Politica

Candidato Flávio Bolsonaro diz que não dará um centavo à Parada Gay

Flávio Bolsonaro (PSC) vai testar a capacidade de seu sobrenome. Na primeira eleição em que um membro da família concorrerá ao Executivo, o discurso é semelhante ao que levou o pai, Jair, ao posto de deputado federal mais votado do Rio. De dentro de seu gabinete na Alerj, Flávio defendeu o fim do patrocínio da Parada Gay, em nome da austeridade, e comparou a administração do prefeito Eduardo Paes à do PT no governo federal: “Essa política de toma lá dá cá tem que acabar”.
Parada Gay será proibida, caso o senhor seja eleito?
Parada Gay, de forma alguma, vai ser proibida. Agora, não vai ter um centavo de dinheiro público. Se todos nós candidatos, com exceção do Pedro Paulo (PMDB), entendemos que a prefeitura vai estar numa situação financeira muito difícil no ano que vem, a gente tem que enxugar a máquina pública. A minha prefeitura será marcada pela austeridade fiscal. Eu vou perguntar para a população do Rio: “Se a gente tiver um real, você prefere investir na Parada Gay ou na compra de remédio para o hospital?” Este evento se mantém sozinho, ele não precisa de dinheiro público.
No seu plano de governo, há a criação da Secretaria de Direitos Humanos. O que ela fará?
O foco dela será mudado dessa tradicional defesa de direitos humanos. No meu governo, nós vamos criar programas de atenção das pessoas vítimas dos criminosos. Soldado da PM que foi assassinado, a prefeitura vai dar assistência psicológica para aquela família, porque foi uma pessoa ordeira, morreu no exercício da sua função, vítima de um criminoso. A vida do crime é uma opção. Os defensores dos direitos humanos gostam de falar que eles não tiveram opção. Isso é uma falácia.
Qual é a sua avaliação da gestão de Eduardo Paes?
Acho que ele acertou em algumas coisas, errou em outras. Eu fui para um jogo na Olimpíada e passava ônibus a cada minuto. Agora, na vida real, no mundo pós-Olimpíada, está funcionando assim? Não. E por que não funciona? Porque o prefeito não tem o pulso forte para cobrar das empresas de ônibus para colocar mais veículos à disposição da população nos horários de pico? Esta é uma reclamação generalizada. Falta ônibus, e, quando passa, é ônibus lotado. Isso é uma sacanagem com o trabalhador. Tem que exigir que as empresas de ônibus coloquem mais ônibus. Só alguém independente, que não esteja no bolso de ninguém, vai ter condições de cobrar isso.
Charge do candidato
O que o senhor faria diferente?
A aliança com a qual Eduardo Paes chegou ao seu mandato foi por intermédio de concessão de cargos e criação de secretarias para atender esses conchavos políticos. Tem que mudar radicalmente essa mentalidade. O PT deu mostra, no plano federal, que este sistema está falido. Hoje, o prefeito só libera a obra do vereador se votar com ele no plenário. A política de toma lá dá cá tem que acabar. O Rio tem 29 secretarias e vamos reduzir para 18, extinguindo muitas, fundindo outras. No início do mandato, vou fazer um levantamento e extinguir pelo menos 20% dos cargos políticos.
O senhor defende que segurança pública também é atribuição da prefeitura. Pretende armar a Guarda Municipal?
O foco da Guarda Municipal hoje é arrecadação, combate ao camelô. Eu vou mudar isso. Ela vai fazer a segurança preventiva do cidadão. Eles vão ser treinados e qualificados para usar a arma de fogo na defesa do cidadão. Hoje, são 7.500 homens, e a legislação permite que a tropa chegue a 12.640. Vamos crescer este efetivo, obviamente dentro da realidade orçamentária que a gente vai aumentando. Há 1.200 que fizeram concurso público e já estão prontos, e eu me comprometi a chamá-los. A Guarda vai atuar no combate dos pequenos delitos, no que eu estou chamando de espaços urbanos seguros, os corredores comerciais, os pontos turísticos, locais de concentração de pessoas, como, por exemplo, a rodoviária e pontos de integração do BRT.
O senhor desmaiou durante o debate da TV Bandeirantes e seus críticos dizem que o senhor sucumbiu à pressão. O aconteceu?
Não foi isso. A oposição gosta de fazer meme e criticar. Eu estava num ritmo muito acelerado de campanha, me alimentando muito mal. Estava desidratado, muito estresse, muitas coisas acontecendo e meu corpo reagiu. Foi um problema médico. Mas, por via das dúvidas, vou levar minha garrafinha de água da próxima vez.
O senhor acha que isso pode prejudicar a sua imagem?
Não. Quem vota em Bolsonaro tem uma série de outras formas de avaliar nosso trabalho. E vão ter outras oportunidades. Eu estou acostumadíssimo a debater. Muitas vezes, as pessoas que estão me criticando fogem do debate comigo. Não tenho nenhum problema em debater com ninguém. Vou lá com 100% da minha saúde defender minhas ideias.
O senhor é um defensor da ideia de escola sem partido. Como a escola pública em sua gestão contará o que aconteceu no Brasil em 1964, quando os militares tomaram o poder de um presidente eleito?
Tem que contar de forma neutra. E mais: induzindo o aluno a pesquisar. O aluno vai para a internet, faz sua pesquisa, forma seu juízo de valor e vai apresentar para o professor, que não vai poder dar zero se o estudante achar que, naquela época, os militares impediram uma ditadura do proletariado no nosso país. É possível ter neutralidade. O que alguns professores fazem é formar militantes ao invés de estudantes. Não quero as escolas ocupadas com crianças sendo usadas como massa de manobra. Eu quero é que essas crianças ocupem o mercado de trabalho.
O senhor prefere, como Eduardo Paes, que as organizações sociais (OSs) façam a gestão de hospitais e Clínicas da Família no lugar da prefeitura?
Eu sou a favor de parcerias público-privadas na Saúde para a parte preventiva, como, por exemplo, programa de Saúde da Família. Eu acredito muito em contratar pessoas locais para fazer o trabalho de prevenção, porque conseguem transitar sem problemas mesmo com o tráfico de drogas, a milícia ou quem quer que seja. Agora, na parte da alta e média complexidade, acho que a administração deve ser direta da prefeitura, com contratação de médicos de todas as especialidades através de concurso público.

 

 

 

Fonte: extra.globo

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Gomes Oliveira

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