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Anvisa autoriza estudo de terceira dose da vacina da AstraZeneca

Dez mil voluntários em cinco estados receberão terceira aplicação do imunizante contra a covid-19 cerca de um ano após a segunda. Agência também aprova estudo com o medicamento proxalutamida, defendido por Bolsonaro.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta segunda-feira (19/07) a realização de um estudo clínico para avaliar a segurança, eficácia e imunogenicidade (capacidade de provocar resposta imune) de uma terceira dose da vacina da AstraZeneca contra a covid-19.

O estudo será realizado apenas no Brasil, com 10 mil pessoas que participaram do estudo inicial do imunizante e receberam as duas doses da vacina, com intervalo de quatro semanas entre elas. A terceira dose será aplicada entre 11 e 13 meses após a segunda dose.

Os participantes deverão ter entre 18 e 55 anos de idade e estar altamente expostos ao coronavírus Sars-Cov-2, como profissionais de saúde. Gestantes e pessoas com comorbidades não serão incluídas.

A pesquisa, patrocinada pela AstraZeneca, envolverá 3 mil voluntários do Rio Grande do Sul, 2,5 mil de São Paulo, 1,5 mil da Bahia, 1,5 mil do Rio de Janeiro e 1, 5 mil do Rio Grande do Norte.

A necessidade de uma terceira dose de reforço da vacina contra a covid-19 vem sendo discutida por alguns laboratórios, que sugerem haver um declínio na eficácia protetora dos imunizantes seis meses após a aplicação da segunda dose.

No início deste mês, a Pfizer e a Biontech anunciaram que planejam desenvolver vacinas de reforço diante do avanço da variante delta, inicialmente detectada na Índia e mais contagiosa.

“Como já ficou claro com base nos dados de campo coletados pelo Ministério da Saúde de Israel, a eficácia protetora da vacina contra infecções e doenças sintomáticas diminui seis meses após a segunda vacinação”, disse uma declaração conjunta das empresas. Com base nos dados disponíveis até o momento, prossegue a nota, “é provável que uma terceira dose seja necessária dentro de seis a 12 meses após a vacinação completa”.

Ao mesmo tempo, as duas farmacêuticas disseram acreditar que uma terceira dose proporcionará alto nível de proteção contra todas as variantes de coronavírus testadas até o momento.

Medicamento promovido por Bolsonaro

Também nesta segunda-feira, a Anvisa deu aval à realização de um estudo clínico para avaliar a segurança e a eficácia do medicamento proxalutamida no tratamento da covid-19. O remédio foi defendido no fim de semana pelo presidente Jair Bolsonaro.

A pesquisa, patrocinada pela empresa Suzhou Kintor Pharmaceuticals, sediada na China, será realizada no Brasil e em mais seis países: Alemanha, Argentina, África do Sul, Estados Unidos, México e Ucrânia.

No Brasil, o estudo incluirá 50 voluntários, sendo 38 em São Paulo e 12 em Roraima, todos homens e com quadro leve ou moderado da doença.

No domingo, ao receber alta do hospital onde estava internado em São Paulo para tratar uma obstrução intestinal, Bolsonaro afirmou que pretendia conversar com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre o uso da proxalutamida contra a covid-19. Em conversa com jornalistas, ele disse que pediria estudos no país sobre o medicamento.

A proxalutamida foi desenvolvida na China e é estudada para o tratamento de câncer de próstata e de mama. O presidente já havia mencionado o medicamento em abril como promissor contra a doença provocada pelo coronavírus – mais um entre vários remédios ineficazes defendidos por Bolsonaro ao longo da pandemia.

“É uma droga que está sendo estudada e que, em alguns países, tem apresentado melhora. Existe no Brasil de forma não ainda comprovada cientificamente, de forma não legal, mas tem curado gente”, afirmou o presidente no domingo, ao deixar o Hospital Vila Nova Star.

“Vou ver se a gente faz um estudo disso daí para a gente apresentar uma possível alternativa. Temos que tentar. Tem que buscar alternativas e, com todo respeito, eu não errei nenhuma”, continuou Bolsonaro, ignorando o fato de que drogas intensamente promovidas por ele e por seu governo, como a cloroquina e a ivermectina, já foram desacreditadas no tratamento da doença.

Um estudo citado pelo presidente para defender a proxalutamida também já levantou suspeitas de fraude, segundo revelou o jornal O Globo.

FONTE: DEUTCHE WELLE

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