O governo federal alertou empresas brasileiras sobre embargos dos EUA impostos contra o Irã, afirmou o presidente Jair Bolsonaro, ao ser questionado sobre recusa da Petrobras em abastecer dois navios iranianos que estão há mais de um mês atracados na costa do Brasil.
Os dois navios de bandeira iraniana que trouxeram ureia ao país e pretendiam retornar ao Irã carregando milho estão parados ao largo do porto de Paranaguá (PR) desde o início de junho, com dificuldades de obter combustível para a viagem ao país asiático devido às sanções norte-americanas.
“Existe esse problema, os EUA de forma unilateral, pelo que me consta, têm embargos levantados contra o Irã, as empresas brasileiras foram avisadas por nós desse problema e estão correndo o risco nesse sentido”, disse Bolsonaro, em entrevista a jornalistas após participar de solenidade do Dia Nacional do Futebol, em Brasília, em referência a sanções impostas.
“Eu particularmente estou me aproximando cada vez mais do (presidente dos EUA Donald) Trump, fui recebido duas vezes por ele. Ele é a primeira economia do mundo, segundo mercado econômico, e hoje abri que o Brasil está de braços abertos para fazer acordos, parcerias, para o bem dos nossos povos.”
Os EUA têm ampliado suas sanções contra o Irã neste ano, visando atingir o setor petrolífero do país. Isso atrapalhou o reabastecimento dos navios, com a estatal Petrobras recusando-se a vender combustível por temer represálias ao violar as regras norte-americanas.
Em nota nesta sexta-feira, a Petrobras reiterou “que não forneceu combustível à empresa exportadora, pois os navios iranianos por ela contratados e a empresa iraniana proprietária dessas embarcações encontram-se sancionados pelos Estados Unidos”.
“Caso a Petrobras venha a abastecer esses navios, ficará sujeita ao risco de ser incluída na mesma lista, o que poderia ocasionar graves prejuízos à companhia”, disse a Petrobras.
Os iranianos são os maiores importadores de milho do Brasil e também estão entre os principais compradores de soja e carne bovina. Embora alimentos não sejam o foco das sanções dos EUA, o caso levanta alguma preocupação sobre as exportações do agronegócio ao país islâmico.
FONTE: REUTERS
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