Brasil

Casos de covid-19 aumentam, mas infectados apresentam sintomas leves

Maioria das confirmações, porém, é de casos leves da doença e não tem provocado alta de internações

O Brasil registrou, segundo boletim epidemiológico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgado no último domingo, 1.077 novos casos e seis mortes por covid-19 em 24 horas. Nos últimos sete dias, a medida móvel da doença ficou em 3.798 casos diários. O volume de testes positivos da doença tem aumentado em laboratórios privados e nas unidades públicas de saúde, o que vem causando preocupação entre especialistas. Até o momento, porém, a elevação do número de testes positivos para coronavírus são de casos leves, e não houve aumento relevante no número de internações pela doença.

A quantidade de testes positivos de coronavírus em laboratórios privados do aumentou em outubro, segundo o Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que alerta para uma nova onda da doença em países da Europa.

Como a covid-19 pode ser confundida com um resfriado ou uma gripe, é importante que a pessoa, ao perceber os sintomas, faça um teste para comprovar se há infecção por coronavírus ou por influenza, que também teve aumento relevante no número de testes positivos.

O aumento de casos na Europa se deve, principalmente, à nova variante do coronavírus, a ômicron BQ.1. A variante também está associada a um recente aumento de casos nos Estados Unidos. França e Alemanha, que detectaram um crescimento das subvariantes BQ.1 e BQ.1.1, observaram uma nova onda de casos da doença a partir do início de setembro.

Duas novas cepas do vírus, a BG.1 e a XBB, que surgiram a partir da variante ômicron, são potencialmente mais resistentes à vacina e têm circulado com mais intensidade. “É preciso lembrar que a ômicron é aquela variante do vírus que se caracteriza por ter uma maior capacidade de transmissão e de enganar o sistema imunológico. Mesmo pessoas vacinadas ou que já tiveram a covid-19 podem ser reinfectadas”, explicou o infectologista Hermerson Luz.

Especialistas apontam que o mundo pode estar caminhando para uma nova onda de covid. A China também relatou o maior número de casos de infecções em seis meses.

No Brasil, há indícios mostrando que a pandemia está andando mais rápido. Na semana passada, o governo de Pernambuco confirmou aumento de testes positivos realizados por laboratórios estaduais, que saíram de pouco mais de 4% para 11,8% em sete dias. No Rio, a confirmação da chegada da nova subvariante ômicron BQ.1, aliada a uma baixa procura pelas doses de reforço da vacina acendeu a luz amarela na Secretaria Municipal de Saúde.

A BQ.1 já havia sido identificada pela Fiocruz Amazônia, no final de outubro. A subvariante gera preocupação porque possui mutações que a ajudam a escapar da resposta imunológica. No Amazonas, o registro de casos também subiu consideravelmente. Desde setembro as novas infecções por semana não passavam de 300. Na segunda quinzena de outubro, o número passou de mil.

Terceira onda

Se confirmada uma nova onda, será a terceira registrada no país em menos de um ano. A primeira, entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, foi provocada pela sublinhagem BA.1 da ômicron; a segunda, entre maio e julho, foi causada pelas linhagens BA.4 e BA.5, que são, hoje, as que circulam no Brasil com maior frequência.

As vacinas contra covid-19 já administradas têm proteção contra a nova variante, mas o nível de eficácia é menor. Segundo o governo, pelo menos 87,6% da população brasileira já está vacinada pelo ao menos com uma dose. O doutor Luz reforça a importância da vacinação para que também sejam diminuídos os números de mortes e de internações. “Os óbitos não estão acompanhando o aumento no número de casos. Isso mostra uma maior adaptação do vírus ao ser humano, mas também que a vacina tem protegido”, observou o infectologista.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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