Policial

Mãe denuncia negligência médica em maternidade municipal de Porto Velho

Uma empregada doméstica, de 26 anos, se diz inconformada com a situação que está vivendo há dez dias na Maternidade Municipal Mãe Esperança, em Porto Velho. Ela conta que, no dia 19 de agosto, deu a luz ao terceiro filho, de parto normal, e em seguida foi comunicada de que ficaram “restos placentários” em seu útero após o parto.

“O parto foi na terça-feira e ainda no centro cirúrgico passei por três curetagens manuais. Depois fizeram uma ultrassonografia e viram que ainda tinha placenta na minha barriga. Na quinta-feira, mais uma curetagem e aí me deram alta na sexta-feira. No sábado voltei à maternidade com febre alta, sangramento e muitas dores. Isso é negligência. Estou inconformada”, afirma a paciente.

A família diz que o parto foi realizado por um enfermeiro, pois não havia médico na maternidade quando a mãe chegou para o nascimento do bebê, com 39 semanas e quatro dias de gestação. A paciente afirma que já tomou muitas injeções que, segundo os médicos, seriam para contrair o útero na tentativa de expulsar os restos placentários.

Na manhã desta sexta-feira (29), ela foi submetida a uma nova ultrassonografia, que ainda indica a existência de resíduos de placenta no útero. “Já não existe nem lugar nos meus braços onde possam furar. Disseram que agora vai ter que pulsionar veias na jugular ou no pé. Só quero que isso acabe, quero ir pra minha casa com meu bebê e continuar minha vida. Tenho outros dois filhos de 10 e 3 anos e eles precisam de mim”, diz mãe emocionada.

A diretora da Maternidade Municipal Mãe Esperança, Cláudia Rech, disse que Juliana não tomou os remédios prescritos pelos médicos de forma correta. “O que aconteceu com ela não é raro, a placenta calcificou e se aderiu ao útero. Estamos prestando toda a assistência necessária, mas ela sabe que deixou de tomar um antibiótico importante quando teve alta pela primeira vez, após o parto que foi realizado por um enfermeiro obstetra habilitado para este tipo de atendimento”, disse a diretora da maternidade.

A irmã da paciente a acompanha no hospital desde o nascimento do bebê e diz que é servidora pública e está faltando ao trabalho. “Já são dez dias de sofrimento. A diretora disse que eu posso entrar com um processo e aí vão abrir uma sindicância para apurar os fatos, mas que se eu levasse o caso à imprensa estaria colocando em risco o atendimento de diversas mulheres. Não acho justo que todas sofram caladas”, disse a tia do bebê, que também não quis se identificar.

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