FILOSOFANDO
“Há um tempo para partir, mesmo quando não há um lugar certo para ir.” Tennessee Williams (1911/1983), Dramaturgo estadunidense.
RESGATANDO O TEMPO
Este texto foi escrito pelo colunista há um ano. O resultado eleitoral confirmou o vaticínio:
“A prefeitura desistiu não só de recuperar o tal “shopping popular”, como também desistiu de dar à capital um Terminal Rodoviário de Passageiros à altura das necessidades de uma cidade do porte da nossa e das exigências da população que não aguenta mais tanto descaso.
E, pelos fatos visíveis, desistiu também, de recuperar as nossas praças públicas onde falta de tudo para o lazer e o congraçamento social da comunidade.
Em outras palavras: Nazif desistiu de cumprir suas promessas de campanhas. A cidade continua sem um salvador da pátria municipal, dependendo até das rezas de nossa padroeira para suportar a carga pesada do abandono a que está submetida por essa gestão chinfrim”.
ESPERANÇAS
Agora, na iminência de se decidir quem vai governar Porto Velho a partir do próximo ano, há esperanças renovadas em torno de um prefeito diferente, que não desista de governar para a população e não se faça refém dos grupos apaniguados.
BARRIL DE PÓLVORA
Num estado territorialmente comparável a São Paulo e com uma população infinitamente menor não deveriam existir tantas áreas de conflitos por posse e distribuição de terras. Mas a situação em Rondônia. Segundo o superintendente do Incra no estado, Cleto Muniz de Brito, são 106 áreas em situação de conflito, espalhadas por 23 municípios. Pelos registros oficiais, acrescentou Cleto, há 8.759 famílias acampadas. É uma situação de estopins que podem ser acesos a qualquer momento gerando explosões sociais perigosas no meio rural. Não existe solução à vista para esse problema.
PRESTIGIADO
O deputado federal Marcos Rogério (DEM-RO) assumiu na quarta-feira (05/10) a presidência da comissão especial que analisa o PL 7180/14, que trata sobre valores de ordem familiar na Educação, também conhecido como Escola Sem Partido. O projeto inclui entre os princípios do ensino o respeito às convicções do aluno, de seus pais ou responsáveis, dando precedência aos valores de ordem familiar sobre a educação escolar nos aspectos relacionados à educação moral, sexual e religiosa e também o combate a doutrinação ideológica no ensino.
DIREITOS ASSEGURADOS
As relações de trabalho deverão ser modificadas com a reforma trabalhista mandada pelo governo ao Congresso para ser aprovada ainda esse ano e entrar em vigência em 2017. A modificação proposta está fundamentada em três eixos: segurança jurídica, criação de oportunidade de ocupação com renda e consolidação de direitos.
Entre as garantias que devem ser mantidas estão: o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Trabalho), o 13º salário e as férias. Já na questão de jornada semanal de trabalho, a proposta vai preservar, também, o limite de horas diárias e semanais, contudo, pretende flexibilizar os limites de horas extras.
MAIS AUTONOMIA
As empresas poderão acordar com seus empregados – em convenção coletiva – a melhor opção para ambos. O que o Governo propõe é o maior reconhecimento e autonomia das partes (empregadores e empregados) para que esses, por meio de ampla negociação coletiva, estabeleçam normas próprias, acordos e convenções coletivas de trabalho.
FORA DO BARALHO
Ao insistir no lançamento de Roberto Sobrinho como candidato na disputa pela prefeitura de Porto Velho, o PT rondoniense demonstrou mais uma vez sua incapacidade de refletir e exercer a autocrítica. A própria coluna previu a impossibilidade de Sobrinho retornar a prefeitura. Não quiseram ouvir e agora os petralhas são carta fora do baralho.
ERA O PIOR
Desgastado, denunciado e condenado na esfera do judiciário, com quem ainda tem muitas contas a acertar, ele era mesmo o pior nome do partido para a disputa desse ano.
A derrota desse quadro no resultado das urnas sinaliza uma realidade nada animadora para quem ainda se agarra à sigla. Em Rondônia o PT não terá nome para carregar “a estrela” apagada do partido. E se colocar o padre Ton (eleito vice-prefeito no interior) vai ter demonstrações de desprezo até de siglas às quais pudesse se atrelar para ir a reboque.
CHANCE COM O PSOL
Enquanto o PT continuar tendo o seu nome associado aos escândalos de corrupção – como acontece em Rondônia, com destaque para Porto Velho e Cacoal – não terá como ser o agente da rearticulação das esquerdas no estado. Talvez o PSOL tenha essa possibilidade, malgrado sua votação no pleito desse ano em solo rondoniense seja ínfima, pelo simples fato de até hoje manter-se longe do fétido pantanal da corrupção onde tantos petralhas nadaram de braçadas.
Mas se o PSOL tiver essa pretensão de liderar a rearticulação das esquerdas por aqui terá de procurar uma gestão com mais mobilidade, com mais entendimento político do que o Pimenta de Rondônia.
DE MENTIRINHA
E não pensem que o resultado da eleição desse ano não irá pesar para outros partidos do campo petista, colocados no anel de gravitação da “esquerda de mentirinha”. E nesse foco deve merecer uma análise mais detalhada o PDT, onde Acir Gurgacz, o terceiro morubixaba mais importante da política do estado vem costurando a investida para o governo já em 2018.
É claro que Gurgacz, no comando do PDT tido como esquerda, é muito mais ligado ao campo conservador da política. Ao buscar a consolidação de acordos para fortalecer a suposta candidatura de governador, deve imaginar (quem sabe) ser capaz de conduzir seu partido para o centro no espectro político.
Por isso certamente já faz tudo para aprofundar uma aliança com Expedito Júnior, o tucano sempre interessado em fazer o jogo dos dois bicos se isso colocá-lo como integrante do Poder.
O NOVO PREFEITO
Uma análise longitudinal do desfecho eleitoral com a votação de 30 de outubro permite especular (para não dizer “verificar”) sobre a dificuldade da consolidação dos objetivos do “senador da cobra” e seu socialismo moreno, inventado por Brizola.
Bem como do tucano Expedito que adora colocar o pé em mais de uma canoa. Afinal não é uma mera coincidência que seu próprio filho deputado tenha preferido fazer política fora do ninho tucano.
No caso de Acir, ele certamente será sempre lembrado seu apoio integral aos petistas responsáveis pelo estrago cometido contra o Brasil e contra Rondônia. Isso sem falar no apoio à eleição de Nazif (dando-lhe o vice do PDT), mantendo essa postura mesmo quando o prefeito derrotado decidiu esvaziar o papel de seu companheiro de chapa.
DISPUTAS INTERNAS
Seja eleito quem for para a prefeitura de Porto Velho, esses caciques tradicionais que se articulam para tomar o Poder em 2018 enfrentarão (mesmo não crendo) disputas internas, capazes de determinar novos rumos nos contornos do cenário previsto para a sucessão de Confúcio Moura.
Os políticos citados nesse imbróglio podem se considerar os bambambãs do pedaço. Agem como refratários à crescente insatisfação do eleitorado com a política e os meios tradicionais utilizados pelos caciques para fazê-la.
ELEITORES DESCONFIADOS
Os principais caciques rondonienses (Raupp, Cassol, Acir e até o Expedito) ainda não afastaram do eleitor a imagem que criminaliza política e políticos, imagem essa agravada pelas posições assumidas por essas lideranças, que se encaixam muito bem naquela escolha da Lei de Gerson, ou seja, de ficar sempre do lado que a vaca deita.
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