Mundo

China tenta retomar normalidade com hospitais cheios por Covid-19

No domingo (8), país asiático retira categoria de ameaça extrema, que classificava doença com perigo máximo e exigia medidas duras

onda de infecções por Covid-19 atingiu seu pico em grandes cidades como Pequim, enquanto o governo insiste que a situação está sob controle, apesar das dúvidas sobre os números oficiais de mortes e do fato de que os hospitais continuam a trabalhar duro para salvar vidas.

Após os três dias de folga pelo Ano-Novo, a capital chinesa registrou nesta semana uma retomada do trânsito, enquanto os escritórios regressaram gradualmente à agitação habitual, e os cinemas, restaurantes e outros espaços de lazer abriram as portas, numa aparente normalidade.

O metrô ultrapassou, na última terça-feira, segundo dados da capital, 7,1 milhões de viagens — acima dos 6,4 milhões registrados em 30 de dezembro ou dos 1,5 milhão do último dia 15, em plena onda de contágios após o desmantelamento da política de “Covid zero”, que estava em vigor havia três anos.

No distrito de Chaoyang, que abriga embaixadas e arranha-céus empresariais, muitos trabalhadores voltaram ao escritório nestes dias, após terem superado a infecção: “A vida continua. Todos os que conheço que foram infectados já se recuperaram, e era hora de voltar”, disse à EFE um entregador que costuma trabalhar naquela região.

Os restaurantes do bairro também estão vendo uma recuperação de consumidores após o pico de infecções, quando Pequim se transformou por algumas semanas em uma cidade-fantasma: “De qualquer forma, tudo está a meio caminho. Muitas pessoas já estão deixando a cidade para visitar seus parentes durante o Ano-Novo chinês”, afirma o balconista de um restaurante próximo.

Aliás, o desafio do gigante asiático será agora fazer face à propagação da Covid nas zonas rurais durante o Ano-Novo lunar, que em 2023 cairá entre 21 e 27 de janeiro.

Por essa razão, vários funcionários do estado insistem para que os responsáveis ​​pelas zonas rurais se preparem para a onda de infecções e que as pessoas em estado grave possam ser transferidas para, pelo menos, hospitais de nível distrital.

Embora cidades como Pequim, Cantão ou Xangai se recuperem gradualmente e voltem à normalidade, os estragos da onda de casos continuam a se refletir nos hospitais, onde os profissionais de saúde fazem todos os esforços possíveis para tentar salvar a vida dos doentes mais velhos e mais vulneráveis. Enquanto isso, os vídeos compartilhados nas redes sociais mostram longas filas nos crematórios.

A rápida disseminação do vírus pôs em dúvida a confiabilidade dos dados oficiais sobre infecções e mortes, que registraram apenas um punhado de baixas recentes pela doença, apesar de localidades e províncias estimarem que uma proporção significativa de sua população foi infectada.

Falta de transparência

A China insiste que nunca escondeu nada e que, durante três anos, compartilhou exaustivamente “dados e informações” sobre casos de Covid-19 e até apelou à comunidade internacional para evitar “politizar a pandemia”.

“O governo não quer que a verdade seja conhecida. Obviamente, há mais infectados e mortos do que os números oficiais, mas eles não querem espalhar o pânico nem reconhecer que a situação piorou”, comenta um morador anônimo de Pequim.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) demonstrou-se “muito preocupada” com a evolução da Covid-19 na China e cobrou “mais informação”, enquanto várias nações começaram a exigir testes de PCR negativos para quem pretende entrar nos seus territórios a partir do país asiático.

A China, que vai reabrir as suas fronteiras no próximo domingo pela primeira vez desde março de 2020, insiste que essas medidas são “desproporcionais” e “inaceitáveis”, embora tenha pedido aos seus cidadãos que cumpram os requisitos impostos por outros países para viajar.

Depois de três anos isolada do mundo, a China, segundo a imprensa oficial e porta-vozes, procura agora “facilitar as viagens entre fronteiras com segurança” para “normalizar os intercâmbios e a cooperação internacional”.

“Sinceramente, acho que essas restrições são exageradas, mas, ao mesmo tempo, não adianta o governo reclamar quando eles estão com o país completamente fechado há três anos”, diz uma moradora de Pequim que prefere não se identificar e que estava em uma fila para fazer um teste de PCR em uma das poucas cabines que ficam abertas ao ar livre.

A partir de domingo (8), a Covid-19 deixará de ser uma doença de categoria A na China, o nível de perigo máximo e que exige medidas mais severas de contenção, para passar a ser uma doença de categoria B, que contempla um controle mais frouxo, o que marca, na prática, o fim da política de “Covid zero”, desmantelada pelas autoridades após protestos ocorridos no fim do ano passado.

FONTE: R7.COM COM EFE

Comentar

Print Friendly, PDF & Email

About the author

Gomes

Add Comment

Click here to post a comment

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

COMPARTILHE

BAIXE NOSSO APLICATIVO

RESENHA POLITICA

TEIA DIGITAL

TEMPO REAL

PUBLICIDADE

Instagram

Instagram has returned empty data. Please authorize your Instagram account in the plugin settings .
WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com