FILOSOFANDO
“Vencer na política não é tudo: é a única coisa”. Richard Nixon (1913/1994). Foi o 37º presidente dos Estados Unidos, criado sob a rígida observância de princípios Quaker. Em 1960 tentou a presidência americana mas foi derrotado por John Kennedy. Foi eleito em 1968 e reeleito em 1972, mas teve de renunciar em 1974, em virtude do escândalo Watergate.
PPPs MUNICIPAIS
Na semana que passou a coluna registrou num de seus tópicos os rumores de que a gestão (???) municipal de Mauro Nazif está procurando nesse momento (final de governo) firmar acordos dentro num programa de “Parcerias Público Privadas”. A coluna, claro, tratou de avaliar o assunto pelo viés de supostas maracutaias, especialmente por se tratar de um governante que passou todo o mandato sem conseguir dar uma solução terminativa e dentro da lei da transparência no segmento do transporte coletivo urbano que, como se sabe, ainda funciona no caráter provisório e emergencial. PS: Aliás, o contrato emergencial que permite ao consórcio SIM estar funcionando terminou e certamente levará o TCE a tomar as medidas necessárias.
CENÁRIO CRÍTICO
Não restam dúvidas de que o cenário econômico enfrentado no município é critico, pois agravado por uma crise sem precedentes e por uma gestão sem versatilidade, que foi incapaz não só de resgatar os compromissos feitos na campanha e muito menos implementar as reformas estruturais indispensáveis para colocar Porto Velho nos caminhos do equilíbrio e do desenvolvimento.
O problema dessas intenções discutidas nesse momento nos recônditos do governo municipal é o modo como supostamente se pretende colocar em prática as tais PPPs, onde uma parte teria o município bancando o principal em apoio a entidades privadas escolhidas sabe-se lá como e por quem, para determinados projetos.
Ora, o governo que ai está não é confiável, como provam escândalos registrados até em pequenas ações como foi com a contratação de shows utilizando “empresas” de pastas. Afinal, por que somente agora, quando tudo no comando da administração do Executivo se volta para o esforço da reeleição, fala-se tanto na implantação dessas parcerias?
PROBLEMA CRÔNICO
Porto Velho tem tido azar com seus gestores desde o tempo em que Rondônia ganhou autonomia de estado. Temos vários problemas crônicos em infraestrutura. São problemas que afetam a competitividade de nossa economia em relação a outras capitais e outros municípios do porte do nosso. Esse, para citar um exemplo, é questão do saneamento básico, com solução várias vezes anunciadas e que nunca aconteceram.
Nossos gestores sempre foram incompetentes para solucionar essas carências do município, mesmo quando conseguiram obter recursos, como aconteceu em relação à coleta e tratamento de esgotos que acabou dando em nada, embora o dinheiro estivesse totalmente disponível para isso.
ALTERNATIVA
Para a retomada do desenvolvimento, especialmente em infraestrutura, em função dessa incapacidade dos governos (municipal e estadual) bancarem diretamente esses investimentos, passa a ter fundamental importância a capacidade dos entes públicos de fomentar parcerias com a iniciativa privada.
Mas a concretização dessas parcerias não pode ser realizada por um governo que não demonstra ser merecedor de credibilidade por parte da população. Então, é preciso ficar atento aos próximos lances de manobras nesse sentido que correm o risco de simplesmente se traduzirem em meio de entregar bens públicos a interesses inconfessáveis. É preciso ter cuidado para que acordos espúrios não aconteçam involucrados como parcerias para estabelecer projetos perfeitamente dispensáveis e sem segurança econômica e jurídica.
TETAS DA CULTURA
Não resta alternativa aos brasileiros de boa vontade senão torcer e ter esperanças de que esse governo transitório pós-impeachment de Dilma consiga romper a bruma do caos gerado pela esbórnia do período petista, possibilitando o surgimento de pelo menos uma réstia de esperança de melhores dias, principalmente para aqueles que perderam os empregos e não sabem quando irão conseguir voltar ao mercado de trabalho formal.
