Sinal ilegal pode ser uma brecha de segurança para outros equipamentos e dados podem ser armazenados em servidores desconhecidos
A televisão é o passatempo favorito de milhões de brasileiros diariamente. A ideia de ter mais canais como opção de diversão faz algumas pessoas optarem por serviços piratas de TV a cabo.
Esses equipamentos podem ser comprados com facilidade no mercado ilegal e oferecem serviço semelhante aos das operadoras registradas na Anatel, mas sem a cobrança de uma taxa mensal e podem ser um risco para a segurança dos dados do usuário.
Segundo o coordenador do curso de Defesa Cibernética da FIAP, Humberto de Souza, o usuário desse tipo de serviço está exposto a ter informações roubadas e aumenta a vulnerabilidade a ataques de hackers.
“A pessoa não sabe onde os dados estão sendo armazenados e quais tipos de informações estão sendo coletadas sem autorização. Esse risco é ainda maior nos casos em que o serviço é oferecido diretamente pela internet”, diz o professor.
Assistir à programação de diversos canais pelo sinal ilegal pelo computador e por uma smartv é um risco para todos os equipamentos conectados à mesma rede Wi-Fi. Souza explica que um hacker pode invadir uma rede de internet doméstica a partir do acesso do usuário ao sinal de TV a cabo pirata.
Segundo dados da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), o índice de pirataria no setor é em torno de 23%. O Brasil perde em cerca de um bilhão de reais por ano em arrecadação tributária por conta da pirataria de sinal, segundo cálculo da ABTA.
A pessoa que usa serviço clandestino pode ser penalizada assim como quem comercializa o sinal ilegal. Segundo o artigo 183 da Lei Geral das Telecomunicações, “o usuário clandestino incorre no mesmo delito de quem distribui os sinais clandestinamente ou fornece a quebra do código de acesso, porque contribui para a sua ocorrência”.
Na tentativa de barrar os sinais piratas, algumas empresas de TV a cabo buscam novos recursos tecnológicos. Os cartões usados por alguns aparelhos receptores podem ser facilmente copiados ou violados e uma alternativa é recorrer a softwares que protegem o sinal.
“Se um hacker conseguir encontrar uma vulnerabilidade diretamente no equipamento, não é possível corrigir facilmente. A empresa precisa ter uma logística para retirar o equipamento ou o cartão e entregar um novo”, explica o diretor da Irdeto Gabriel Ricardo Hahmann.
Hahmann afirma que o sistema com maior segurança pode diminuir os valores dos planos de assinatura de TV a cabo. Os custos de operação das empresas pode diminuir de 40% a 60% dependendo da tecnologia utilizada.
FONTE: R7.COM
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