Cultura

Rondônia cresce culturalmente e se torna rota obrigatória para espetáculos

Ao sediar a abertura nacional do projeto Palco Giratório, do Sesc, realizado de 19 a 23 de março, Rondônia se consolida como o estado da Região Norte que melhor acolhe as produções artísticas brasileiras.

O projeto Palco Giratório tem 17 anos e há 16 é realizado em Porto Velho. Deste total, seis anos são em formato de festival com 30 dias de programação na cidade. Em 2013 o festival cresceu ainda mais e levou apresentações para diversos municípios do interior do estado.

Suely Rodrigues, diretora do Grupo Raízes do Porto (RO), conta que trabalhou por 11 anos no Sesc Rondônia e participou das primeiras discussões para criação do Palco Giratório. “Infelizmente não conseguimos receber a primeira edição do projeto, mas ao longo destes anos o estado cumpriu seu papel de fomentador da cultura e hoje tem seu destaque reconhecido”, afirma.

Lançamento nacional

O diretor regional do Sesc em Rondônia, Waldy Fernando Bastos, lembra que durante encontro no ano passado, curadores de todo o Brasil apontaram Rondônia como a próxima sede do lançamento nacional do projeto.

Para a gerente de Cultura do Departamento Nacional do Sesc, Márcia Rodrigues, a escolha do lançamento nacional do Palco Giratório não foi simples, fácil ou aleatória.
“Foi uma escolha muito técnica, pautada no resultado atingido aqui. Nós buscamos fazer na Região Norte justamente para dar visibilidade ao local e buscamos uma regional que estivesse realizando com qualidade”, destaca.

“É de suma importância este lançamento para o estado de Rondônia, mas eu queria ressaltar o empenho que o Sistema Fecomércio, por meio de seus colaboradores, unidos em cada setor, que fazem a diferença em toda realização”, atesta o presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac, Raniery Araújo Coelho.

Ações do Sesc pela cultura

Chicão Santos, diretor do grupo O Imaginário (RO), conta que a história do Sesc com Rondônia é fundamental para o desenvolvimento da cultura e artes cênicas. “Todos os espetáculos que realizávamos, desde os anos 1980 e 90, o Sesc apoiava. Ter essa abertura nacional representa um marco para o nosso estado. Nós temos consciência de que agora se escreve um novo momento para a cultura local”, observa.

Para Raphael Viana, um dos coordenadores do Palco Giratório, este projeto reflete muito bem o desejo do Sesc de ser presente em todos os estados brasileiros. “E isso torna-se possível pois temos uma gestão compartilhada e trabalhamos de maneira conjunta com as regionais para que ele possa realmente acontecer”.

Segundo Márcia, a apresentação artística do Palco Giratório é apenas a ponta do iceberg, que por baixo possui o trabalho de formação de grupos de teatro por todo Brasil, trabalho de incentivo a dramaturgia brasileira. “É este conjunto de ações que torna o Palco Giratório este projeto reconhecido que já existe há 17 anos. Quem é gestor cultural no país sabe a dificuldade que é manter um projeto por todo este tempo”, diz.

Circulação

O diretor do espetáculo “Viúva, porém honesta” do Grupo Magiluth (PE), Pedro Vilela, conta que este é o primeiro ano em que o grupo participa do Palco Giratório. “Sempre tivemos muita vontade de estar no festival, pois ele se configura como uma das principais políticas públicas em torno do teatro no Brasil”, diz. Ele acrescenta que a possibilidade de diferentes companhias, de diferentes estados, circularem pelo Brasil e intercambiar práticas é magnífica.

Para Ricardo Rodrigues, ator da Companhia Solas de Vento (SP) que apresentou o espetáculo “Homens de Solas de Vento”, é uma realização pessoal e da companhia participar do Palco Giratório. “Nós sonhávamos em apresentar fora do eixo Rio de Janeiro – São Paulo, mas por conta do chamado ‘custo amazônico’ sempre foi muito difícil chegar até aqui. Agora o Palco Giratório nos trouxe e somos gratos a isso. Não conheço nenhum outro projeto que leve espetáculos a lugares tão extremos”, ressalta.

Chicão Santos comenta que o grupo O Imaginário foi selecionado em 2009 para participar do projeto em 2010. “Tivemos uma experiência fantástica do ponto de vista de visibilidade e troca com outros coletivos pelo Brasil. Apresentamos em 22 cidades e isso é indescritível”, afirma.

Márcia Rodrigues acrescenta que o objetivo do Palco Giratório é ultrapassar as fronteiras geográficas, cuja intenção é que as artes cênicas tenham intercâmbio de informações, se conhecendo e aprimorando as atividades. “Atualmente é o maior projeto de difusão das artes cênicas no Brasil”, comemora.

Curadoria

Para a seleção dos espetáculos que compõem o festival são as regionais que mostram todo esse painel de riquezas que existe no Brasil com relação a produção cênica, comenta Raphael Viana.

Festival

Em 2014, participam 20 grupos, companhias e coletivos oriundos das cinco regiões do país, contabilizando ao todo 768 apresentações artísticas para um grande público, com alcance de 126 cidades nos 26 estados brasileiros e Distrito Federal. Rondônia receberá o Festival Palco Giratório de 31 de agosto a 28 de setembro, com programação para todas as idades de forma totalmente gratuita.

Texto: Folk Produções

Fotos: Gabriel Ivan/Folk Produções

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Gomes Oliveira

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