Todavia, vai ser muito difícil colocar de novo o país nos trilhos. É só ver o tamanho da reação de grupos da esquerda petralha com a transformação do Ministério da Cultura, de onde saiam pequenas fortunas para fazer a alegria especialmente de artistas milionários, numa secretaria.
TUDO PELO OVO
Pressões corporativistas e onerosas contradizem discursos do Congresso e dos artistas. Como brincava o saudoso Ronald Golias: “deixei de saber se o pato é macho ou fêmea, o que eu quero é comer ovo”. Artistas se declaram pró Dilma e programas sociais. Eles se esquecem de que tais programas demandam recursos. Mas, não abrem de seu ministério, não prioritário no atual momento, cujos recursos poderiam ser canalizados para o social. Ah sim, “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Quanta hipocrisia!
E O POVO ENGANADO?
Michel Temer decidiu atender os artistas revoltados: anunciou que a cultura recupera o status de Ministério. Mas não vai conseguir apaziguar os “artistas”. Afinal, seu objetivo é desgastar Temer enfraquecer o próprio processo de impeachment e inviabilizar o governo transitório. Certamente “os artistas” não irão parar suas manifestações engajadas na defesa do “luladilmismo”, postura muito própria da chamada esquerda caviar.
É uma pena que esses “artistas” não usam da mesma veemência utilizada, por exemplo, no Festival de Cannes para denegrir a imagem do Brasil (pagos com dinheiro público), no sentido de demonstrar o quanto o povo brasileiro foi enganado e injustiçado (principalmente aqueles que votaram no PT).
INSENSÍVEIS
Não dizem, por exemplo, que Dilma deveria ter saído antes do afastamento decidido pelo Senado, por imperícia, desmazelo, corrupção, mentiras, tudo a conspirar contra a credibilidade para investimento e consumo, tornando o cenário de nosso país impróprio para o desenvolvimento.
Como esse pessoal privilegiado com o dinheiro público para seus projetos de “arte e cultura” pode ser tão insensível ao desemprego de mais 11 milhões de brasileiros, aos índices crescentes da inflação, à situação dramática da Saúde e roubalheira como método de governo?
ERROS E ACERTOS
A coluna tem perfeita consciência de que Temer, eleito junto com Dilma para governar o Brasil, tem toda legitimidade de chefiar o governo brasileiro no impedimento de Dilma Roussef, como titular. Pode até não ser o nome ideal, mas era e é o nome possível.
Nem por isso a coluna deixou de considerar o anúncio de certos nomes manjados no cenário político para compor o governo de transição como um erro pelo qual Temer poderia ter de pagar um alto custo quando precisa tanto de legitimidade.
Temer acertou na escala da equipe econômica. Mas errou ao admitir ministros sobre os quais pairam processos na justiça. Pode ser que sejam inocentes. Mas a prudência recomenda evitá-los. A opinião pública atenta não perdoou. Eles soam como jatos d’água gelada sobre as esperanças. De pouco adianta o jargão: “presunção de inocência até prova em contrário”. Para esse caso não prospera. Temer não só errou como transmitiu a impressão de cumplicidade e/ou tolerância com a corrupção. Uma pena.
PISADA NA BOLA
Depois do vazamento das gravações de Romero Jucá, o movimento “Fora Temer” vai crescer. Temer está entre a cruz e a espada. Se demitir Jucá, terá que demitir um ministro após outro e seu governo terminará antes de começar. Se não demitir, verá a contestação nas ruas aumentar e o país poderá ficar ingovernável, isso sem contar o imenso desgaste que terá internacionalmente, pois a pecha de “governo golpista” vai pegar com mais força seu governo.Na visão do colunista, até agora, Michel Temer tem mais ajudado do que atrapalhado os seus opositores.
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