FILOSOFANDO
“Para os pobres, é dura lex, sed lex. A lei é dura, mas é a lei. Para os ricos, é dura lex, sed latex. A lei é dura, mas estica”. Fernando Sabino (1923/2004) – Escritor brasileiro.
PODE PIORAR?
Nada parece tão ruim que não possa piorar. Esse é o alerta que faz o relatório trimestral da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), ao trazer um cenário mais pessimista para economia, projetando para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro uma contração de 4,3% neste ano e de 1,7% em 2017. Segundo a OCDE, a incerteza no ambiente político, com suas “profundas divisões políticas”, reduziu as chances de reformas de curto prazo, o que tem como consequência o agravamento do déficit nas contas públicas.
FALTA DE CONSENSO
Em outras palavras, o que o documento faz é apontar claramente os responsáveis para os problemas econômicos do Brasil – as lideranças políticas que compõem o Congresso Nacional e o Poder Executivo. Para a OCDE, elas enfrentam uma enorme dificuldade em articular o consenso político para a condução de reformas, problema que persiste mesmo após o afastamento de Dilma Rousseff, reduzindo a confiança dos mercados e podendo levar, como consequência, ao prolongamento da recessão por três anos consecutivos.
LAMENTÁVEL
É nesse contexto que se torna lamentável o posicionamento das lideranças dos sete maiores partidos com representação no Congresso, ao não se comprometer com a pauta econômica do presidente interino Michel Temer. O teto de gastos públicos e a reforma da Previdência, se aprovados, trariam a garantia de que em algum momento no futuro as contas públicas tenderiam ao ponto de equilíbrio, dando condições de tornar mais previsível o cenário fiscal do governo e facilitando a retomada do crescimento.
FISIOLOGISMO
A posição dos líderes merece críticas não por quererem discutir os projetos no Parlamento, pois, afinal, essa é a razão da própria existência do Congresso e pela qual foram eleitos. O problema é que a negativa em assumir o compromisso não tem nenhuma relação com posições programáticas dos partidos. Para os bons entendedores das meias palavras ditas em Brasília, fica claro que as lideranças não querem entregar os projetos aprovados sem antes conseguir ganhar algo em troca. Antes fossem ideológicas, as razões parlamentares são fisiológicas.
BANDALHA
O conselheiro Paulo Curi Neto, do TCE rondoniense, deu prazo de cinco dias para Ezequiel Neiva, o suplente de deputado colocado na chefia do DER-RO, órgão eminentemente técnico do governo, sem ter, é claro, currículo para tanto; terá de explicar os motivos de ter contratado quase 200 novos servidores para o órgão sem a competente realização de concurso público.
CHEFE SEM CURRICULO
Certamente o galardoado chefe do DER-RO que, como se sabe, não entende bulhufas de engenharia ou de projetos rodoviários, vai tentar engabelar o TCE com aquelas justificativas que não justificam nada. O nome da sinecura inventada para inchar a folha do DER-RO traduz exatamente mais um “Trem da Alegria”, conforme denúncia do Simporo, que é o Sindicato dos Motoristas Profissionais do Estado.
Imagina se contratar servidores emergenciais para a maracutáia conhecida como Espaço Alternativo não é simplesmente mais um truque de madame desse gestor público incompetente? E isso em pleno ano eleitoral. E bate o bumbo.
FURDUNÇO
Pode acabar em furdunço uma articulação iniciada nessa semana e aprofundada a partir da certeza da inelegibilidade de Sobrinho ou Prefeito Ali-Babá, como ficou popularmente conhecido o petista que pretendia sair candidato para tentar um retorno à prefeitura de Porto Velho no pleito de outubro.
Acontece, pelo zumzumzum dos bastidores, que o comando do PDT nacional estaria pronto a determinar uma aliança com o PT rondoniense. Se a ideia se consolidar, o PT (por falta de nome para a disputa) poderá fornecer o vive na chapa do PDT, que tem anunciado candidato próprio na disputa sucessória. Como os filiados na legenda criada por Leonel Brizola não quer nem sonhar com a possibilidade dessa aliança, o furdunço já está desenhado…
ABALADA
Se esse tipo de imposição chegar aos arraiais do tal “socialismo moreno” (??) as relações entre o senador Gurgacz (ainda na chefia pedetista) e o presidente nacional Carlos Lupi, pode se romper de vez. O político andou publicando nota nas redes sociais sobre sua suposta independência em relação à cúpula nacional do PDT. Assim, tentou descaracterizar as afirmações de que, por determinação de Lupi, estava virando a casaca para votar em favor do retorno de Dilma Roussef à presidência do Brasil.
VERGONHA
O Ministério Público Federal descobre que 500.000 (quinhentos mil) funcionários públicos recebiam a famigerada Bolsa Família dando um rombo aos cofres públicos, equivalente a dois bilhões de reais. O que mais chama atenção é que esse benefício que seria a priori para atender as famílias mais necessitadas que, sem dúvida alguma, foi uma das plataformas para eleger os candidatos do PT (Partido dos Trabalhadores), agora se torna notícia vergonhosa que, além de tantas outras, mais uma vez atinge e fortalece a imagem desse partido que veio para detonar e mais do que nunca detonou as instituições Verdes e Amarelas.
PRÁ ENGANAR
O eleitor não deve esquecer. Afinal, quando a vaca foi para o brejo, muitos vereadores aqui em Porto Velho trataram de mudar de partido no sentido de não se queimarem nas eleições deste ano. Esses vereadores até pouquíssimo tempo batiam no peito e diziam que o Brasil mudou para melhor depois da entrada do sr. Lula no governo e agora o que falar, José Wildes, Bengala e mais uma cambada!
Pelo menos um vereador, eleito a primeira vez após fazer parte do secretariado do ex-Prefeito Ali-Babá, está aguentando as pontos e permanece petista de carteirinha. Corre o sério risco de, conhecido os resultados da votação, ter de se expressar como dizia o grande filósofo grego Sócrates: “Tamus Fudidis!”.
OS INOCENTES
Ah, os políticos! Eleitos pelo voto direto para cargos majoritários como os do Senado deveriam ir para Brasília zelar pela grandeza da pátria, dignificando os votos recebidos nos estados. Raupp, Cassol, Gurgacz deveriam batalhar pela estabilidade do país em benefício do povo brasileiro.
Mas acabam agindo exatamente como os demais políticos, como seus líderes de pés de barro. Parece uma nuvem de gafanhotos famintos devorando a lavoura alheia. E nunca sabem de nada quando entram nas listas de suspeitos, investigados ou processados. São sempre inocentes.
LATRINA
É vergonhoso ouvir o seu Renan, presidente do Senado, o Cunha, presidente afastado da Câmara, o seu Lula, o mentiroso, a dona Dilma, a falsaria, e muitos outros que não vamos nem citar. Todos eles são inocentes, e ninguém deve duvidar. Quando se fala de corrupção, eles nem sequer ouviram falar, são todos santinhos, basta imaginar.
Se perguntarmos aos eleitores aonde esses políticos deveriam estar, certamente responderão: num grande vaso sanitário a se acomodar aguardando apenas puxar a cordinha para eles se ajeitarem. A Justiça brasileira, no geral, precisa acelerar os processos, os procedimentos contra os políticos, ajudando a puxar a cordinha para o estado e o Brasil se higienizarem. Sem essa disposição, vamos continuar ouvindo gritos de “Viva os corruptos de plantão…”
Add Comment