Em Linhas Gerais

Baú cotado para ser o ‘chanceler’ de Confúcio e atrair investimentos em infraestrutura- por Gessi Taborda

A DÍVIDA É BRUTA

Estava em torno de 54% do PIB em 2011, evoluiu a 56,7% ao fim de 2013 e chegou a 63% em novembro passado, não sendo surpresa se ultrapassar 70% ao fim de 2015. Lembremos que o principal fator a contribuir para isto foi o forte volume de créditos subsidiados, acima de R$ 400 bilhões, concedidos pelo Tesouro ao BNDES e a outros bancos públicos para tentar manter a economia “rodando”. A dívida líquida, em torno de 36% do PIB, até que se manteve controlada, mas não é este o foco da preocupação, mas sim a dívida bruta. Pela nossa visão, a dívida líquida passou a perder sentido a partir de 2009, quando o Tesouro começou a emitir estes títulos, até chegar aos atuais R$ 400 bilhões.

 RECURSO LIMITADO

No Brasil, o respeito às leis é desimportante e explica a complacência com a corrupção. Mas faltou dizer o principal: a raiz é a Justiça que não pune. A meu ver, é fundamental reformar o instituto do recurso. O recurso é um direito, mas, se perder, a pena deve dobrar. Não creio que o assunto tenha sido abordado na recente reforma proposta. E enquanto for possível essa “prática marota do recurso”, gente como o Carlão de Oliveira, o Raupp, o Roberto Sobrinho continuará no bem-bom e ainda gozando da cara da sociedade e até dos tribunais.

 QUAL É O LEGADO

Ontem ao passar diante da Escola Padrão não pude deixar de sentir uma indignação diante do aspecto decrépito daquela unidade construída nos tempos em que Chiquilito Erse foi prefeito de Porto Velho. A escola tinha o objetivo de ser um marco inovador na Educação, inaugurando o que seria a chamada escola integral, seguindo a filosofia dos CIEPs implantados por Brizola e Darci Ribeiro, no Rio.

Lamentavelmente a visão que se tem hoje da tal Escola Padrão, ali na Avenida Amazonas, é a de um sonho desfeito, ou transformado num pesadelo, como um aviso de que nossas autoridades ainda não se deram conta do legado que Rondônia deveria deixar para as futuras gerações.

 E TOME PROPAGANDA

Diante do começo de um novo ano, como sempre cercado de expectativas, faz-se necessário refletir sobre o legado que estamos deixando para as gerações que chegam especialmente em relação à querida Porto Velho.

E quando vemos uma escola como o Colégio Padrão em sua aparência decrépita dos dias de hoje, é possível concluir, contudo, que o resultado deixado pela geração a qual pertencemos não é nada positivo até o momento.

E não importa quanto a prefeitura gaste em propaganda falando sobre a construção de novas escolas. O cenário é desolador, muito distanciado daquele padrão de excelência capaz de gerar orgulho a uma capital de estado que se pretenda estar inserida num cotexto de cultura e da intelectualidade nacional.

 INDICADORES RUINS

Mas acredito: é tempo de mudar a história. O que vem se desenhando é um contexto desfavorável, no qual pilares fundamentais da sociedade gaúcha e de qualquer organização social mostram-se em estado de alerta. A educação, que poderia estar entre as melhores do Brasil, hoje está entre as piores.

Os indicadores de saúde e de segurança, igualmente, em nada nos animam. Precisamos sair dessa situação cada vez mais crítica, da qual não escapa nem mesmo as finanças públicas. O prefeito Mauro Nazif decidiu, finalmente, cortar custos e extirpar penduricalhos da máquina pública. As medidas confirmam aquilo que é de conhecimento público há muito tempo: as finanças se encontram em situação cada vez mais crítica.

