FILOSOFANDO
“O mundo se divide em pessoas boas e pessoas más. As pessoas boas tem um sono tranquilo. As pessoas más se divertem muito mais”. Woody Allen(1935), cineasta norte-americano.
ESTRANHO
Causa estranheza a insistência do prefeito Mauro Nazif (PSB), de Porto Velho, em realizar contratos milionários para setores onde sempre sobejaram denúncias de maracutaias – como é o caso do segmento da limpeza pública – como se tivesse a certeza de que ao final conseguirá ver seu desejo concretizado, graças a sentenças judiciais favoráveis a este sistema no mínimo esdruxulo.
Com essa conversa incapaz de convencer até a “velhinha de Taubaté”, usando desculpas sobre “emergências” inexistentes, o prefeito conseguiu impor no segmento do transporte urbano uma porcaria batizada de “Sim” com a dispensa da licitação. O TCE foi contra, mas o prefeito conseguiu manter sua decisão no Tribunal de Justiça.
SAFRA RUIM
E agora, com o mesmo argumento, a prefeitura fechou contrato de Sete Milhões de Reais, suspenso por uma decisão do Tribunal de Contas do Estado, ou mais precisamente pelo conselheiro Wilber Coimbra, relator do processo que viu na decisão da gestão de Nazif graves irregularidades e risco de lesão ao erário.
O prefeito Mauro Nazif tem demonstrado por suas ações questionáveis fazer parte da safra ruim de gestores públicos municipais do estado.
Talvez seja esse o motivo pelos quais procura sempre um atalho (especialmente com essa justificativa furada de “emergência”) para terceirizar serviços contratando “empresas” sem lastro para os “negócios da china”, em segmentos como transporte e limpeza pública.
BLÁBLÁBLÁ
Até agora o Movimento Rondônia pela Educação lançado pela Federação das Indústrias do Estado de Rondônia, a Fiero, não saiu do blábláblá e do campo das intenções. A entidade distribuiu ontem aos jornalistas uma nota, mas nela não consta nenhuma informação sobre o que concretamente será feito no estado.
Há certo otimismo em torno do assunto. Pelo menos a Fiero garantiu estar recebendo apoio do governo estadual, da OAB, de outras federações do setor produtivo e até de faculdades particulares. Mas tudo isso ainda está muito vago, sem uma explicação detalhada sobre como agirá (e o que fará) cada um desses entes apoiadores.
QUALIFICAÇÃO
Imagina-se como objetivo maior da Fiero, a qualificação profissional dos trabalhadores rondonienses, mas ainda é uma incógnita saber como a representação das indústrias rondonienses fará isso acontecer. A própria Fiero destacou um depoimento de um líder do setor (Glauco José Côrte, da Federação das Indústrias de Santa Catarina – Fiesc) revelando a tragédia vivenciada no Brasil pela falta de qualificação dos trabalhadores brasileiros.
“Em uma pesquisa, foi identificado que precisamos de cinco trabalhadores brasileiros para alcançar a produtividade de um trabalhador americano. Três brasileiros para produzir o mesmo que um alemão e dois para alcançar a produção de um coreano”, disse Côrte.
PESADELO
A confirmação da inelegibilidade de Roberto Sobrinho, o petista que comandou a prefeitura de Porto Velho por dois mandatos e saiu do cargo com a alcunha popular de “Prefeito Ali Babá”, deixa claro que esse ano a legenda vai viver seu maior pesadelo no estado de Rondônia e especialmente em Porto Velho. Sobrinho já estava em franca atividade de campanha, com constantes visitas aos bairros da capital rondoniense, mas como previu a coluna, não terá a menor chance de ter sua candidatura homologada pela Justiça Eleitoral. Isso graças à confirmação de sentença de improbidade, reafirmando sua condição de inelegível.
CHANCES NULAS
Também em Rondônia o PT passou a ser identificado como o partido da corrupção e da roubalheira, principalmente em municípios da importância de Porto Velho e Cacoal, onde aconteceram os escândalos mais rumorosos. Nesse cenário é fácil visualizar a impossibilidade do PT repetir vitórias do passado. Segundo especialistas na leitura de pesquisas, a chances de vitória do partido em municípios aonde chegou a chefiar o Executivo não chega a 3 por cento.
SEM NOMES
No caso de Porto Velho, onde a candidatura de Sobrinho era consenso da direção partidária para aprovação na convenção que será realizada para a escolha dos partidos, há um dilema de difícil solução: encontrar um substituto para o ex-prefeito Ali-Babá. Quem fica apavorado com esse cenário são os candidatos proporcionais (vereadores) que terão enorme dificuldade em conseguir votos para se eleger nesse cenário de debandada dos eleitores petistas.
SEM ESPANTO
Como Ezequiel Neiva, o atual diretor-geral do DER, foi colocado no posto apenas por tratativas políticas e não precisou ter currículo para gerir um órgão eminentemente técnico, sua decisão de abrir inscrições para contratar trabalhadores emergenciais a serem utilizados na conclusão do “Espaço Alternativo”, em Porto Velho, não chega a causar espanto. Espanto mesmo haverá se os órgãos de controle externo (TCE e MP) deixar correr frouxo e não exercerem suas obrigações de defender os contribuintes e o erário.
DESFAÇATEZ
É uma desfaçatez desse suplente de deputado tomar uma decisão dessas em pleno ano eleitoral e, pior, para uma obra paralisada por decisão judicial, após a confirmação de que ela foi pivô central de denúncias de corrupção que, entre outras coisas, levou para a cadeia o ex-dirigente do DER (hoje deputado federal) e o prefeito Alex Testoni, de Ouro Preto. Não é possível acreditar que as autoridades do controle externo vão aceitar riscos que podem desaguar em novo escândalo.
DO BALACOBACO
Ex-prefeito de Jarú (da família dos Muletas), ex-prefeita de Ariquemes (filha de Amorim), prefeito José Luiz Rover (de Vilhena), todos recebendo novas condenações. No caso de Rover, a sentença implica em perda do mandato. Entrementes, em Porto Velho vereadores manobram na tentativa de enganar uma recente disposição judicial e um subsídio de representação elevando os proventos do vereador Jurandir Bengala para 18.037 reais mensalmente, fazendo dele o mais bem pago analfabeto do município de Porto Velho. A classe política rondoniense continua sendo do balacobaco.
PEGA LADRÃO
E o eleitor cada vez tem mais razão de repetir o refrão antigo: “Se gritar pega ladrão não fica um no governo não fica um nessa Câmara Municipal, na maioria das prefeituras, em vários órgãos do governo e vai por ai afora”.
E esse pessoal ainda vai para as urnas nesse ano tentando minguar a pouca esperança que ainda resta ao brasileiro. Chega de retrocesso. Quem faz do cargo público um simples meio para o enriquecimento rápido não deve receber novamente o voto do povão.
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