Em cartilha divulgada para estados e municípios estão reunidas as diretrizes para a educação básica; entre os pontos em destaque o método fônico
Muitas vezes nos deparamos com uma verdadeira sopa de letrinha nos programas ligados ao governo. Uma dessas siglas é a PNA – Política Nacional de Alfabetização, que também está no hall de polêmicas do atual MEC (Ministério da Educação).
Em abril, o governo federal criou a Política Nacional de Alfabetização por meio de decreto, que dá algumas diretrizes para estados e municípios como reforçar as atividades de pré-alfabetização, além de um esforço para concluir o ensino da leitura no primeiro ano do ensino fundamental.
Outro ponto que foi publicado no decreto é o cumprimento do PNE (Plano Nacional de Educação) que, entre outros aspectos, tem como meta alfabetizar todas as crianças até o final do 3º ano do ensino fundamental, no máximo até 8 anos.
A polêmica surge quando o MEC prioriza o método fônico sobre os demais métodos de alfabetização. Nesse método, as crianças são alfabetizadas por meio de associação entre a letra e o seu som (fonema), daí o nome.
Os estudantes aprendem a reconhecer o som de cada letra para depois combiná-las formando sílabas e palavras. O ensino se inicia pela forma e pelo som das vogais, seguidas pelas consoantes. Parte-se dos sons mais simples para os mais complexos.
E por que isso gera polêmica? Para Thaiane Pereira, coordenadora de projetos do Todos pela Educação, o PNE apresenta linhas gerais, mas não traz um roteiro de como essa política deverá ser aplicada. Neste mês de agosto, o Ministério divulgou uma cartilha, mas “não explica quais são os projetos e as ações, nem como será implantado.”
“Em princípio, ter uma política para alfabetização é positivo, mas precisamos ter uma visão mais clara da proposta do MEC”, observa Maria Alice Junqueira, coordenadora do projeto Letra Viva do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária). “Como será feita a foramação dos professores? De onde virão os recursos?”, questiona.
Para os especialistas, mesmo que a adesão de estados e municípios seja voluntária, enfatizar um único método vai na contramão das abordagens feitas nas salas de aula. “O melhor método é aquele que o professor se sente confortável para ensinar e a criança aprende a ler e escrever”, diz Thaiane.
FONTE: R7.COM
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