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Alemanha considera reforçar tropas militares na Lituânia

Ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, disse que a ação ocorreria devido às tensões regionais com a Rússia no Leste Europeu. Ela também defendeu a decisão de Berlim de não enviar ou fornecer armas para a Ucrânia.

Único país europeu a ter tropas de combate estacionadas na Lituânia, a Alemanha estuda a possibilidade de reforçar a quantidade de soldados e de armamentos no país. O motivo, segundo a ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, seriam as recorrentes tensões regionais envolvendo a Rússia.

Os chamados grupos de combate da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), formados por Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Canadá, seriam utilizados para ganhar tempo e, assim, tentar frear um possível ataque russo à Ucrânia.

Segundo a Otan, a Rússia teria mais de cem mil soldados prontos para invadir a Ucrânia por todos os lados. Os russos, em contrapartida, negam essa informação.

“Nós (Alemanha) já contribuímos de maneira muito importante na Lituânia, onde somos o único país da União Europeia a ter um grupo de batalha. Por uma questão de princípio, tropas adicionais estão disponíveis como reforço. No momento, estamos em conversações com a Lituânia para concluir o que exatamente faria sentido a esse respeito”, afirmou Lambrecht, em entrevista para o grupo de mídia Funke neste domingo (06/02).

Além de mais tropas e arsenal na Lituânia, caças Eurofighters seriam destacados para a Romênia, que faz fronteira com a Ucrânia.

“Todos na Otan podem confiar em nós”, disse a ministra, que visitou a Lituânia em dezembro, em sua primeira viagem ao exterior.

Há cinco anos, a Alemanha é a nação que lidera as operações da Otan na Lituânia. O país fornece cerca da metade dos 1.200 homens e mulheres da chamada unidade multinacional.

Ministra mantém posição sobre repasse de armamentos à Ucrânia

Ao mesmo tempo em que declarou que a Alemanha não descarta enviar mais tropas para a Lituânia, a ministra também reiterou sua posição em relação às negativas no repasse de armas para a Ucrânia por parte da Alemanha.

A medida tem sido alvo de críticas por parte da Ucrânia, principalmente depois que a embaixada ucraniana em Berlim enviou uma lista de pedidos às ministras do Exterior, Annalena Baerbock, e da Defesa.

A lista inclui sistemas de defesa antimísseis, ferramentas eletrônicas, óculos de visão noturna, rádios digitais, estações de radar e ambulâncias militares.

“A posição do governo federal tem sido clara há bastante tempo, mesmo em períodos legislativos anteriores: não entregamos armas em áreas de crise para não aumentar a quantidade de armamento na região. Na questão da Ucrânia, temos parceiros de negociação que voltaram à mesa… É por isso que agora temos a tarefa de frear as tensões. Queremos resolver esse conflito pacificamente”, enfatizou Lambrecht.

Scholz começa série de visitas internacionais

Neste domingo, o chanceler federal alemão Olaf Scholz viajou para Washington a fim de dar início a uma ofensiva diplomática focada no possível conflito e, assim, tentar diminuir as tensões com a Rússia. Em entrevista concedida na última quarta-feira, Scholz reforçou que os aliados “sabem exatamente” qual é a posição de Berlim.

Na quinta-feira, Scholz deve receber chefes de governo de países bálticos na capital alemã, concentrando os diálogos na crise na Ucrânia e na segurança das nações do Leste Europeu. Nos dias 14 e 15 de fevereiro, o chanceler alemão visitará Ucrânia e Rússia, respectivamente.

Segundo informações publicadas neste sábado no jornal The New York Times, oficiais americanos disseram a integrantes do governo que uma invasão russa em larga escala na Ucrânia poderia matar até 50 mil civis e provocar uma crise de refugiados na Europa.

Por isso, o gabinete da presidência da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou, neste domingo, que acredita que a chance de resolver a escalada nas tensões com a Rússia por meio da diplomacia continua maior do que a de um ataque.

“Uma avaliação honesta da situação sugere que a chance de encontrar uma solução diplomática para a diminuição das tensões ainda é substancialmente maior do que a ameaça de uma invasão”, disse, por meio de um comunicado, o conselheiro Mykhailo Podolyak.

Imagens mostram treinamento em Belarus

Neste domingo, Washington anunciou que a Rússia já deslocou em torno de 70% de todo o seu poderio militar para as fronteiras com a Ucrânia. Os Estados Unidos e a Otan estimam que mais de 100 mil soldados russos estejam estacionados na região, o que tem gerado temores de uma invasão.

Também neste domingo, uma empresa de tecnologia privada americana publicou imagens de satélite nas quais exibe detalhes de manobras militares da Rússia na fronteira de Belarus com a Ucrânia.

As imagens mostraram unidades militares armadas com mísseis, lançadores de mísseis e aviões de ataque que teriam sido enviados para Belarus em três locais próximos à fronteira com a Ucrânia.

A Rússia e Belarus disseram que realizarão exercícios conjuntos entre 10 e 20 de fevereiro com o objetivo de treinar para evitar um ataque às fronteiras do sul de sua aliança.

Em meio à crise, a Rússia nega ter a intenção de investir contra a Ucrânia, mas exige “garantias de segurança” da Otan. Mais especificamente, Moscou pede que o país vizinho não seja incluído na aliança e que esta reduza sua presença militar no Leste Europeu – demandas que os EUA e a Otan rejeitaram.

Fundada em 1949 em Bruxelas, a Otan é uma aliança intergovernamental comandada pelos Estados Unidos e composta por 30 países, a maioria europeus. A principal prerrogativa do grupo é defender os territórios parceiros em caso de agressões militares causadas por terceiros.

FONTE: REUTERS

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Gomes

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