De acordo com o governo, 1.192 pessoas ainda não foram encontradas
O presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, anunciou no domingo 11 um plano de busca de presos políticos desaparecidos durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). A data de lançamento foi escolhida por marcar os 49 anos do golpe de Estado.
Segundo o governo, faz parte do plano buscar o paradeiro de 1.192 presos que desapareceram no período, por meio de um trabalho conjunto com organizações de familiares de desaparecidos e mortos durante o regime militar. “Isso não é aceitável, não é tolerável, não é algo que podemos naturalizar”, afirmou o presidente.
A ideia é a reparação de todas as vítimas de violência, segundo Boric, e “a principal garantia de não repetição que podemos oferecer”. O lançamento do plano, no domingo, marcou o início das solenidades para o 50º ano do golpe, em setembro do ano que vem.
A ditadura chilena durou 17 anos e, segundo dados da comissão oficial que recolheu depoimentos de vítimas e familiares, deixou 40.175 vítimas, entre executados, detidos, desaparecidos, presos políticos e torturados.
Em janeiro, ainda na gestão de Sebastián Piñera, o governo lançou um projeto que prevê acelerar a busca por bebês sequestrados no regime, fazendo aportes de dinheiro e comprando kits de DNA para que organizações que se dedicam a essa procura realizem seu trabalho.
A organização Hijos y Madres del Silencio (Filhos e Mães do Silêncio) se dedica, desde 2014, a identificar menores sequestrados nos anos 1970. A entidade afirma que busca pelo menos 579 bebês desaparecidos no início da ditadura.
FONTE: REVISTA OESTE
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