito estranho que esse prefeito dê emprego e guarida a políticos escorraçados da vida pública pela sua intimidade com os esquemas delituosos do passado. Aliás, mais do que isso, o prefeito Mauro parece não se importar em dar emprego bem remunerado até a quem já foi julgada e condenada por fraudes na área da Secretaria de Educação, como é o caso da Epifânia Barbosa, apenas aguardando o final dos recursos para ir morar uma temporada na cadeia.
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