Nota da Redação
A coluna ficou duas semanas sem ser atualizada. Primeiro atraso ocorreu pela falta de óculos novos. Estava com dificuldade de escrever. Depois dos óculos tive um crise de bursite. Foi uma dor no braço esquerdo que também não me permitiu redigir a coluna. Agradeço a compreensão de todos. Espero que tudo fique bem agora para não haver novas interrupções.
FILOSOFANDO
“Os bons dias lhe dão felicidade. Os maus dias lhe dão experiência. Ambos são essenciais para a vida. A felicidade te faz doce. Os problemas te mantém forte. A dor te mantém humano, as quedas te mantém humilde, o êxito te mantém brilhante. Mas só Deus te mantém de pé.” BARUCK SPINOSA, era filho de pais portugueses mas nasceu em Amsterdam, na Holanda. Foi um dos grandes filósofos do século XVII dentro da chamada filosofia moderna. A família de Spinosa era judia e teve de fugir de Portugal em virtude da inquisição lusitana.
EDITORIAL
Não tem como não saber. A imensa quantidade de postagens de candidatos publicadas nas redes sociais é o marco principal de que a campanha eleitoral desse ano está totalmente em curso. Em meio à pandemia da Covid-19, a maior crise sanitária dos últimos 100 anos, com uma série de efeitos colaterais na economia e na política, o eleitor tem encontro marcado com as urnas em 15 de novembro, quando será realizado o primeiro turno da eleição. É certamente um dos principais assuntos da mídia analítica e opinativa sobre a política. Todos tentam explicar o que esperar do resultado eleitoral.
Em Rondônia também o pleito será atípico, não só pela data em que ocorrerá, mas também pelo número agigantado de candidatos até mesmo na disputa pelas prefeituras.
Eleição municipal é decidida por questões locais, como saúde, transporte, segurança e a chamada zeladoria da cidade — se as ruas estão esburacadas ou se o mato está alto, por exemplo. Avalia-se muito qualidade de vida. Todavia qualquer analista político sabe que a polarização e a divulgação de escândalos tem impactos no resultado no pleito municipal.
Em se tratando de Rondonia o que vemos a o aumento do desgaste político com a mais recente operação da policial, no combate à corrupção de importantes prefeitos do interior do estado, alguns presos com a mão na massa. Outro fato certamente importante é a polarização política do próprio país entre direita e esquerda. Ela também, embora haja afirmações do próprio presidente da República de que não pretende apoiar candidatos a prefeitos, vai impactar a decisão do eleitorado.
A parte do eleitorado contrária às teses da esquerda na defesa de temas como aborto, filosofia de gênero, politização da saúde, etc, continuará pesando contra candidatos ligados ao comunismo e esquerda. Em outras palavras: o PT em Rondônia voltará a sofrer um duro impacto eleitoral e, outra vez deverá ficar longe das prefeituras mais importantes.
Isso não significa que um outro candidato indicado por partidos de esquerda não poderá vencer. Mas seria um enorme burrice dos chamados marqueteiros deixar de acreditar que a ideologia não estará presente numa disputa como a desse ano.
Tem muita gente que simplesmente torce o nariz quando o assunto é política. Esses ficam ainda mais descrentes com a enorme e sucessiva onda de corrupção praticada pelos integrantes dessa categoria até mesmo quando são prefeitos de cidades pequenas. Por isso é preciso mostrar que a política, apesar de tudo, é o caminho oferecido pela democracia para a construção do futuro do município.
Alguns dos políticos eleitos no passado conseguiram votos passando a imagem ao eleitor de que eram avessos à política acabaram decepcionando, especialmente como vereadores. Foram apenas espertalhões que se aproveitaram de uma jogada de marketing.
Nesse aspecto a capital rondoniense teve uma grande sorte. Elegeu para o comando de sua prefeitura um nome completamente novo, sem atrelamento à política que gerou tanto roubo nas gestões municipais anteriores. E assim estamos concluindo mais uma gestão e dessa vez sem nenhum indício de roubo do erário.
Dizem que a política é a arte de servir. Mas, servir sempre ao coletivo e não a um projeto de poder pessoal. Para isso, é preciso honestidade, transparência e desprendimento.
E para o futuro da cidade, é fundamental que mais pessoas se apresentem a essa missão, especialmente como candidatos a vereador. Aliás são estes predicados que fortalece a candidatura de reeleição de Hildon, um gestor surgido recentemente na política portovelhenses capaz de formar uma nova geração de pessoas que podem definir a nova história que o prefeito começou a escrever nos últimos 4 anos na gestão de Porto Velho.
