NO PESCOÇO
A presidente Dilma está cada vez mais com a corda apertando seu pescoço. Não tem como continuar adiando a “reforma”, mas o momento é o pior possível.Cortar ministérios e cargos vai inevitavelmente desagradar muita gente no Congresso. E justamente é do Congresso que Dilma mais precisa neste momento para aprovar o ajuste fiscal. Dilma está numa encruzilhada. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
DEBANDADA
De olho nas eleições de 2016, vários vereadores e nomes com cacife para disputar prefeituras estão deixando o PT e procurando abrigo em outros partidos. Com a crise moral que atingiu o PT não só em Porto Velho mas também em municípios importantes como Cacoal, a debandada deve aumentar até o último dia de prazo para mudar de partido sem ficar inelegível.
VERDADEIRA CONFUSÃO
Tenho motivos de sobra para desacreditar de alguma solução para os desacertos não só do Brasil, bem como também das trapalhadas em que se debate Rondônia, um estado abençoado por uma natureza generosa, que lhe deu todas as condições de ser um dos mais desenvolvidos do Brasil.
Verdadeiramente acho importante o trabalho de alguns jornalistas de nossa terrinha procurando fazer um jornalismo desvencilhado dos porcos interesses de grupos do poder e, desabridamente denunciam as mazelas que compõem o nosso lamentável dia a dia institucional, aonde chega a ser fácil aceitar que tivemos nos últimos anos um progresso evidente, mas nem por isso conseguimos o desenvolvimento humano para o bem estar da população rondoniense.
REVELAÇÕES
Na semana que terminou a mídia foi pródiga nesse tipo de revelação capaz de ajudar o cidadão-contribuinte-eleitor a compreender melhor a pantomima em que se converteu nossa política. Este foi, por exemplo, o caso das revelações de Paulo Ayres, através do sítio A Critica de Rondônia (http://acriticaderondonia.blogspot.com.br), sobre a “farra do dinheiro público” praticada pelos deputados federais e senadores rondonienses, relacionando gastos de Mariana Carvalho, Marinha Raupp, Expedito Neto, Lúcio Mosquini, Marcos Rogério, Luiz Cláudio, Lindomar Garçom, Nilton Capixaba, senadores Valdir Raupp, Acir Gurgacz e Ivo Cassol.
Certamente o combativo jornalista deve estar preparando algo semelhante sobre os deputados estaduais e, quem sabe, sobre os vereadores das principais cidades do estado.
A PROPAGANDA
O objetivo principal da coluna de hoje é destacar como nossa sociedade deixa de lado o debate sobre as questões fundamentais para explicar para onde caminhamos, preferindo muitas vezes a conversa rasteira e enganosa, sustentada apenas na propaganda com dinheiro público, em ações sempre toleradas por autoridades de instituições como MP e TCE.
Este foi um ano especial para Porto Velho em virtude da comemoração do primeiro centenário do município. O evento deveria ter estimulado não essa enxurrada de propaganda (de simples conotação eleitoral) e sim o debate sério sobre o desenvolvimento da capital rondoniense. Pena que não foi (por nenhuma liderança) transmitida qualquer definição sobre a maneira de atingir plenamente o sonhado desenvolvimento.
Ninguém sabe qual o modelo escolhido pela gestão pública. A propaganda da prefeitura apenas busca enganar a opinião pública sobre a falta do modelo de desenvolvimento.
DIFERENÇA
Será que o modelo do império romano é que deveria ser seguido? Talvez o império persa no seu auge? Quem sabe o modelo dos tigres asiáticos na época de sua apoteose?
Na verdade, muita gente costuma confundir progresso com desenvolvimento. Progresso é ir para frente, seguindo um modelo de fora, muitas vezes sem questionar se lá este progresso realmente causou desenvolvimento.
QUALIDADE DE VIDA
É inegável que a Porto Velho de hoje tem muito mais carros do que tinha a três décadas passadas. Há mais prédios altos, mais produção de energia e até mais leitos hospitalares, bem como também maior número de hotéis e, quem diria, temos até um shopping com várias lojas de fama nacional.
Ora, desenvolvimento se refere às pessoas e não às coisas que às vezes só estão à disposição de alguns. O progresso visível em nosso estado não permitiu ainda elevar mais, em primeiro lugar, a qualidade de vida das pessoas, ou seja, o verdadeiro desenvolvimento ainda não foi alcançado.
SOFRIMENTO DURADOURO
Com o tipo de gestão pública que temos em Rondônia, no nível do estado e dos municípios, incapaz de definir um modelo de desenvolvimento, via de regra as pessoas sofrem demais, passando a vida toda em meio a muitas dificuldades. O progresso pode até se colocar em evidência, mas o desenvolvimento humano não acompanha os avanços de tudo. A evolução acontece, mas o avanço da tecnologia, por exemplo, não melhora as condições de vida da maioria das pessoas.
O QUE ESPERAR
O processo eleitoral que começa com a sucessão municipal no próximo ano até o momento descamba para um palco vazio de ideias. Ainda não apareceu aquele personagem com o perfil de desempenhar um programa com valor de uma escala humana. Precisamos de um líder capaz de representar, de verdade, o desenvolvimento que promova afeto, proteção, entendimento, participação, lazer, criatividade, liberdade e identidade, que devem prevalecer entre todos.
Estamos num momento estéril e não produzimos gente interessada em chegar à administração pública com preocupação que vá alem das ambições pessoais, como o enriquecimento rápido pessoal, da família ou dos grupos de apaniguados. Ninguém deixa claro, nesse momento, de que vai participar do processo para buscar, de verdade, o bem-estar de todos os cidadãos.
PATIFARIAS
Não é uma questão apenas de criticar e sim de constatar. Os governantes, e a classe política eleita para nos representar, não sabem o que a palavra desenvolvimento realmente significa na vida de cada pessoa.
Por isso vivemos um momento de registros cada vez mais abundantes de patifarias nas diversas gestões, com desvios e corrupção até nos pequenos municípios.
É preciso uma mudança profunda na escolha dos próximos dirigentes. É difícil imaginar que isso vá acontecer nos próximos pleitos, mas, quem sabe esse “milagre” aconteça.
QUEM SABE
Sou pessimista em relação a mudanças concretas pela via eleitoral no ano próximo e depois em 2018. Mas, como se diz, a esperança é a última que morre.
Quem sabe alguma comece a mudar. Quem sabe o próximo prefeito de Porto Velho seja capaz de executar programas efetivos de emprego e geração de renda. Quem sabe, o próximo prefeito (e depois o próximo governador) não seja médico, mas seja capaz de elaborar e executar um programa eficiente de saúde, principalmente implementando ações de saneamento básico de verdade e não pura enganação ou maquiagem. Quem sabe os próximos governantes sejam capazes de implementar escolas de qualidade, com professores capazes e motivados a edificar o futuro. É preciso todo mundo ter mais consciência a respeito de tudo para que as coisas possam caminhar nessa direção.
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