Policial

Polícia apura se idoso morto levado ao banco ingeriu substância que provocou o óbito

O exame toxicológico feito no corpo de Paulo Roberto deve ser entregue ao delegado na próxima semana

A polícia apura se o idoso morto levado pela sobrinha a uma agência bancária para sacar um empréstimo de R$ 17 mil, no Rio de Janeiro, ingeriu alguma substância química que pode ter provocado óbito. O delegado Fábio Luiz da Silva, responsável pela investigação, pediu um exame toxicológico no corpo de Paulo Roberto. O resultado deve ser entregue na próxima semana.

O médico do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que atestou o falecimento do idoso não entregou a declaração de óbito, após suspeitar de intoxicação exógena — o que pode ocorrer em casos de envenenamento.

Na avaliação dos socorristas, Paulo havia falecido duas horas antes do chamado pela aparência do cadáver. Já o laudo do IML (Instituto Médico-Legal) foi inconclusivo para o horário do óbito, mas apontou broncoaspiração seguida de parada cardíaca como a causa da morte.

Após a perícia, o corpo foi liberado para o enterro. O sepultamento está marcado para ocorrer neste sábado (20), no Cemitério de Campo Grande, na zona oeste da cidade.

Sobrinha era cuidadora do idoso

A sobrinha do idoso, que também se apresentou como cuidadora dele, está presa preventivamente (sem prazo) após ter sido detida em flagrante. Ela foi filmada dizendo para tio assinar a documentação dentro da agência bancária, sendo que ele estava na cadeira de rodas sem esboçar qualquer reação.

Após a análise das imagens das câmeras do banco, o delegado disse acreditar que Paulo já entrou morto na instituição financeira e que a mulher fingiu conversar com ele.

“Ela simula por várias que ele está vivo e que ela está conversando com ele. Ela segura a cabeça dele para ficar firme. Então, ela fez uma simulação para levar as pessoas a acreditarem que era alguém que estava doente, até para conseguir uma agilidade para obter esse dinheiro”, comentou.

A mulher é investigada por furto mediante fraude e crime de desrespeito ao cadáver. No entanto, a polícia apura se a suspeita teria cometido outros crimes, como omissão de socorro.

“A gente quer saber o cuidado que ela dava a ele. O laudo mostra que o senhor estava desnutrido. Será que houve algum tipo de omissão no momento em que ela pega o idoso pelos braços e pernas, coloca no carro e, ao invés de levar ao hospital, vai a uma instituição bancária?”, questionou Fábio Luiz da Silva.

Idoso morreu um dia após receber alta

Um dia antes de morrer, o idoso havia recebido alta hospitalar. Paulo Roberto ficou internado na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Bangu, durante uma semana, devido a uma pneumonia.

Apesar de câmeras de segurança dos locais em que a sobrinha passou com ele mostrarem o idoso debilitado, no mesmo dia, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que o paciente deixou a unidade após melhora no quadro clínico.

Defesa

À polícia, a suspeita relatou que o empréstimo havia sido feito pelo tio, no último dia 25, e que ela acompanhou o idoso até o banco para ajudá-lo no resgate do dinheiro.

A defesa confirmou que vai pedir a revogação da prisão de Érika de Souza Nunes. A advogada Ana Clara de Souza disse acreditar que a vítima tenha falecido no interior da agência.

Para a defesa, não ficou claro em que momento a cliente percebeu que o tio estava morto. Segundo a advogada, a mulher estava dopada de medicamentos para tratamento da depressão.

FONTE: R7.COM

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