CRÔNICA
É uma felicidade indizível. Certamente assim pensam todos aqueles seres maduros mas ainda premiados por meninos a seu lado. Falo isso por ter nesse momento dois netinhos meninos. O mais velho, o Álvaro, completou 3 anos agorinha. O outro, seu irmão, chama-se Augusto, e completou 3 meses. Os dois são filhos do meu filho Roger, o meu caçula.
Meus netos acordam minhas reminiscências dos filhos crianças. Álvaro, sempre falante, lembra-me de seu pai menino que não sabia distinguir, no pôr do sol, se ainda era dia ou se já era noite. O Álvaro, desenvolveu paixão pela lua que gostava de admirar no firmamento ainda quando não falava direito. Uma vez o meu filho Roger, ainda muito criança, não sabia exatamente a hora de acender as luzes, embora tivesse toda certeza de que a escuridão da noite só se dissiparia com as luzes ou com velas acesas.
Meninos são fundamentais. Certa vez o meu filho mais velho (hoje homem feito), Aldrin Willy me emocionou quando me abraçou e naturalmente me disse: “pai, vou ficar com você para sempre”. Nessa época morava no centro da cidade, num casebre que não existe mais ali na rua Duque de Caxias. Acho que não respondi de forma inteligente a afirmação do meu filho ao dizer: “não podemos prometer isso, filho”.
Eu, pai, o crescido homem já não acreditava tanto na eternidade. O tenro garoto, por sua vez, não via nada menos que o infinito. Hoje, lembrando disso, me pergunto: o que o Aldrin de hoje, jornalista, bacharel em Direito, engenheiro de computação, pensa sobre essa “eternidade”?
Será que ele ao lembrar daquele tempo pode pensar isso: Pobre pai! Acostumou-se a resolver problemas, mas perdeu o hábito de olhar além do visível; exatamente o contrário de sua mãe sempre ligada às coisas do Altíssimo e plenamente convencida de que terá um lugar na Glória quando seu tempo terminar na terra…
Bem, voltando aos meus netos, espero muito que eles sejam como o tio que aprendeu, não do pai, a ser paciente. Vai à luta com determinação mas não pega a doença da ansiedade vivida por seu pai. Isso mesmo: Passei boa parte da minha vida remando contra a corrente, vivendo múltiplas ansiedades. Acho que Álvaro e Augusto, de pais melhores que seu avô, vão ser determinados, focados mas sem entregarem-se a preocupações infundadas. Ainda bem que continua sendo assim.
Os meninos olham para a frente, e nós, genitores e avôs olhamos para trás, calcados em reminiscências daquilo que nunca mais voltará. O menino acha que o que há de bom agora, continuará. Graças a Deus, ele não tem razão para pensar diferente.
Quero que eles compreendam o casmurrismo do avô. O Velho de Guerra lamenta o que perdeu ao longo da vida. Sente saudades de tempos longínquos em que era mais parecido com seu filho. Lidava melhor com o tempo porque este era um amigo que o ajudava a viver. Hoje, o homem quase velho, enxerga o tempo mais como obstáculo para executar todas as tarefas que precisa cumprir.
Vou confessar a todos vocês, mais jovens e incapazes de imaginar como são as voltas do tempo na velhice. Talvez o tempo seja as duas coisas: amigo e inimigo. Duas faces necessárias para que possamos tanto aproveitar as oportunidades quanto para assumir responsabilidades. Não se apresse a culpá-lo por nada.
Ainda há no coração do pai uma chama de esperança, de fé. Fé na aurora que cresce e que trará muito mais do que um novo dia ou um novo ano. É um tipo de alvorada que transcende tudo o que ele já viveu. As luzes do sol são sinais da profecia; são caminhos que o levam até o destino pleno e abundante do Eterno.
Obrigado aos meus netos e meus filhos por me ensinar hoje sobre como olhar o tempo. Acho estar conseguindo ensiná-los a manter a credibilidade na eternidade. É ela que pode garantir a realização do grande desejo da família unida para sempre!
NACIONAL
Falemos um pouco da política nacional, mais precisamente da polêmica reforma tributária. Certamente a proposta do governo, com a criação de um novo imposto para substituir antigos não terá de jeito nenhum a aprovação dos parlamentares. Afinal, a campanha eleitoral já começou e um projeto oficial só passaria na Câmara e no Senado se estivesse fechadinho, previamente combinado. Quem conhece a política mais de perto sabe que na véspera das eleições, só se vota projeto que renda votos, não que os tire. Então, certamente o projeto ficará para o ano que vem. Vale dizer que seja lá qual for o imposto aprovado, ele só entra em vigor em 2022, já que pela própria lei impostos vigoram só um ano após sua aprovação.
