Ex-assessor de Flávio e mulher recebiam benefício para seis filhos; Alerj permitia até para três
Os rolos de Fabrício Queiroz, ex-chefe da segurança de Flávio Bolsonaro, são antigos não apenas no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, mas também na Assembleia Legislativa fluminense (Alerj).
Ele teve de devolver R$ 16.800 recebidos como auxílio-educação, entre 2007 e 2011, para custear as despesas de Nathalia Queiroz, sua filha, conhecida pelo trabalho como personal trainer. O problema era que Nathalia, também nomeada no gabinete, não podia receber como suposta dependente do pai.
Só que, no processo, a Alerj também questionou Queiroz sobre outras cinco cotas recebidas entre ele e sua mulher, Marcia Oliveira de Aguiar. Cada uma, à época, de R$ 447,25.
Queiroz declarou apenas três filhos como dependentes.
Marcia, que também constava como assessora de Flávio Bolsonaro, requisitou, ainda em 2008, outros três benefícios. Eram relativos a dois enteados de Queiroz e mais um para Felipe, filho do casal.
Como a Casa, na ocasião, só permitia pagamento a, no máximo, três filhos, a Alerj questionou aos dois sobre se viviam em união estável. Eles entregaram declarações idênticas negando a relação em 2011. Ao depor no processo, em agosto de 2012, Queiroz negou outra vez que ele e Marcia vivessem juntos.
A Alerj cobrou inclusive que, se a situação mudasse, eles deveriam comunicá-la.
Desse modo, o processo seguiu só sobre a irregularidade envolvendo Nathalia Queiroz.
Quando o deputado estadual Wagner Montes decidiu pela devolução dos valores e uma reprimenda a Queiroz sobre o caso da filha, em 19 de setembro de 2012, uma olhadinha no Facebook era o suficiente para ver os momentos da família Aguiar-Queiroz.
De modo que o casal continuou recebendo mais cotas de R$ 447,25 como auxílio-educação fora da regra.
Hoje, a Alerj só permite o pagamento para dois filhos.
Procurada, a defesa de Queiroz não retornou.
(Atualização às 10h30 de 3 de setembro: A defesa técnica de Fabrício Queiroz disse, por nota, que “lamenta que mesmo diante da comprovada fragilidade de seu estado de saúde, ele continue sendo alvo de uma devassa em sua vida pessoal sem precedentes”. A defesa diz, porém, que mesmo com o filho, Marcia e Queiroz “nunca viveram sob a perspectiva de constituírem uma união estável, razão pela qual nega que tenha havido qualquer irregularidade nas concessões dos benefícios concedidos, à época”.)
FONTE: ÉPOCA
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