Ex-membros da Bundeswehr estariam planejando formar uma tropa de mercenários para atuar na guerra civil do Iêmen e em outros conflitos pelo mundo.
O Ministério Público Federal alemão prendeu dois ex-soldados da Bundeswehr, as Forças Armadas da Alemanha, sob suspeita de que tentavam fundar uma organização terrorista. Os dois homens foram acusados de planejar, desde o início do ano, formar e comandar uma unidade paramilitar de mercenários com 100 a 150 homens, anunciou a autoridade nesta quarta-feira (20/10). Com este grupo, eles pretendiam intervir na guerra civil no Iêmen.
“A principal força motriz por trás deste projeto, para os dois acusados, era a perspectiva de um salário mensal de cerca de 40 mil euros (R$ 260 mil) para cada membro da unidade”, disse o Ministério Público. Os homens tinham esperança de que “terceiros, de preferência a Arábia Saudita” assumissem o financiamento. De acordo com os promotores, um deles tentou “insistentemente” entrar em contato com o governo da Arábia Saudita, mas sem sucesso.
Os acusados, identificados como Arend-Adolf G. and Achim A., planejavam “pacificar”, com sua tropa de mercenários, a área da guerra civil e forçar negociações de paz entre os rebeldes houthi e o governo iemenita, conforme informação do Ministério Público Federal, sediado em Karlsruhe.
Os promotores afirmaram que os suspeitos tinham consciência de que suas ações poderiam levar à morte de pessoas, incluindo civis.
O Iêmen vem sendo afetado há anos por um conflito em que rebeldes xiitas houthi, que seriam apoiados pelo Irã, lutam contra o governo. A Arábia Saudita interveio militarmente na guerra, apoiando o governo, para combater o que considera uma tentativa de seu arqui-inimigo regional, Teerã, de ganhar poder na região.
Os dois ex-militares foram presos no sul da Alemanha, um na cidade de Munique e o outro na região da Floresta Negra, no estado de Baden-Württemberg.
Planos para outros conflitos
Além da missão no Iêmen, os homens teriam planejado continuar a operar suas tropas mercenárias “como uma chamada empresa militar privada”, que estaria disponível para ser contratada para operações em outros conflitos.
De acordo com o Ministério Público Federal, um dos dois acusados era responsável por atrair e recrutar mercenários. Ele já teria contatado pelo menos sete pessoas. De acordo com os investigadores, a força mercenária deveria consistir principalmente de ex-membros da Bundeswehr e ex-policiais.
Segundo a revista alemã Der Spiegel, os dois homens trabalharam para a polêmica empresa de segurança Asgaard depois de terem atuado como paraquedistas na Bundeswehr. A revista disse que Arend-Adolf G. chegou a atuar como diretor-gerente da empresa.
FONTE: AFP
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