 COM INTELIGÊNCIA

Imersos nesse quadro, à primeira vista, mal conseguimos identificar nossas aptidões. Entretanto, temos recursos humanos de boa qualidade, continuamos a formar pessoas qualificadas, porém carecemos de novas lideranças com iniciativa e capacidade empreendedora. A mudança se fará aos poucos, com a reversão de expectativas, iniciando pelo princípio básico de gastar menos do que se arrecada. Há anos que somos perdulários e pouco responsáveis nas contas públicas.

Então essa primeira iniciativa inteligente do prefeito de cortar excessos reduzindo o tamanho da folha e também da máquina, com a supressão de secretarias merece o aplauso da comunidade.

 OLHANDO O FUTURO

Somos agentes da nossa própria evolução e desenvolvimento enquanto sociedade. Devemos nos valer dessa capacidade e voltar nossa atenção para segmentos que fomentem a competitividade, como o da infraestrutura.

Está mais do que na hora de recolocarmos nossa Capital na posição que ela merece e, no mínimo, onde já esteve sem os elefantes brancos que continuam a nos envergonhar. Tomara que também a administração do Estado decida a batalhar pela mudança de nosso futuro.

 ADMITIR OS ERROS

O caminho para mudar o nosso destino? Começa em admitirmos erros e por um grande movimento de união de toda a sociedade rondoniense, envolvendo empresariado, esfera pública, entidades e a comunidade como um todo.

O estado também é perdulário. Gasta mal o dinheiro público, principalmente quando aceita fazer negócios para atender os interesses parasitários. Por que não podemos fazer o mesmo pelo nosso Estado, reduzindo o número de secretarias, reduzindo o número de servidores comissionados, etc, etc? Em 2015, vamos lutar e crescer juntos para, quem sabe, num futuro próximo, possamos voltar a nos orgulhar de nossas façanhas.

 DISPUTA PELA MESA

Os indícios aflorados na disputa pela próxima mesa diretora do parlamento estadual não aponta para um horizonte de  mais respeito, em se tratando dos dogmas republicanos, nas relações políticas do estado. Ainda estamos diante de um cenário indefinido, mas nas conversas dos corredores, das ruas, botecos, cafés e restaurantes conduzem sempre para o desfecho de que, mais uma vez, haverá o abuso do poder influindo na escolha do próximo presidente.

A nós, meros mortais, só nos resta pedir aos deputados dessa nova legislatura que mude radicalmente de postura, antes que seja demasiado tarde para a repetição de novos escândalos alimentados por interesses ilegítimos, egoísticos ou de grupos que se mantêm indiferentes aos escândalos do passado recente.

 JÓIA DA COROA

No cenário dessa disputa parece que a joia da coroa  são os cargos mais próximos do caixa e do controle de pessoal. Há um nítido interesse – de acordo com fontes bem enfronhadas na disputa – em aumentar o controle da comunicação social,

Essa é uma exigência do Poder que tem a chave do cofre para não interferir prá valer contra a candidatura de um deputado reeleito bailarino do tango das “oposições”, mas que, para ver seu projeto apoiado, topa dança conforme a música saída do gramofone palaciano.

E assim há um retorno programado (desde meados de dezembro) de “predador” fora dos quadros da instituição. Esta situação ainda está camuflada pelos que jogam tudo para chegar ao comando da Casa. A se confirmar essa manobra, a próxima legislatura não deve adotar a transparência e nem assumir o compromisso real com o combate sem tréguas à corrupção.

 INVESTIMENTOS

Na tarde de ontem dois empresários ligados à indústria da construção acabaram vazando um informe “no mínimo” esdrúxulo: “Denis Baú teria sido convidado por Confúcio para fazer parte de seu segundo governo”. E segundo tais empresários, Baú teria o papel de cuidar das relações internacionais (isso foi tentado por Jerônimo Santana que colocou um certo cidadão, de nome Benites, como uma espécie de chanceler de seu governo), com o objetivo de trazer recursos para garantir investimentos em infraestrutura. Baú andou aparecendo na propaganda eleitoral de Confúcio, como presidente da Fiero, para dizer que o estado avançou na primeira gestão do PMDB confuciano.

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