FILOSOFANDO
“O poder não corrompe o homem; é o homem que corrompe o poder. O homem é o grande poluidor, da natureza, do próprio homem, do poder. Se o poder fosse corruptor, seria maldito e proscrito, o que acarretaria a anarquia”. Ulysses Guimarães (1916/1992), Político e advogado brasileiro que teve grande papel na oposição à ditadura e na redemocratização do Brasil.
MOTIVO DE ORGULHO
Foi ontem o dia em que o jornal Alto Madeira completou seus 99 anos. É motivo de orgulho essa data e não só para quem integra seu corpo redacional, seus colunistas e repórteres. A efeméride deve ser orgulho para todos os rondonienses de boa cepa, especialmente pelo fato do Alto Madeira ter se constituído ao longo de toda sua existência como pioneiro de muitas causas.
Quem realmente merece os aplausos e as homenagens de toda a Rondônia é Euro Tourinho, seu editor geral, por ter dedicado uma vida inteira a manutenção do jornal fundado por nada mais e nada menos que Assis Chateaubriand, capitão dos Diários Associados. É claro que o “sêo” Euro, um sujeito formidável que se aproxima também do centenário de vida em plena atividade, tem conseguido as sucessivas vitórias com o AM graças ao apoio de toda a família Tourinho, especialmente dos filhos e do irmão Luiz. Com orgulho, também faço da vida desse jornal por vários anos e espero continuar por pelo menos mais uma década.
EXPLOSÃO DE HOMICÍDIOS
Os eternos puxasacos de governos adoram apresentar um cenário altamente positivo à gestão do PMDB rondoniense em todos os segmentos. E por isso fazem questão de silenciarem-se – especialmente os políticos – diante de descalabros e flagelos altamente danosos para a população, especialmente no segmento da Segurança Pública, colocando Rondônia como um dos estados mais perigosos do Brasil.
Não bastassem as crises política e econômica, com o impeachment batendo à porta e a inflação acelerando, além dos surtos na área da saúde, como o H1N1, zika e dengue, que têm tirado o sono do brasileiro, o rondoniense tem agora mais um motivo para se preocupar: a crescente onda de violência no estado. Dois violentos atentados contra jornalistas na pequena cidade de Buritis comprovam que aqui ainda se morre como um passarinho.
ASSUNTO ABAFADO
Se contra profissionais da mídia esses fatos acontecem sem chamar a atenção das autoridades e até dos próprios formadores de opinião, imagina com que descaso o assunto é tratado quando as vítimas do crime são os cidadãos sem rostos, simples gente do povo.
Os cidadãos de bem de Rondônia se veem inseguros. E para quem já se via em meio aos escândalos de corrupção, aos contágios por vírus, ao aumento das contas domésticas e do desemprego, o quadro, que já era de todo ruim, piorou. Está bom ou quer mais?
GOLPE? SÓ NA RETÓRICA
Finalmente o desfecho está chegando. Mas isso ainda não é suficiente para por um ponto final na tentativa dos aliados do PT considerarem “golpe” o processo que certamente fará Dilma descer a rampa se for derrotada na votação do impeachment.
Aliás, quem é da base aliada do lulopetismo continua agarrado com unhas e dentes à tese (na falta de outra) de que um eventual impeachment da presidente é golpe.
EM RONDÔNIA
Até aqui em Rondônia se verifica o contágio desse mantra petista quando um deputado como José Hermínio entra pelo mesmo caminho, agora que está filiado ao PDT e tem de seguir o índex do socialismo (quáquáquáquáquá!) moreno, possivelmente por ordem de seu novo provedor, o senador Acir Gurgacz. Certamente gente como Herminio (que chegou a presidir a Assembleia, fazendo parte da sigla de Kassab) sabe que essa conversa de golpe é só retórica.
TAPANDO O SOL
Quem está na base aliada, quem não enxerga a manifestação da maioria dos brasileiros vai levando essa conversa para tapar o sol com a peneira, imaginando ser possível ampliar a enganação.
É claro que entre os setores que defendem a presidente há pessoas com discernimento suficiente (ainda que ignorantes acreditem piamente nessa ideia), para entenderem que isso não passa do tal truque de madame para tentar salvar o governo, contando com a possibilidade de que venha a ser aceito por outros tantos ignorantes e por mais alguns com discernimento, mas que preferem colocar interesses escusos acima dos interesses nacionais.
SABOR DE ADEUS
Hermínio, por exemplo, sabe disso. Basta ver suas antigas declarações desancando o PT, de onde saiu cuspindo canivete. O povo não vai, como ele imagina, esquecer suas não tão antigas declarações contra o lulopetismo. Sua postura atual cheira como uma despedida da vida pública.
CONSTITUCIONAL
Alguns defensores de Dilma estão lastreados na esperança de que mimos recebidos fortalecerão próximas campanhas. Talvez esse seja o motivo a que se aferra o deputado Luiz Cláudio firme na postura de defesa da continuidade de Dilma, a ponto de se tornar agora o único parlamentar rondoniense com essa posição.
Vários defensores da ideia de manter Dilma no governo têm falado em rasgamento da Constituição e que o impeachment, da forma como está se dando, seria inconstitucional, daí o golpe. Parecem esquecer os que assim dizem (ainda que muito bem o saibam), que o guardião da Constituição, segundo a própria, é o STF e não o advogado geral José Eduardo Cardozo, o presidente ou qualquer outra figura do mundo da política.
É DO JOGO
É simplesmente o jogo político (parafraseando Carville: é a política, burro). Jogo político esse que, como todos sabem, navega ao sabor dos interesses particulares-político-partidários e é aí que mora o perigo e por isso o esperneio. Pelo menos o deputado rondoniense Luiz Cláudio ainda não deu nenhum chilique, não esperneou na defesa do lulopetismo. Menos mau para ele que é um invenção, um fruto do bruxo Ivo Cassol e não dos “esquerdopatas”.
PERDÃO LIMITADO
Luiz Cláudio, um homem ligado ao produtor rural, ainda tem tempo de refletir e descobrir a difícil possibilidade de ser perdoado pelo grosso do eleitorado, principalmente um eleitorado conservador como o rondoniense.
Os defensores da ideia de golpe, aqueles que têm discernimento (porque os ignorantes estão perdoados), sabem muito bem – o que é o caso do deputado debutante da bancada rondoniense – que o que está acontecendo agora é consequência desse mesmo jogo político, que justifica que a presidente tenha mentido despudoradamente durante a última campanha eleitoral, simplesmente para ser vencedora, não podendo, após eleita, manter a palavra empenhada, ainda que a “vaca não tenha tossido”.
NÃO É GOLPE
Luiz Cláudio sempre mereceu – enquanto foi deputado estadual – o respeito da coluna. E por isso está mais uma vez sendo avisado da escolha perigosa feita nesse momento. Mas a gente tem de compreender que é direito do pupilo de Ivo Cassol errar. Portanto, se o impeachment vai prosperar ou não, saber-se-á em breve. Depende de muitas coisas, menos dos reais motivos para tal. Não é golpe. É o jogo político. Simples assim! E se o rondoniense que insiste em ficar ao lado de Dilma, com quem não tem nenhuma identificação vai terminar precocemente uma carreira que poderia durar muito.
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