Ruanda e Senegal devem receber a estrutura necessária no 2º trimestre, mas as primeiras doses ficam prontas só em 2023
O grupo farmacêutico alemão BioNTech, que desenvolveu a primeira vacina de RNAm contra a Covid-19 em parceria com o laboratório americano Pfizer, anunciou nesta quarta-feira (16) que unidades de produção móveis serão enviadas para a África neste ano para que possa produzir seu imunizante.
“A pergunta que nos colocávamos era: podemos tornar o processo de fabricação suficientemente compacto para que [o produto] possa ser armazenado em um contêiner?”, disse à AFP o diretor-geral e fundador da BioNTech, Ugur Sahin.
Pioneiro no desenvolvimento da tecnologia de RNA mensageiro, o laboratório da BioNtech desenvolveu dois módulos que ocupam 12 contêineres no total: um para fabricar o RNAm; e o outro para a elaboração final do soro, que depois deve ser embalado em pequenos frascos.
Essa fábrica portátil, denominada BioNTainer, será enviada para Ruanda, ou Senegal, ou talvez para os dois países, “durante o segundo trimestre” de 2022. Os primeiros lotes de vacinas estariam disponíveis um ano depois.
Hoje, montar uma fábrica com essas características leva pelo menos três anos.
“Eventualmente”, a África do Sul poderia fazer parte dessa rede de produção, acrescentou a BioNTech, cuja sede se encontra em Marburgo (centro da Alemanha), onde os módulos foram apresentados.
A África é o continente com menos pessoas vacinadas contra a Covid-19. Dois anos depois do surgimento da doença, apenas 12% de sua população está totalmente imunizada.
Esse projeto da BioNTech faz parte de um esforço para “instalar unidades de produção da tecnologia RNAm em todos os continentes”, explica Sahin, cujo grupo já vendeu vários bilhões de unidades de sua vacina desenvolvida com a Pfizer.
A fabricação dessa vacina exige cerca de 50.000 passos cuidadosamente observados, mas tenta “padronizar seu processo e embalagem”, graças a esses módulos portáteis.
No início, técnicos da BioNTech trabalharão no local e, ao mesmo tempo, treinarão os profissionais locais. Trata-se da transferência de algumas tecnologias, mas sem necessidade de liberar patentes, como reivindicado por alguns países e ONGs.
FONTE: AFP
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