Cultura

Estreia de “Blade Runner 2049” reacende debate existencial sobre humanos e robôs

LOS ANGELES (Reuters) – O policial Rick Deckard interpretado por Harrison Ford em “Blade Runner, O Caçador de Andróides”, de 1982, era um humano ou um robô?

Essa é a pergunta que os fãs do suspense de ficção científica de Ridley Scott vêm se fazendo há 35 anos e agora, em uma muito aguardada sequência, a questão é explorada mais a fundo.

“Blade Runner 2049” se passa 30 anos após a produção original, quando robôs de aparência humana chamados de Replicantes eram caçados por policiais conhecidos como ‘blade runners’ em uma Los Angeles distópica.

No novo filme da Warner Bros, da Time Warner, um policial de Los Angeles chamado K (Ryan Gosling) caça Replicantes ilegais que se escondem em uma Terra decadente e se depara com algo que pode perturbar a atual coexistência tensa entre humanos e Replicantes. Ele é encarregado de encontrar Deckard (Ford) para obter respostas.

“É uma história existencial”, disse o diretor, Denis Villeneuve, à Reuters.

“Ela diz muito sobre a realidade. Diz muito sobre nosso relacionamento com sonhos frustrados. Diz coisas sobre, como seres humanos, estarmos programados por nossa carga genética e nossa educação, e que estamos como que aprisionados por essa base, e que é muito difícil para nós nos libertarmos disso”, acrescentou.

O que se sabe sobre a trama é que um Harrison Ford mais velho e desgastado retoma o papel de Deckard. O ator veterano chamou o filme de uma “oportunidade experimental” para as plateias se envolverem na retórica filosófica.

“Existe um contexto emocional maravilhoso no filme, que é uma das coisas que eu mais admiro nele”, disse Ford. “Muito do que eu ambicionava parece ter sido conquistado”.

“Blade Runner” previu a Los Angeles de 2019 como uma grande metrópole urbana que mistura culturas ocidentais e orientais. Em “Blade Runner 2049”, a cidade se estendeu pela maior parte do Estado da Califórnia e foi construída por cima do mundo de Ridley Scott, tendo se tornado um caldeirão de influências inglesas, japonesas e russas.

Villeneuve disse que concebeu “Blade Runner 2049” como um único filme, mas que considerando as apostas altas e a maior abrangência da nova produção, uma franquia não foi descartada.

“A ideia foi de fazer um filme inspirado no universo de ‘Blade Runner’ com uma história muito específica e sim, estou certo de que, se for bem recebido, Ridley surgirá com outra ideia”, contou o diretor.

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Gomes Oliveira

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