Há uma inescapável choradeira entre a maioria dos novos prefeitos – por Gessi Taborda

FILOSOFANDO

“Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo.” MICHEL FOUCAULT (1926/1984), filósofo e professor de história nascido na França, especialista na análise do discurso e da arqueologia do saber filosófico.

METAS

Empossado ontem para um novo período de dois anos na administração da Assembleia, o deputado Maurão de Carvalho ganha mais uma oportunidade para executar um projeto capaz de frear a crescente desconstrução que a classe política vem sofrendo no estado. Essa é uma grave realidade, sobretudo quando se fala de um dos tripés que alicerçam a democracia.

Seria ingênuo acreditar que com o baixíssimo nível da caríssima publicidade custeada pela Assembleia nos vários segmentos da mídia isso será possível.

SEM ANJOS

É claro que ninguém espera que a formação do parlamento seja composta de anjos. O parlamento rondoniense sempre teve uma grande porcentagem de deputados enredados em mal feitos. E por isso alguns ainda estão foragidos da Justiça, onde foram condenados à prisão sem, como se sabe, nunca sofrer punição entre seus pares. O que se espera agora é que Maurão de Carvalho faça a leitura correta do tempo e reduza as mordomias e privilégios de seus pares, em respeito cada vez maior aos cidadãos-contribuintes-eleitores do Estado.

EFEITO TRUMP

Decreto assinado por Donald Trump sobre as restrições de vistos para a entrada de estrangeiros nos Estados Unidos vai afetar também os brasileiros. A mudança nas regras altera a condição, principalmente, sobre as entrevistas. Agora, a entrevista é obrigatória para brasileiros que têm entre 15 e 79 anos, inclusive para renovações.

HERANÇA MALDITA

É bom lembrar sempre dos principais responsáveis por jogar o Brasil no abismo econômico e social onde se debate hoje. É a herança maldita deixada pelo PT após os longos anos de desmandos, de corrupção desenfreada e do famigerado discurso da esquerda.

O desemprego é o retrato mais cruel dessa herança, quantificada agora na pesquisa Pnad Contínua, realizada pelo IBGE, é o desemprego. Pela pesquisa o país ainda não chegou ao 13 milhões de desempregados. Mas na analise de outros fatores, instituições econômicas respeitáveis concordam que o desemprego atinge hoje a mais de 13 milhões de brasileiros.

CICLO CRUEL

Rondônia ainda não sofre as consequências da crise verificadas em outros estados, onde o peso da indústria e dos serviços são maiores no cômputo geral da economia. Aqui o poder público ainda é o maior empregador.

Para quem não depende o contracheque do governo, o ciclo é cruel. Menos emprego significa menos renda, menos consumo e, consequentemente, novas demissões.

MENOS DINHEIRO

Especialmente em Porto Velho é muito fácil constatar o drama de quem perdeu o emprego e luta com todo o sacrifício para conseguir uma recolocação, que é cada vez mais difícil. Os rondonienses que se debatem nesse ambiente de incertas estão sem dinheiro. As empresas estão sufocadas e a solução imediata é reduzir mão de obra. O coquetel nefasto da conjunção das crises política e econômica faz cada vez mais vítimas, em todas as classes sociais.

DUBIEDADE

O prefeito Hildon Chaves acompanha de perto essa situação e procura alternativas para reduzir os efeitos da crise, inclusive apoiando ações de investimentos do setor privado. Esse foi, por exemplo, o sentido de agilizar processos que permitiriam ao grupo Irmãos Gonçalves iniciar os investimentos para a construção de seu shopping na capital, gerando de imediato cerca 800 empregos diretos.

Agindo pelo caminho do “quanto pior melhor” opositores fazeram uma campanha contra o prefeito, lastreada nas interpretações dúbias. Os rebotalhos do passado não tem qualquer sensibilidade com o drama vivido pelos desempregados.

FELIZES VIAJANTES

Ontem o parlamento estadual se reuniu para dar posse ao deputado Maurão de Carvalho ao seu novo mandato como presidente da Assembleia, completando sua gestão nessa segunda fase da presente legislatura. Fora essa sessão realizada ontem, o parlamento estadual continua permanece de recesso. Suas atividades normais só serão retomadas no dia 15.

E mesmo assim pelo menos dois deputados estarão viajando ao Paraná, mais precisamente à cidade de Cascavel, acompanhados de assessores, com todas as despesas (incluindo diárias) pagas pelo cidadão-contribuinte-eleitor. Até parece uma ação entre amigos ou coisa de pai para filho. Sei não, mas chego a imaginar que alguém lá do MP ou TCE poderá examinar essa questão com olhos de lince. É claro que essas coisas podem acontecer à revelia da orientação do presidente da Casa, justamente festejado até agora pela gestão proba (salvo melhor juízo) nos anos anteriores.

CULPADOS

Há uma inescapável choradeira entre a maioria dos novos prefeitos. Eles genericamente reconhecem um estado de falência na maior parte das prefeituras. Só não dizem o óbvio: os culpados são os gestores que o povo elege e reelege. Todo mundo sabe disso. Todo mundo comenta nos restaurantes e nos bares da cidade, e ninguém faz nada. Não existe oposição no estado e nem tão pouco existiu no município.

MOROS E JANOTS

Tudo leva a crer que Rondônia sofre com a falta de Janots e Moros para defender os cofres públicos. E dos vereadores é que ninguém espera algum esforço em defender interesses do povo. Todo o atraso em que vive Porto Velho é fruto – em grande parte – da benevolência que os vereadores sempre tiveram com a gestão petralha e com a Turma do Quibe.

Comentar