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Líder religioso e médium João de Abadiânia é condenado a mais de 109 anos de prisão por crimes sexuais

A defesa do réu afirma que irá recorrer da sentença, já que, segundo ele, as vítimas “tinham plena consciência dos seus atos”

O médium João Teixeira de Faria, mais conhecido como João de Deus, foi condenado a mais de 109 anos de prisão por oito crimes de estupro e 26 violações sexuais, nesta quarta-feira (7). As sentenças foram proferidas pelo juiz Marcos Boechat Lopes Filho, titular da comarca de Abadiânia, no interior de Goiás.

Durante anos, o réu – conhecido internacionalmente – realizou atendimentos espirituais nos quais operava supostos milagres, no centro Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. Segundo as vítimas, a casa foi cenário de diversos abusos.

João de Deus já havia sido condenado em outros seis processos, por violação sexual mediante fraude, estupro de vulnerável e posse ilegal e irregular de armas de fogo. Juntas, as penas dos nove processos somam mais de 223 anos e três meses de prisão.

De acordo com o TJ-GO (Tribunal de Justiça de Goiás), o réu ainda terá de pagar R$100 mil em danos morais às vítimas. Até o momento, os oito processos envolvendo violência sexual já julgados englobam 39 vítimas. Ainda há em tramitação mais sete ações penais da mesma natureza, que devem ser julgadas até março do ano que vem.

O advogado de defesa Anderson Van Gualberto de Mendonça afirmou que irá recorrer das sentenças “em especial à inobservância do prazo decadencial de seis meses para a representação da vítima”.

A defesa também alegou, por meio de nota, que “todas [as vítimas] eram capazes, tinham plena consciência dos atos e se dirigiram espontaneamente até a Casa de Dom Inácio em Abadiânia, em alguns casos ali retornando diversas vezes”.

Segundo o TJ-GO, o processo tramita em segredo de Justiça por envolver crimes de natureza sexual. 

João de Deus segue em prisão domiciliar devido à idade avançada e às diversas doenças crônicas. O líder religioso foi preso preventivamente pela primeira vez em 16 de dezembro de 2018, após algumas mulheres o denunciarem por estupro. 

FONTE: R7.COM

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