PRISÕES
As prisões dos prefeitos Luizão do Trento (Rolim de Moura) Glaucione Rodrigues Neri (Cacoal), Gislane Lebrinha e Marcito Pinto (Ji-Paraná), além do ex-deputado Daniel Neri (marido de Glaucione) leva a se acreditar numa abertura para a condução de mais políticos a tal prisão de alto nível. Ontem o burburinho nas coxias da política falavam muito sobre a possibilidade de novas pessoas de alto coturno no estado rondoniense ganharem nos próximos dias o par de algemas a que fazem jus. O diz-que-me-diz ultrapassou o nome do próprio deputado Lebrão pego com a mão na botija, segundo consta, pegando parte das propinas dadas aos investigados na operação Reciclagem.
RUMORES
De acordo com fonte bem informada, houve rumores de que a operação não terminou. Ela estaria se aproximando de gabinetes de mandas-chuvas da Assembleia, inclusive do local onde ficam o bambambã do pedaço. Outros prefeitos que andaram metendo a mão no dinheiro da Covid19 colocar suas barbas de molho.
ALERTA
Ainda não informação sobre debates de candidatos às eleições em Rondônia. Mas a propaganda já começa a ficar infestada nas redes sociais. É hora de observar os candidatos e começar, caro eleitor, a definir seu voto.
COMO ACERTAR?
Uma leitora dessa coluna me fez uma pergunta bem tinhosa. Aliás, mas que uma pergunta a eleitora me propôs um desafio. O que eu diria ao eleitor para ampliar as chances de acerto na escolha de seus candidatos.
Inicialmente em muitos lugares a campanha chega a ter fortes componentes de imbecilidade do próprio eleitor que costuma, no estilo mais clássico, acreditar que “quem é do meu lado é santo, quem é contra é o diabo”. Ou então aquele pensamento: quem muda de lá para cá é regenerado, quem muda daqui prá é degenerado.
Aí é com você. Ou assume uma banda e vai a guerra ou se retrai para olhar o jogo pela tevê, com a ressalva: isso não é um jogo de santos e diabos e sim disputas entre seres humanos pelo poder, que na sua faceta mais rasteira, desde os tempos das cavernas, é tipo da cabeça para baixo é canela, um quase vale-tudo.
HIPOCRISIA
Política é ferramenta, é instrumento, é meio. Dela depende o gosto do tocador, e tem para todos. No seu sentido mais sublime, a política é o caminho para a construção de uma sociedade mais harmoniosa, menos desigual, mais justa, menos violenta, mais humana. O bom seria que a disputa fosse mesmo de propostas. Mas ainda estamos longe da civilidade almejada, o que inclui boas práticas no jogo político. E muitos apenas fazem meros exercícios de hipocrisia, o que querem mesmo é o lugar do outro, não raras vezes, para fazer até pior em matéria de desatinos.
DO BARALHO
Andei consultando os registros da Justiça Eleitoral e descobri que nas eleições desse ano mais uma vez nomes bizarros entram no desfile. Nas urnas deste ano nós teremos nos quatro cantos do Brasil, entre candidatos a prefeito, vice e a vereador, 84 Bolsonaros, 99 Tiriricas, 185 Lulas, o maior número, 58 Brizolas, oito Obamas e três Trumps. Gostou? Tem para todos os gostos.
CIRCULANDO
Boa parte dos deputados estaduais evitam nesse período, especialmente após o desfecho de Operação Reciclagem aparecer no suntuoso palácio do Legislativo. Preferem circular pelo interior no apoio a aliados. Esses políticos afirmam que, se a Justiça impuser rigor absoluto contra candidatos que aglomeram, ‘vai faltar candidato este ano’.
E ressalvam: se é quase impossível conter isso, apesar da pandemia, também é quase impossível que a Justiça deixe de punir alguém por aglomerar. Uma fonte contou à coluna que nos cartórios eleitorais chovem denúncias. A expectativa é saber quem será o primeiro bode expiatório.
NO BOLSO
Candidato divulgar pesquisa sem o registro na Justiça Eleitoral se sujeita a ser multado. A multa pode chegar a 106 mil reais. É salgada. Dá quase para comprar carro de luxo.
