AUTOFAGIA – Embora todos os partidos que monitoram as eleições soubessem que a ex-senadora petista Fátima Cleide era uma candidata competitiva, foi uma surpresa agradabilíssima para os candidatos ao Senado que tiveram seus nomes aprovados nas respectivas convenções que a direção do Partido dos Trabalhadores de Rondônia tenha rifado Fátima para privilegiar a candidatura a deputado federal de Padre Ton e aprovar uma coligação com os partidos que apoiam a candidatura ao governo de Acir Gurgacz, entre eles o PP de Ivo K-Sol. A rasteira dada pela direção estadual do PT na ex-senadora provocou uma confusão dos diabos e tem tudo para terminar na justiça.
ACUSAÇÕES – Padre Ton foi ontem a uma rádio da capital para passar pito na ex-senadora e fazer ilações de falsidade ideológica (sem apontar concretamente quem), quando informou que duas atas da convenção foram enviadas ao Tribunal Regional Eleitoral em nome do PT, e uma delas com assinaturas falsificadas. A acusação é gravíssima e merece ser investigada, mas é grave também as manobras internas da direção visando impedir que Fátima Cleide seja candidata para que o partido apoie os candidatos ao senado lançados pela coligação PDT, PP e PSB, Carlos Magno e Jesualdo Pires. Fátima nunca foi uma unanimidade, inclusive dentro do PT, mas é uma referência do Partido com uma história de militância impecável. Não é cristã nova. Embora o padre queira agora excomungá-la da legenda.
GOLPE – Nem os petistas rondonienses sabem como esta briga vai terminar já que há informações preliminares de que a ex-senadora tenha em seu favor a simpatia da direção nacional do PT com força para impor uma intervenção na direção regional e mudar a decisão da convenção que rifou a candidatura de Fátima Cleide ao Senado Federal. Usuários históricos da palavra golpe, os petistas ligados à ex-senadora garantem que o padre e seu discípulos querem dar uma rasteira em Fátima Cleide. Aliás, sobre golpe em candidaturas próprias para atender a interesses da tecnocracia dirigente os petistas são imbatíveis.
DIVIDIDOS – Nestas eleições estaduais há um fato que tem preponderado em relação às eleições anteriores. Vários partidos vão às urnas divididos. Além do PT, Ivo K-SOL, mandatário da capitania pepista, avisou aos comandados que não colocou óbices à coligação com o PDT de Acir Gurgacz, mas não pretende aparecer em público ao lado do desafeto. No MDB, partido que realizou uma convenção a base do pugilato, os grupos dos principais caciques ainda não superaram os sopapos e vão às eleições em clima de beligerância.
FAKE – Em geral é uma eleição complicada para todos os candidatos, em particular devido às fake news (notícias falsas) nas mídias socais que se espalham feito fogo em capim seco. Não é à toa que a Justiça Eleitoral promete ser inexorável contra quem for fisgado produzindo material considerado fake e, pela movimentação eletrônica da justiça, as primeiras denúncias chegaram às cortes. Os grupos de WhatsApp vão ser monitorados e deverão sair deles as principais denúncias, visto que os comitês estão orientando seus apoiadores e que pertencem aos mais variados grupos que repassem ao jurídico dos comitês eleitorais os compartilhamentos vedados por lei. Indenização por dano moral vai alcançar muito fake.
FESTA – A convenção conjunta do PSDB, DEM e PSD foi uma festa bem organizada com a participação de um público enorme. A surpresa foi a confirmação do vereador da capital Maurício Carvalho, irmão da deputada federal Mariana Carvalho, como vice-governador na chapa liderada por Expedito Junior. O Podemos, liderado pelo deputado estadual Léo Moraes, hoje uma liderança muito forte na capital, fez também uma bela festa para aprovar as nominatas de deputado federal e estadual. Por necessidade aritmética o partido decidiu se coligar com o MDB para viabilizar uma eventual eleição do seu principal líder à Câmara Federal. Léo chegou a ser sondado para ser vice em várias coligações em razão da liderança que conquistou, especialmente junto aos jovens eleitores.
VAGA – Com o vereador Maurício de Carvalho (PSDB) fora da disputa à Assembleia Legislativa os candidatos à vaga com domicílio eleitoral na capital vão poder contar em tese com uma (vaga) que teoricamente o edil iria conquistar. Outro candidato que tem o caminho pavimentado para retornar ao parlamento estadual é o tucano Laerte Gomes (PSDB), internamente é quem colhe parte do espólio eleitoral do correligionário igualmente tucano.
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