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Produção da indústria tem resultado positivo pelo 5º mês seguido, diz IBGE

Em 12 meses, queda é de 9,6% – a maior desde outubro de 2009.
Houve taxas positivas em 2 das 4 grandes categorias econômicas.

A produção da indústria brasileira ficou em 0,1% em julho, na comparação com o mês anterior, apresentando o quinto resultado positivo nessa base de comparação, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (2). Foram registradas taxas positivas em 2 das 4 grandes categorias econômicas e em 11 das 24 atividades. E com esse quinto resultado positivo, o ganho acumulado ficou em 3,7%.

Já em relação a julho do ano passado, o tombo da produção foi de 6,6%. Apesar do resultado positivo de julho, a atividade fabril acumula queda de 8,7 nos primeiros sete meses do ano e de 9,6% em 12 meses – a maior desde outubro de 2009, quando chegou a 10,3%.

O IBGE revisou o crescimento de junho para 1,3%. Em maio o crescimento foi de 0,4%, em abril, de 0,5%, e março foi revisado, para 1,4%.

Segundo o IBGE, mesmo com o comportamento positivo observado nos últimos cinco meses, a indústria recuperou apenas parte da perda registrada ao longo de 2015 e ainda se encontra 18,2% abaixo do nível recorde alcançado em junho de 2013.

“Essa sequência de resultados positivos não era vista desde 2012, mais especificamente desde abril até o mês de agosto de 2012. E nesses cinco meses, há ganho acumulado de 3,7%. Vale o destaque que mesmo com a sequência de resultados positivos, o setor industrial ainda tem caminho importante a ser recuperado, dado às perdas importantes que foram observadas principalmente no ano passado para a indústria como um todo”, analisou André Macedo, gerente de indústria do IBGE.

“Mesmo com essa sequência de resultados positivos, o total da indústria ainda opera em níveis de 2009, mais especificamente fevereiro de 2009. Ou seja, são cinco meses de crescimento, mas não significa que as perdas foram recuperadas, ou que o setor está operando no seu ponto mais alto. É uma recuperação sob uma base de comparação mais baixa”, completou.

Para Macedo, trata-se de uma situação melhor do que no passado recente, “mas ainda assim há caminho importante a ser percorrido”.

Alimentos puxam alta
De junho para julho, o destaque ficou por conta dos produtos alimentícios, que avançaram 2%, interrompendo dois meses consecutivos de queda na produção.

“Se eu tirasse o crescimento do setor de alimentícios nesse mês, é claro que o total da indústria ficaria negativo”, ressalta Macedo.

Outras contribuições positivas vieram de indústrias extrativas (1,6%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (5,8%), metalurgia (1,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,4%) e produtos de borracha e de material plástico (1,3%).

Entre os 13 ramos que reduziram a produção no mês, os desempenhos de maior relevância vieram de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-2,8%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-7,3%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,7%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-6%), produtos do fumo (-15,1%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-2,4%) e outros produtos químicos (-3,2%).

Entre as grandes categorias econômicas, a produção de bens de capital caiu 2,7%; a de bens de consumo semi e não-duráveis recuou 1,9%, a de bens de consumo duráveis subiu 3,3%, marcando a terceira taxa positiva consecutiva, com ganho acumulado de 11,7% no período. Já bens intermediários subiram 1,6%. No caso dos bens de capital, a queda interrompeu seis meses consecutivos de crescimento na produção, período em que acumulou avanço de 14,7%.

Veículos automotores puxam queda
Nos primeiros sete meses do ano, indústrias extrativas (-13,4%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-20,2%) exerceram as maiores influências negativas, pressionadas por minérios de ferro, na primeira, e automóveis, caminhões e autopeças, na segunda. As quatro grandes categorias econômicas e 24 dos 26 ramos tiveram queda na produção.

Outras contribuições negativas relevantes vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-6,7%), máquinas e equipamentos (-15,6%), metalurgia (-10,3%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-25,7%), produtos de metal (-13,5%), produtos de minerais não-metálicos (-11,5%), outros equipamentos de transporte (-22,0%), produtos de borracha e de material plástico (-10,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,2%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-10,3%) e móveis (-15,2%).

Entre as grandes categorias econômicas, a produção de bens de consumo duráveis caiu 21,4%, a bens de capital recuou 18,5%. Já a de bens intermediários caiu 8,3%, e de bens de consumo semi e não-duráveis recuou 2,9%.

Comparação anual
Na comparação com julho de 2015, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-10,7%), indústrias extrativas (-9,9%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-13,8%) exerceram as maiores influências negativas. “O principal impacto negativo do setor de derivados do petróleo e combustíveis tem reflexo claro na retração da demanda doméstica”, diz Macedo.

Houve recuo nas quatro grandes categorias econômicas, nos 2 dos 26 ramos, nos 57 dos 79 grupos e em 66,2% dos 805 produtos pesquisados.

“O julho deste ano, com 21 dias úteis, mostrou dois dias úteis a menos do que o julho de 2015. Isso claro traz influência negativa para esse tipo de comparação. Mas é obvio que isso não explica a permanência no comportamento negativo no setor industrial, explica a magnitude. Em termos de atividade, esse espalhamento persiste. Em termo de difusão de produtos, a gente observa espalhamento também, cerca de 2/3 dos produtos investigados permanecem no campo negativo. Ela pode ajudar um pouco a intensidade da queda, mas não a queda em si”, diz Macedo.

 

 

Fonte: G1

 

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