NARRATIVA
Os prefeitos propineiros e seus asseclas começam a difundir uma narrativa completamente esdrúxula: a de que foram vítimas de uma armação. Eles teriam recebido um dinheiro de doação de “um empresário”. O mesmo que os filmou recebendo a grana. Que “inocentes”, talvez por serem tão “cândidos” guardaram o dinheiro em cuecas, sacos de lixo e o escambau. Estão, a meu ver, chamando mais uma vez de trouxa o povo rondoniense.
NO RIO
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu marcar para esta quinta-feira, 1º, às 14h, a primeira reunião do Tribunal Especial Misto formado para decidir sobre o impeachment do governador Wilson Witzel. O tribunal misto é formado por cinco desembargadores do TJRJ e cinco deputados estaduais.
RENÚNCIA
Pelo menos uma candidata a prefeito renunciou oficialmente ao dinheiro do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Trata-se de Carla Redano.
Ela concorre à prefeitura de Ariquemes. Como explicou, está abrindo mão desse financiamento – oriundo do dinheiro do contribuinte – por causa da pandemia, que não cria o momento propício para “esse tipo de ação”.
MALDIÇÃO
A Energisa é mesmo uma grave espécie de maldição para os consumidores de energia elétrica de Rondônia. Na semana passada essa empresa famigerada deixou os bairros Eduardo Pontes Pinto e o 22 de Dezembro por aproximadamente 15 horas sem energia.
PROCESSO
O deputado Mauro Nazif não conseguiu por ponto final no processo aberto em seu desfavor. A acusação contra o político afirma que ele inseriu informação falsa de doação de campanha num documento público de prestação de contas. A tentativa do deputado de escapar desse processo (que poderá ter sérias consequências para sua vida pública) foi rejeitada pelo juiz Marcelo Stival.
COM LUPA
Há muita controvérsia sobre a decisão do governo rondoniense em adquirir o Hospital Regina Pacis, localizado no centro de Porto Velho, pela pequena fortuna de 12 milhões de reais, como se informou. Mas além do governo de Marcos Rocha ter pago esse milhões, o custo foi ainda maior. No valor total embutiu-se mais 4 milhões de reais pelos “equipamentos” hospitalares. O governo adquiriu esse hospital a título de combater a pandemia do Covid19 em Rondônia.
As controvérsias em torno do assunto sempre existiram. Muitos opinaram que foi uma compra “desnecessária” e por um preço acima da realidade do mercado. Com relação aos 4 milhões pagos a mais pelos “equipamentos” as dúvidas sobre superfaturamento são ainda maiores. O Ministério Público de Rondônia quer esclarecer tudo isso e deverá ouvir novamente a ex-proprietária do hospital, Marinês Rodrigues, e também o servidor público que fez o laudo de avaliação da compra. Segundo uma fonte, a transação deverá ser analisada com lupa pelo MP através de especialistas em avaliação desse tipo de negócio. Tem gente no governo preocupado com o desdobramento dessa ação.
AQUECIMENTO
Considerada vice-campeã entre as melhores datas para negócios no segundo semestre, atrás apenas do Natal, o Dia das Crianças deve aquecer o comércio varejista em Rondônia. Empresários ouvidos pela coluna esperam uma alteração positiva no movimento. Alguns projetam vendas ainda melhores que em 2019.
JÁ TEVE
Alguns estados estão guerreando contra a União para terem o direito de promover suas próprias loterias. Pela Lei de 1967, só o governo federal pode explorar. Rondônia já teve a sua. Seu último presidente foi nada mais e nada menos que o saudoso Manelão, da Banda do Vai Quem Quer.
QUEM SERÁ?
Ontem um zumzumzum intenso entre políticos ávidos em conseguir “ajuda” de campanha e um empresário fornecedor de produtos de saúde para rede hospitalar. O empresário negou “doar” dinheiro. Isso bastou para ser colocado no radar daqueles que lucram demais com esquemas desse segmento. Chateado com a negativa o candidato começou a espalhar por ai que “o empresário tá ganhando tanto dinheiro” que comprou dia desses uma enorme fazenda pagando em dinheiro vivo…
LEBRÃO
Se o deputado Lebrão, pego na “Operação Reciclagem”, quiser demonstrar caráter, deve se licenciar do cargo até o final da investigação e do processo? E a Assembleia, tem de tomar alguma medida contra o parlamentar? Perguntas para os leitores responder.
AUTOR: GESSI TABORDA – COLUNA EM LINHAS GERAIS
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