Quem não ficaria temeroso das supostas influências do deputado Nilton Capixaba e Ivo Cassol em uma eventual administração Léo Moraes

FILOSOFANDO

“Esperteza é quando você acredita só numa parte do que ouve no meio político; genialidade é quando sabe em qual parte acreditar, e mesmo assim com uma boa margem de dúvida.” Citação do próprio colunista em roda de amigos, ontem, comentando as cascatas de Mauro Nazif nos programas eleitorais da TV.

 VOANDO ALTO

Quem não acreditava tem de fazer agora o “mea culpa” diante das estatísticas. O PSDB foi inegavelmente o grande vitorioso das urnas, ampliando o total de prefeitos em 15,6%, a maior taxa entre os partidos grandes e médios. O avanço tucano foi uniforme e disseminado pelo país.

 DE NOVO

Na rede social surge um movimento grande buscando isentar Leo Morazes de responsabilidade nos ataques pessoais ao candidato Hildon Chaves. As postagens são de autoria principalmente de antigos aliados do pai do jovem candidato, Paulo Moraes, que foi e vida uma unanimidade política no segmento da Polícia Civil rondoniense.

Os ataques perpetrados contra o Hildon, ex-membro do Ministério Público, pode ter efeito contrário, criando uma rejeição ao até agora chamado de “Garoto Prodígio” pelo Rondoniadinamica.com. A votação obtida por Hildon Chaves no primeiro turno foi a clara demonstração de que o eleitorado atual rejeita representantes da política convencional. É um fenômeno que vai continuar pesando no segundo turno e ainda precisa ser avaliado com mais profundidade.

 RELAÇÕES PERIGOSAS

Saber a origem política de Leo Moraes o os pecadilhos dos “donos” dos partidos patrocinadores de sua candidatura (tipo Nilton Capixaba e seu envolvimento em escândalos como o das ambulâncias) pode tirar ainda mais as aparentes vantagens conseguidas na campanha do primeiro turno. Quem não ficará temeroso das supostas influências de Capixaba et caterva na gestão da tão espoliada prefeitura da cidade? Isto sem se falar de outro cacique carimbado com o nome de Cassol.

 MAIS LONGA

Ao completar ontem 30 dias de duração, a greve dos bancários deste ano já se iguala à maior paralisação nacional da categoria, ocorrida em 2004, quando houve a primeira campanha nacional unificada entre funcionários de bancos públicos e privados. A segunda greve mais longa da categoria foi em 2013, totalizando 24 dias.

Em Porto Velho todas as agências permanecem com suas atividades paralisadas.

 FICHAS SUJAS

Até esse momento ainda é possível verificar o desolamento dos eleitores mais esclarecidos com o resultado final das urnas no último domingo para a composição da Câmara Municipal. Muitos se perguntam como nomes desgastados na presente legislatura (até por prisões) conseguiram renovar o mandato.

Isso sem falar de nomes também contaminados no passado e que conseguiram votação para retornar ao legislativo municipal, como o do vereador Zequinha, levado à barra da Justiça pela malandragem de ter usado na sua Associação (chamada de benemérita) pessoal pago com verba de gabinete e cedidos a bel prazer pelo município. Como isso aconteceu?

 SEM CAMPANHA

Na verdade esse pessoal se beneficiou dessa eleição atípica, com um formato que bem lembrou as eleições dos tempos da ditadura militar. No caso de vereadores é mais apropriado dizer que não houve campanha eleitoral. O posicionamento político não pesou nada na decisão do voto. Candidato a vereador não se posicionou sobre os temas da cidade e nem precisaram de currículo.

 BONZINHOS

Todo mundo entrou no “bloco dos bonzinhos”, até mesmo quem recentemente teve de encarar uns dias no xilindró. Tiveram sorte os vereadores reconhecidamente enfronhados na corrupção com essa campanha curta que não causou interesse ao eleitorado nem mesmo nas ruas.

Nenhum dos vereadores que conseguiram renovar o mandato foi convenientemente cobrado por ninguém, nem pela mídia acovardada diante da judicialização da campanha e, por isso, incapaz de nominar os vereadores que deslizaram pelos vãos da ética pública. Tudo para evitar processos na Justiça Eleitoral diante da ideia de que candidatos tinham direito à blindagem.

 VIGILÂNCIA CERRADA

E assim esses políticos (mesmo aqueles colados no índex) que se misturaram aos subterrâneos dos negócios escusos foram novamente votados (por métodos suspeitos) e continuarão na próxima legislatura. Se não houver uma vigilância cerrada das instituições do controle externo e dos bons cidadãos eleitos esse ano, a Câmara Municipal corre o risco de sofrer novamente com as dilapidações de praxe.

 DIFICULDADE

É mesmo de embatucar a cabeça daqueles integrantes da sociedade que nutrem ojeriza pelos políticos mequetrefes, enganadores e negocistas. Afinal, será o crescente número de corruptos aprovados na seara político-partidária exerce algum tipo de sedução que lhes garante sobrevida mesmo quando seu lado obscuro se revela perante a opinião pública?

As pessoas não gostam, obviamente, de quem pratica o mau-caratismo na vida pública. E mesmo assim nomes de clãs carimbados nas estripulias do exercício do Poder foram muito bem votados em diversos pontos do estado. Por quê? O que acontece é que está cada vez mais difícil separar os políticos por aquilo que eles realmente são. Então, bons e ruins acabam sendo atirados num cesto só.  É baseado nessa ideia que surge esta composição esdruxula da próxima legislatura da capital.

CHUVA DE LÁUREAS

O estado sofrendo com a falta de políticas de governo para vencer a crise e garantir pelo menos empregos à juventude pronta para ser incluída no mercado de trabalho e nossos deputados ainda usando o aparato do legislativo para dar vasão a sinecuras injustificáveis, como a promoção de eventos para entregar Medalha do Mérito Legislativo a figuras de menor expressão.

Não deve existir em todo o Brasil – e talvez nem na América Latina – uma polícia militar mais laureada com medalhas de mérito que a rondoniense. Principalmente pelo esforço de certos parlamentares (oriundos da caserna) em fazer a distribuição dessa láurea como se estivesse distribuindo meros pirulitos aos marmanjos que, como se sabe, lá na frente vão votar.

QUALÉ, SAULO?

A coisa vai celeremente para degringolação total. Agora até o deputado Saulo Moreira entrou nesse dança de tom desairoso. É dele a proposta de concessão de Medalha de Mérito Legislativo ao oficial subalterno da (pasmem!) Polícia Militar do Mato Grosso. O deputado deve imaginar que essa concessão vai valorizar a láurea criada para homenagear gente extraordinária do Estado…

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